quinta-feira, 29 de setembro de 2011

ROMEU E JULIETA

Romeu coseguiu dois sócios para a reforma da sua Cantina Rosso-Nera, investidores a fundo perdido, apenas com o intuito de melhorar as imediações da área onde trabalham e seus próprios negócios. O investimento total é de cerca de 180 mil reais, cabendo a cada um o aporte de um terço dessa quantia. Romeu acha a oportunidade uma dádiva caída dos céus.

Romeu está em dificuldades.

As crianças ficaram nas mãos da babá incompetente durante o ano e estão prestes a reprovar na escola. Julieta, a esposa zelosa, não quer que ele mexa na poupança, destinada a premiar os meninos, última esperança de passagem de ano.

Irredutível, Julieta não quer que Romeu contraia novas dívidas, tem medo do empréstimo consignado que afundou o vizinho, nem pensar em dar a casa como garantia.

Os sócios prometeram arrumar um troco para começar a obra, com início marcado para 4 de outubro.

A muito custo, Julieta permitiu que Romeu corra atrás do empréstimo e procure um mestre para tocar a obra. Continua emburrada pelos cantos, reclamando. Sua parentada, os Capuletos, ou seriam os Montechios, está em pé de guerra, preocupada com o patrimônio da irmã querida.

O casamento está a perigo, é quase certa a separação e muito provável que Romeu fique com a casa e as crianças.

Romeu está de cabeça cheia. Pensa em falar com o padre, aquele do veneno.

Verona está em risco de perder sua grande chance de renascimento.

Essa é a história que não tem fim, com data marcada para acabar, de Romeu e Julieta.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

TÔ JUNTO

Meses atrás, um amigo rubro-negro doente me perguntou se sabia o caminho das pedras para se trabalhar no Atlético, o tempo disponível e a vontade de ajudar o compeliam a qualquer serviço em prol do seu Furacão. É claro que a pergunta tinha o endereço equivocado. Se soubesse, já estaria dando minhas cabeçadas lá pelos lados da Buenos Aires há muito tempo.
Hoje, eu teria pelo menos alguém para indicar, alguém com pleno conhecimento de como intrometer-se em uma organização e rapidamente transformar-se no dono do campinho. Quem? O senhor Alfredo Ibiapina.
Desconheço os segredos dos bastidores do Atlético. Do que sei, pautado no que li publicado, o empresário nordestino chegou a Curitiba poucos anos atrás e, por um ato milagroso, ajudava no departamento de futebol do rubro-negro, um reserva de luxo, esquentando o banco dos senhores Bolicenho e Zimmermann, os todos poderosos das contratações e descartes, patronos do rebu em que estamos envolvidos.
Com a queda da dupla Bolicenho-Zimmermann, quem ascendeu à direção do futebol atleticano? Ninguém mais que seu Alfredo.
Chegou e virou dono. De cara não gostou da contratação de Paulo Rink para gerente do departamento, indicação de Enio Fornea e Yára Eisenbach. Para acertar o buchicho, dividiram-se as tarefas, ficando seu Alfredo com as contratações e ligação com a comissão técnica e o seu Rink com os descartes e a burocracia do setor.
Novo rei do pedaço, pouco realizou. Contratou Morro Garcia, Renato Gaúcho, Antônio Lopes e só, até irromper campo adentro, esculhambar a arbitragem, colocar o Atlético em risco de perder mandos de campo, ser julgado e colocado à margem do esporte. Fim de uma carreira que nunca deveria ter passado de um estágio não remunerado. 
Agora o presidente Malucelli resolveu assumir o comando do futebol do Atlético. Para não comprometer o clube, solicitou ao jurídico perguntar ao STJD quais as funções seu Alfredo estaria impedido de exercer após a sentença condenatória. Perdoe-me presidente, mas seja por um minuto o presidente e avise ao seu Alfredo que o prazo de validade expirou. Agradeça, por favor.
O presidente assume quando a data limite para contratações já passou e ficamos a ver navios, sem convocar sequer um Finazi para fazer os gols tão necessários. Para o Atlético o mercado esteve sempre difícil. Para o clube com as finanças em dia, dinheiro para gastar, dar um ânimo à torcida, reverter a situação, ninguém foi encontrado.  
Em carta aos atleticanos, diz o presidente: “a partir de hoje o comando do futebol do CAP passa integralmente, sem intermediários, para as minhas mãos. Como Presidente do Conselho de Administração, responderei diretamente por todas as ações que envidarão dar suporte à Comissão Técnica e aos nossos Jogadores para que busquem os resultados que precisamos para nos mantermos na elite do futebol nacional”.
O presidente que afirma não se eximir das responsabilidades e convoca o povo rubro-negro para setenta dias de união, tem a seu favor a experiência da grande virada de 2008, quando junto a Geninho conseguiu o que parecia impossível.
As responsabilidades que o presidente afirma reconhecer são muitas, o concurso do amadorismo do seu Alfredo quem sabe a mais importante.
Senhor Malucelli, discordo em muito da sua gestão, principalmente do imperdoável afastamento de compromissos assumidos pelo clube em relação à Copa 2014. Mas se o prezado me pede setenta dias de união, se o meu humilde apoio pode ajudar o rubro-negro a sair deste inferno, quem sou eu para negar.
Tô junto.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

