sábado, 5 de maio de 2012

CORAÇÃO NOS TRILHOS


Domingo será o dia para o atleticano lotar a Vila Capanema, afinal, Capanema começa com CAP, ótimo sinal.
Minha grande lembrança da vila remonta a 1968, um Atlético 3, Santos 2, um Santos sem Pelé, mas carregado de craques como Carlos Alberto, Ramos Delgado, Rildo, Clodoaldo, Edu, Toninho e Pepe. Uma seleção. Como esquecer?

Deve ter sido um dos maiores públicos já vistos no pequeno e charmoso estádio do Ferroviário, onde espertos assistiam o jogo sentados sobre vagões estacionados na via férrea que ainda por ali passa.  Durante a partida, a antiga Rede Ferroviária Paraná - Santa Catarina movimentava a composição e os camarotes improvisados seguiam destino. Momento para os pagantes acenarem para os penetras em início de viagem. Divertidíssimo. Como não ter saudades?
A busca do progresso levou o rubro-negro de novo à Vila, agora para a conquista do título do campeonato Paranaense.

Acabo de assistir documentário sobre as vitórias impossíveis da Dinamarca sobre a Holanda e Alemanha na Eurocopa 1992. Recrutada na última hora para ocupar a vaga da banida Iugoslávia, a Dinamarca foi campeã eliminando os grandes favoritos da competição.
As declarações dos perdedores falam em desconcentração de suas equipes e no espírito coletivo dinamarquês como causas principais das derrotas. O favoritismo, a causa principal da falta de atenção de tantos craques do nível de Van Basten, para citar apenas um.

O Atletiba de amanhã não tem favoritos. O Coritiba favorecido pelas arbitragens no Paranaense e, como sempre, pela tabela cômoda na Copa do Brasil – ainda vou descobrir o nome do coxa que faz essa tabela –, está mais confortável, sem tantas contusões e ausências disciplinares. Nem assim é favorito. Se acreditar que é, começa em desvantagem.
São as permanentes vantagens extracampo desfrutadas pelo alviverde que tem desconcentrado o Atlético e levado a contínuos desastres em Atletibas. Mesmo com Don Juan, técnico que privilegia a bola, no último clássico perdemos Guerrón nos primeiros minutos, vítima da provocação e atenta observação da arbitragem. O Atlético não tem perdido os clássicos. Desequilibrado, o Furacão tem entregado os clássicos.

Então, jogar concentrado, esquecer o apito, o passado difícil, evitar provocações, acreditar na vitória os noventa minutos é o caminho para a vitória. Por incrível que pareça jogar futebol, deixar o lado negativo da emoção do lado de fora, nas linhas do trem.  
Contra o Cruzeiro, outro jogo de arbitragem confusa, o Atlético soube atacar e defender, controlou os nervos e saiu de campo com o resultado positivo. Foi partida pautada pelo equilíbrio, mesmo com substituições prematuras e necessárias. Meninos e veteranos souberam defender como força e equilíbrio a camisa rubro-negra. É assim que tem que ser.

O Atlético 2012 é motivo de orgulho para o seu torcedor. Don Juan está no caminho certo, os jogadores têm entendimento e acreditam no seu trabalho, a torcida vai apoiar como louca. Para vencer, bastará ser coletivo e forte, intenso e calmo, manter o coração nos trilhos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário