Quem te
conhece melhor que os teus filhos? Ninguém. Os filhos te observam há anos, têm
você como exemplo, mas conhecem teus defeitos. Quem não os têm?
O amigo diria
que a esposa o conhece melhor que as crianças. Sem dúvida. Ela conhece todos os
teus senões, já se acostumou a eles, acha difícil obter mudança, só se manifesta
quando a saúde do consorte é colocada em risco. A última vez que a minha se
manifestou foi quando estive prestes a entrar dentro da televisão para matar o
Cléber Santana. Sou um caso típico de com sorte.
Os filhos são
mais bocudos. Começo a me agitar já vão se intrometendo, lembrando minhas
frases, os ditos que herdei dos velhos e lancei mão para lapidar as pedrinhas,
hoje rochas poderosas. O mais usado é “quem tem a boca grande não vai à festa
no céu”.
Estou indignado,
começo a lançar meus venenos, lá vem eles com o dito apaziguador, às vezes
seguido de um terapêutico “olha o coração!”. Eles me conhecem e, de certa
forma, me modificam.
Acabado o
jogo horrível, escrevo e coloco o texto para dormir. A noite acomoda os
sentimentos, amortece o erro do zagueiro, encolhe os erros de passe, dá algum
sentido às mudanças do treinador, suaviza a amarga atuação do homem de preto. Acordo
para deletar, substituir, suavizar, trocar o quase palavrão pela palavra amena.
Por esquecer
o velho adágio, o Atlético está cada vez mais longe da festa no céu. Com ou sem
razão, envolveu-se em luta com duas corporações importantes para o clube,
imprensa e companhia de árbitros.
Da refrega
com a arbitragem deu ao Coritiba, de graça, o paraíso.
Do duelo com
os jornalistas, conseguiu manchetes negativas, textos eivados de realidades
duvidosas, o assunto sempre analisado com vistas ao descrédito da diretoria, da
instituição Atlético Paranaense. Exemplo disso é o noticiário sobre a
construção da Arena. Dou um doce de abóbora em forma de coração, feito na hora,
cascudinho por fora e molinho por dentro, para alguém que encontre na mídia opinião
favorável.
O uso do
twitter e sua comunicação automática maximizou a desgraça. Como o drible que se
transformou em ofensa moral, a fala do dirigente se transformou em injúria, é
caso de processo. Hoje, o lendário ex-presidente do Flu, Francisco Horta, célebre
provocador, mesmo com a imprensa carioca
esperta em promover o espetáculo,seria um vilão da pior espécie.
Como militar
que fui, sei como ganhar uma guerra e jogar o esforço fora ao perder a batalha
da comunicação. Até hoje amargo bobagens diárias, escritas e faladas, muitas
delas pensadas e ditas por engravatados criminosos.
O Atlético
está nesse nível. Qualquer escriba de fundo de redação fulmina o Rubro-negro
com seu trabuco-teclado. Chega a irritar.
Ninguém em sã
consciência pode dizer que o Rubro-negro colherá bons frutos seguindo essa
trajetória conflituosa. O torcedor já está cansado de perder no campo e na
história. É bom pensar um pouco no céu, no mínimo, adormecer o texto.
Muito bom Ivan, falando nisso achei muito errada a nota oficial que foi colocada no site oficial na sexta antes da final dando ainda mais armas ao inimigo.
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