VALE A PENA TENTAR

Dos jogos do último fim de semana, só a vitória do Vasco sobre o Cruzeiro em Minas, um três a zero campeão, teve diferença de gols superior a um. O Corinthians goleou o Bahia por um a zero em casa. O Santos perdeu para o Figueirense na Vila. O Flamengo venceu o lanterna por suados dois a um. Os resultados provam a dureza do campeonato. Os jogos são definidos nos últimos minutos, com gols arrancados a fórceps, os jogadores caindo pelas tabelas.
Em competição desse nível, impossível errar. Errou, pagou. Como dizia a cantilena muito ouvida por mim na juventude, quem deve paga, quem paga, paga na hora.
Muitas vezes, o erro é fruto da condição psicológica do indivíduo ou do grupo. Na frente da tabua classificatória, o Vasco joga solto, seus atletas se liberam para ousadias, passes saem com perfeição, finalizações são coroadas de sucesso, arbitragens facilitam. Alguns dizem que o time joga com alegria.
O Vasco alegre quase perdeu para o Atlético em São Januário na Copa do Brasil. Desde aquele momento distante sofremos com gols matadores em finais de partida.
Sofremos com a defesa sitiada, com os inexplicáveis gols perdidos, com as expulsões caídas do céu para nossos adversários. Na partida contra o Fluminense, Paulo Baier teria dito não se encontrar em condições de bater a penalidade perdida por Santana. Logo ele autor de nove gols de pênalti na temporada. Por que a falta de confiança?
Leio as pesadas críticas contra os jogadores, concordo com muitas delas, já escrevi algumas, quem tem a paciência de me acompanhar poderá até dizer que persigo dois ou três. Pois amigos, tento fugir da censura, basear meu texto no elogio, mas, por vezes esbarro na total falta de condição, outras tantas com performances muito abaixo do esperado. Procuro ser, pelo menos justo dentro da minha ótica.
A justiça me obriga a dizer que não vejo falta de esforço. Vejo jogadores sobrecarregados com o peso da mochila do rebaixamento, peso que se vai aumentando com o passar dos minutos de jogo, afastando-os da serenidade profissional e orientando-os para os campos de terra do amadorismo, da luta medonha e inglória.
O Atlético tem uma semana para recuperar a alma dos seus jogadores. Definir um time hoje e treinar fundamentos, orientar posições, criar jogadas de ataque, insistir nas preciosas bolas paradas. Levar as famílias para um churrasco no CT, deixar as crianças driblar os pais aborrecidos, trazer um pouco de alegria àquele ninho.
Nós, rubro-negros de Esparta, temos entendimento da dureza da campanha, cada jogo uma Termópilas moderna, um desafio entre a vida e a morte.
Esse entendimento não pode ser fardo a carregar pelos atletas, impeditivo da boa atuação, causa do jogar apressado, do descontrole que só piora o rendimento. A posição na tabela não pode ser castradora do espírito.
Esse entendimento tem que ser motivo para o apoio intenso da torcida, já cansada, eu sei, pronta para gritar o “Raça! Raça!” nem ainda começado o jogo. Onde estão os gritos de Alan Bahia, de Dagoberto, de tantos outros, perebas ou não, afagados pela Fanáticos? Por acaso Manoel não merece ter seu nome aclamado, Renan Rocha, Deivid, Baier, Guerrón, todos afinal. A cada semana temos um dos nossos meninos na seleção da rodada. Por que não gritamos seus nomes?
O Atlético tem jogado no limite da sua capacidade. Não falta raça. Quem sabe um pouco mais de paciência do torcedor e confiança do jogador em sua própria competência possam fazer a diferença, propiciar atuações individuais com maior brilho, um jogo coletivo mais eficiente, transformar empenho em resultado. Vale a pena tentar.


segunda-feira, 26 de setembro de 2011

TENHA FÉ!

