Antes do
início do jogo com o Palmeiras, a diretoria do Atlético deveria entregar uma
placa a Don Juan pela inédita permanência à frente da equipe após a perda do
campeonato paranaense. Até vencendo o Coritiba em partida final, perdendo o
campeonato, Ney Franco foi demitido no dia seguinte. Fazia ótimo trabalho.
Transferiu-se para o coxa e levou o time verde à primeira divisão. Ao final da
partida, parte da torcida pedia a saída de Don Juan.
O empate em
dois a dois ferveu a cabeça do torcedor. De tudo que disse, gritou, uma verdade
cristalina. O “queremos jogador” é legítimo e justo.
Se a
diretoria mostra finalmente ponderação ao manter Don Juan, demonstra
incapacidade primária na contratação de jogadores. Senão, vejamos a defesa do
time de ontem.
Cleberson, um
zagueiro na lateral direita. Foguinho um volante na zaga. Zezinho, um volante
com vocação ofensiva na lateral esquerda. O único exercendo sua função de
ofício, Manoel. Impossível equipe às vésperas de entrar em campo pela série B –
hoje tive aquele momento triste de pedir inclusão da série B no meu pacote NET,
obrigado Malucelli –, ter uma defesa com três jogadores improvisados.
O elenco não
tem, ou se tem são muito fracas, reposições para sua defesa. Até Pablo que
substituiu Cleberson, possivelmente pelo amarelo recebido ainda no primeiro
tempo, é atacante de infância. O zagueiro Rafael, único reforço contratado para
o setor, é um Morro Garcia em versão defensiva. Jogou uma pelada contra o
Malutron e fim de guerra.
Mesmo assim,
o time joga bem, a defesa consegue sair jogando, ataca, faz gols e perde gols.
O gol perdido por Ligüera é inacreditável. Nos daria uma folga imensa no
placar. Esqueci de dizer que leva gols, o problema é que o adversário joga e é
o Palmeiras, em crise eterna, mas é o Palmeiras do seu Felipão. Maikon Leite
que fez sucesso no Furacão 2010 e autor do segundo gol verde, é reserva no
porco.
Don Juan
citou o cansaço como causa da queda do time na segunda etapa, o que é inegável.
Jogando decisões quarta e domingo, o Atlético enfrentou o Palmeiras em férias
desde sua eliminação nas finais do Paulista. Faz diferença. A fadiga fez Ligüera
render abaixo do seu potencial no tempo final e poderia ser substituído. Aí não
entendi.
Don Juan, que
sempre faz as três substituições, ficou nas duas. Trocou Guerrón que era o
escape do Rubro-negro para o ataque e pôs fim às esperanças. Cabeça de
treinador. Pelo menos manteve os três atacantes, sua marca registrada, fonte de
gols em todos os jogos.
Por falar
nisso, o segundo gol teve início em impedimento de Guerrón. Precisamos passar a
ver a arbitragem de outra forma. Saímos do Paranaense, agora os árbitros
errarão para os dois lados, como em todos os campos deste planeta bola, à exceção...
A torcida não
precisa se desesperar. O resultado na volta pode nos levar à semifinal. É uma
possibilidade real. Ano passado vencíamos o Vasco campeão em São Januário e
perdemos a classificação nos minutos finais. O fator campo-torcida está
minimizado. É outro jogo, o Felipão já pensa em jogar no Brasileiro com
reservas, sinal de apreensão.
O time é confiável,
mesmo cheio de improvisos luta organizadamente os noventa minutos. A diretoria
tem que rever seus posicionamentos. Até agora, não fez o seu dever de casa.
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