quinta-feira, 17 de maio de 2012

DEVER DE CASA


Antes do início do jogo com o Palmeiras, a diretoria do Atlético deveria entregar uma placa a Don Juan pela inédita permanência à frente da equipe após a perda do campeonato paranaense. Até vencendo o Coritiba em partida final, perdendo o campeonato, Ney Franco foi demitido no dia seguinte. Fazia ótimo trabalho. Transferiu-se para o coxa e levou o time verde à primeira divisão. Ao final da partida, parte da torcida pedia a saída de Don Juan.

O empate em dois a dois ferveu a cabeça do torcedor. De tudo que disse, gritou, uma verdade cristalina. O “queremos jogador” é legítimo e justo.

Se a diretoria mostra finalmente ponderação ao manter Don Juan, demonstra incapacidade primária na contratação de jogadores. Senão, vejamos a defesa do time de ontem.

Cleberson, um zagueiro na lateral direita. Foguinho um volante na zaga. Zezinho, um volante com vocação ofensiva na lateral esquerda. O único exercendo sua função de ofício, Manoel. Impossível equipe às vésperas de entrar em campo pela série B – hoje tive aquele momento triste de pedir inclusão da série B no meu pacote NET, obrigado Malucelli –, ter uma defesa com três jogadores improvisados.

O elenco não tem, ou se tem são muito fracas, reposições para sua defesa. Até Pablo que substituiu Cleberson, possivelmente pelo amarelo recebido ainda no primeiro tempo, é atacante de infância. O zagueiro Rafael, único reforço contratado para o setor, é um Morro Garcia em versão defensiva. Jogou uma pelada contra o Malutron e fim de guerra.

Mesmo assim, o time joga bem, a defesa consegue sair jogando, ataca, faz gols e perde gols. O gol perdido por Ligüera é inacreditável. Nos daria uma folga imensa no placar. Esqueci de dizer que leva gols, o problema é que o adversário joga e é o Palmeiras, em crise eterna, mas é o Palmeiras do seu Felipão. Maikon Leite que fez sucesso no Furacão 2010 e autor do segundo gol verde, é reserva no porco.

Don Juan citou o cansaço como causa da queda do time na segunda etapa, o que é inegável. Jogando decisões quarta e domingo, o Atlético enfrentou o Palmeiras em férias desde sua eliminação nas finais do Paulista. Faz diferença. A fadiga fez Ligüera render abaixo do seu potencial no tempo final e poderia ser substituído. Aí não entendi.

Don Juan, que sempre faz as três substituições, ficou nas duas. Trocou Guerrón que era o escape do Rubro-negro para o ataque e pôs fim às esperanças. Cabeça de treinador. Pelo menos manteve os três atacantes, sua marca registrada, fonte de gols em todos os jogos.

Por falar nisso, o segundo gol teve início em impedimento de Guerrón. Precisamos passar a ver a arbitragem de outra forma. Saímos do Paranaense, agora os árbitros errarão para os dois lados, como em todos os campos deste planeta bola, à exceção...

A torcida não precisa se desesperar. O resultado na volta pode nos levar à semifinal. É uma possibilidade real. Ano passado vencíamos o Vasco campeão em São Januário e perdemos a classificação nos minutos finais. O fator campo-torcida está minimizado. É outro jogo, o Felipão já pensa em jogar no Brasileiro com reservas, sinal de apreensão.
O time é confiável, mesmo cheio de improvisos luta organizadamente os noventa minutos. A diretoria tem que rever seus posicionamentos. Até agora, não fez o seu dever de casa.

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