Muita calma nesta hora.
Não adianta perder a cabeça.
Fora da luta jogo a jogo, fora da tranquilidade não há salvação.
Estamos preocupados com arbitragem, valorizando demais. A arbitragem brasileira é péssima, é uma piada de mau gosto, mas o que fazer. Contra o Bahia, o juiz deixou de dar um pênalti para os baianos no final do primeiro tempo. Lá ajudou. Aqui nos matou. O Atlético tem que ser realista. Estamos trazendo os homens de preto, amarelo, azul, todos contra nós. Nossa permanência na zona de rebaixamento é fruto de muitos fatores, dos quais os erros de arbitragem participam com pequeno percentual.
O jogo era muito difícil, digno do pedido de bênçãos antecipadas ao Senhor.
No campo, o previsto se tornou realidade. Aos trancos e barrancos o Atlético enfrentou o Flu, conseguiu penalidade absurdamente perdida, fez seu gol, teve jogador expulso, enfiou-se na defesa e cedeu o empate. Como a vitória viria do nosso extremo esforço, salpicado de suor e enganos, o empate veio por ser o destino natural do jogo após a expulsão. Só muita sorte nos garantiria os três pontos.
O principal defeito do Atlético continuou sendo a troca de passes. A saída de bola deficiente e os passes longos muito imprecisos entregam a bola para o adversário e nos colocam em permanente dificuldade. Os cabeceios defensivos de Rafael Santos são sempre sem direção. Os lançamentos para jogadores marcados com cobertura um desperdício.
Mesmo com erros básicos, o Rubro-Negro lutou, conseguiu marcar presença no ataque e marcou com Paulo Baier. O gol nasceu da postura ofensiva, da presença de vários jogadores na frente, possibilitando a escapada livre do capitão. É isso que temos que fazer. Avançar as linhas de defesa, tentar o gol, aproximarmos nosso meio da área adversária.
Vai ser difícil. Claro que vai. Os gols serão poucos, os árbitros inverterão faltas, correremos riscos defensivos. Infelizmente, inexiste solução na prateleira que não passe pelo ataque.
Fosse eu Antonio Lopes passaria a semana com treinamentos leves – por favor, esqueçam as maratonas científicas que afastaram Marcinho –, insistindo na saída correta de bola, nos rebotes defensivos bem orientados, no aperfeiçoamento da troca curta de passes, no convencimento de que a arbitragem deve ser deixada de lado.
Continuo achando que ainda dá. Temos que insistir. Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. Temos que ter a paciência da água. Vai melhorar. Daqui a pouco a barragem se rompe, tudo se ajeita, as chances melhoram, a torcida vai junto e rio volta a fluir com naturalidade.
Este texto calminho começou cheio de ódios e rancores. Tive que colocá-lo na geladeira, retocá-lo algumas vezes até chegar a algo que achei justo e de algum proveito. Vamos torcedor! Acalme-se! Deixe de procurar inimigos! Tenha fé!

