Domingo será o dia para o atleticano lotar a Vila Capanema,
afinal, Capanema começa com CAP, ótimo sinal.
Minha grande lembrança da vila remonta a 1968, um Atlético 3,
Santos 2, um Santos sem Pelé, mas carregado de craques como Carlos Alberto, Ramos
Delgado, Rildo, Clodoaldo, Edu, Toninho e Pepe. Uma seleção. Como esquecer?
Deve ter sido um dos maiores públicos já vistos no pequeno e charmoso
estádio do Ferroviário, onde espertos assistiam o jogo sentados sobre vagões
estacionados na via férrea que ainda por ali passa. Durante a partida, a antiga Rede Ferroviária
Paraná - Santa Catarina movimentava a composição e os camarotes improvisados
seguiam destino. Momento para os pagantes acenarem para os penetras em início
de viagem. Divertidíssimo. Como não ter saudades?
A busca do progresso levou o rubro-negro de novo à Vila, agora
para a conquista do título do campeonato Paranaense.
Acabo de assistir documentário sobre as vitórias impossíveis da
Dinamarca sobre a Holanda e Alemanha na Eurocopa 1992. Recrutada na última hora
para ocupar a vaga da banida Iugoslávia, a Dinamarca foi campeã eliminando os grandes
favoritos da competição.
As declarações dos perdedores falam em desconcentração de suas
equipes e no espírito coletivo dinamarquês como causas principais das derrotas.
O favoritismo, a causa principal da falta de atenção de tantos craques do nível
de Van Basten, para citar apenas um.
O Atletiba de amanhã não tem favoritos. O Coritiba favorecido
pelas arbitragens no Paranaense e, como sempre, pela tabela cômoda na Copa do
Brasil – ainda vou descobrir o nome do coxa que faz essa tabela –, está mais
confortável, sem tantas contusões e ausências disciplinares. Nem assim é
favorito. Se acreditar que é, começa em desvantagem.
São as permanentes vantagens extracampo desfrutadas pelo
alviverde que tem desconcentrado o Atlético e levado a contínuos desastres em
Atletibas. Mesmo com Don Juan, técnico que privilegia a bola, no último
clássico perdemos Guerrón nos primeiros minutos, vítima da provocação e atenta
observação da arbitragem. O Atlético não tem perdido os clássicos. Desequilibrado,
o Furacão tem entregado os clássicos.
Então, jogar concentrado, esquecer o apito, o passado difícil,
evitar provocações, acreditar na vitória os noventa minutos é o caminho para a
vitória. Por incrível que pareça jogar futebol, deixar o lado negativo da
emoção do lado de fora, nas linhas do trem.
Contra o Cruzeiro, outro jogo de arbitragem confusa, o Atlético
soube atacar e defender, controlou os nervos e saiu de campo com o resultado
positivo. Foi partida pautada pelo equilíbrio, mesmo com substituições
prematuras e necessárias. Meninos e veteranos souberam defender como força e
equilíbrio a camisa rubro-negra. É assim que tem que ser.O Atlético 2012 é motivo de orgulho para o seu torcedor. Don Juan está no caminho certo, os jogadores têm entendimento e acreditam no seu trabalho, a torcida vai apoiar como louca. Para vencer, bastará ser coletivo e forte, intenso e calmo, manter o coração nos trilhos.
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