sábado, 24 de setembro de 2011

DEUS NOS ABENÇOE

Trocando canais, fugindo dos esportivos, dou de cara com o final do show do Queen, já com seu novo vocalista, Fred Mercury no telão para matar as saudades, e God Save de Queen embalando o frenesi da multidão em êxtase.
Como sou do tempo em que bastava os Beatles criarem uma joia para que alguém ao sul do Equador surgisse com similar em português e um cabeludo jogasse as melenas mugindo um longo “meeeeu beeeeemmmmmm”, saco logo uns versos para o célebre refrão do hino inglês, bem de acordo com o momento rubro-negro:
Deus salve o Atlético
Deus salve o Atlético
Deus salve o Furacão
Do meu coração
Anos atrás, o Fluminense, o adversário de hoje, passava pelas mesmas dificuldades que nos atormentam o sono. A torcida foi buscar em “A bênção João de Deus” o ânimo para a campanha que tirou o Flu do bico do corvo, transformou a equipe em “time de guerreiros”, e, se bem me lembro, colocou os coxas para jogar em Joinvile.
Apesar da paixão, acho que Deus tem muito mais o que fazer do que cuidar do meu Atlético. Mas, porém, todavia, contudo, desta vez acho que sem Deus vai ser difícil. Por isso, durante a partida estarei cantando o meu refrãozinho solitário. Venham comigo.
Independente do tricolor a entrar em campo, da sua formação tática, das suas armas e fraquezas, o Atlético tem que ganhar, na raça, na valentia, com a ajuda de todos os santos.
Como o amigo, tenho minhas reservas. Não dá para se jogar ao ataque, esquecer da defesa, ser um time camicase. Sai afoito, leva um no contra-ataque, e a coragem se transformou em burrice.
Mesmo assim, acho que o Rubro-Negro tem que se impor, mandar na partida, apertar a marcação, forçar no ataque, tentar criar as chances para Morro e Guerrón finalizarem.
Espero ver uma grande partida de Cléber Santana. Santana tem os olhos tristes da senzala, parece carregar toda a sua capacidade aprisionada a grilhões que o impedem de brilhar, desenvolver em campo o futebol que alimente o ataque, motive pelo exemplo seus companheiros, faça a torcida louca, pronta a assentar sobre sua cabeça a coroa de rei negro.
Espero ver um Wagner Diniz trepidante pela direita, um Marcelo Oliveira impetuoso pela esquerda.
Espero um Paulo Baier de toques verticais, assistências perfeitas para os nossos castelhanos, um verdadeiro líder, pronto a comandar o Atlético.
Espero Morro e Guerrón dando la lata, azucrinando, movimentando-se por todo o ataque, frios matadores na frente do gol.
Espero que todos falem, gritem, sejam dedicados à marcação, à diminuição dos espaços, ao esforço superior durante todo o jogo.
Espero a torcida dos velhos tempos, dos noventa minutos, aquela que carrega o time, não a carregada pelo time.
Espero, é claro, que Deus nos abençoe.

  

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

AINDA DÁ

Estabeleceu-se um tiroteio entre os que, de porrete na mão, procuram os culpados pelo terrível insucesso do Atlético neste infeliz 2011, quando completaremos dez anos do nosso título de campeão brasileiro. Uns atacam a diretoria, outros os jogadores. Ambos estão cheios de razão, todos tem culpa, todos devem ser condenados pelos pecados que transformaram o Atlético numa Sodoma da bola.
O comandante Malucelli é o responsável pelo desastre, o gestor desta Sodoma. Inteligente já deve ter admitido o flagelo, nem olha para o campo, temeroso em ser transformado em estátua de sal. Com um pouco de consciência, estaria a meses sem dormir.
Mesmo Dan Brown, o escritor de Código Da Vinci e Anjos e Demônios, teria dificuldades para engendrar uma trama conspiratória tão espetacular como esta que nos leva ao túmulo. Tantos erros, tantas coincidências nefastas, tantos incompetentes assumidos na gerência do futebol rubro-negro, ali instalados sem se saber por que, não configuram apenas a realização de um trabalho de casa mal feito, como me disse o coxa babando de alegria, mas negligência, imprudência e imperícia, crime a ser registrado em triste boletim de ocorrência.
Os jogadores têm culpa? Claro que têm.
Um observador menos interessado perguntaria com ar ignorante: por que os jogadores do Atlético não trocam passes como os outros? Eu respondo. Porque não há união verdadeira. E exemplifico com outra pergunta: por que nos raros gols os abraços são tão poucos?
Não é a jogada individual que fortalece os laços entre os jogadores, cria a corrente que energiza o time. É o passe. O passe expressa a confiança no companheiro, assim como o apresentar-se para receber, o dar apoio ao cercado, o esforço superior para cobrir o ultrapassado. No Atlético, os jogadores não se apresentam nem para receber o lateral.
Ninguém venha me dizer que os rubro-negros são piores que seus colegas dos demais times do Brasileiro. Não são.
São jogadores no desvio, tentando um brilho solitário, uma jogada individual que os ilumine, prepare o caminho para futuro melhor. Assim, no ataque, o companheiro livre, surge o peteleco nos braços do goleiro. Assim, na frente do goleiro, a tentativa do gol tocado, bonito, quando o bico era o santo remédio. O individual acima do coletivo. Prioridade para os segundos na TV.
Até os jogadores já declararam ter colocado o time no buraco, os únicos a poder tirá-lo de lá. Demonstram lucidez na análise da situação. Falta-lhes coragem para resolver no campo de jogo. Reúnem-se, rezam, fazem juras e trotam pelo campo, insistindo no individual, sem qualquer objetividade. As lideranças se escondem, sem cobrar, nem estimular, quanto mais provocar o ânimo pelo exemplo, pela jogada corajosa, pela força no embate físico.
Que futebol é este que um senhor de idade tem que ficar à beira do gramado aos berros, empurrando elenco de muito bem pagos para que cumpram seus deveres com brio e valentia. Foram-se os tempos em que os técnicos dormiam no banco e deixavam para os atletas resolverem.
Não escrevo para jogar a pá de cal, para ser mais equânime na distribuição das culpas, para afundar ainda mais o moral já em pedaços. Escrevo por achar que ainda dá, a solução nos pés dos jogadores, os reais protagonistas do milagre se ele vier a acontecer.
Ainda dá se a união passar da palavra à ação. Se do trote surgir o galope, se o passe substituir a firula – substituída, jamais esquecida –, se o corpo for usado como arma de choque, se o ataque for prioridade coletiva. Enfim, se tivermos um time na real acepção da palavra, um grupo reunido, adestrado e motivado para a realização de objetivo comum.
Se isso acontecer, o amigo pode confiar, ainda dá. 

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

FAÇA ESTE TIME ATACAR

Muita calma nesta hora, afinal, talvez seja esta uma boa hora.
Quando tudo que se poderia fazer de errado já se fez, todos em que se acreditou virtudes mostraram carências, os imaginados fortes dormem nas enfermarias, defender se tornou o plano do demônio, o que resta é a alegria do ataque, mesmo que ele possa significar a morte prematura.
Duro será trocar na imensa cabeça do senhor Antônio Lopes, uma cabeça simpsoniana, o defender pelo atacar.
Lopes é defensivo por natureza, o que não é ruim, muitos técnicos são, ainda mais com os elencos disponíveis. Eles têm que manter seus empregos. O problema é que não é o momento. O Atlético precisa ganhar, fazer três pontos e três pontos se conseguem com gols, não com chances perdidas.
Está claro que os atacantes rubro-negros têm extrema dificuldade em acertar o gol. Sequer obrigam o goleiro adversário a grandes defesas. Ontem mesmo, Garcia perdeu três chances ótimas para marcar, mandou todas para fora. Nieto outra.
Para que o gol do Atlético aconteça temos que criar dez, quinze chances reais. Cinco, seis é muito pouco.
Como se consegue isso? Com postura ofensiva e escalação com maioria de meias e atacantes, jogadores de ataque no banco prontos para substituir. São necessários, o Atlético está caindo pelas tabelas, os últimos trinta minutos de jogo mostram o descalabro físico a que foi conduzido o meu Furacão. Desculpem o lamento suspirado. Chega de choro.
Vamos escalar um Atlético ofensivo:










Renan Rocha









Edilson
(Wendel)
Manoel

(*)
Paulinho








Deivid

C. Santana
(Renan)




Baier
(Marcinho)









Rodriguinho
(Marcinho)



Guerrón










Garcia
(Nieto)



(*) Escolha um zagueiro da sua preferência.
Esses ataques têm que receber forte apoio dos laterais, marcar a saída de bola avançada, os pontas trocarem de lado com frequência, insistir nas jogadas individuais, forçar a obtenção de faltas nas proximidades da área. Perdida a bola, fazer a falta no ataque.
Com postura ofensiva, poderíamos chamar a torcida ao jogo, criar um ambiente de vitória, situações de gol que vão se perdendo até que São Judas, de chuteiras verde-limão, resolva fazer uma caridade.
Vamos Lopes. Me dê pelo menos esta alegria. Não é tão difícil. Faça este time atacar.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

EXPERIÊNCIA DE COMBATE

Para começar as boas notícias. O Atlético não perderá mandos de campo. O Ibiapina pegou 140 dias de gancho, três meses e dias. Será salvo pelo indulto de Natal.
Voltemos à dura realidade. O Atlético volta a jogar com o Bahia, time do papai Joel, caído do Botafogo, caído do Cruzeiro, agora tentando levantar o time da boa terra. Joel não quer “escorregar”, para isso “não vai correr tantos riscos” na partida que o meia Lulinha chamou de “jogo dos 200 pontos”.
Se não vai correr riscos, é provável que repita o time que venceu o Fluminense, com três volantes, um armador e dois atacantes. Vamos escalar o provável tricolor de aço.

O TIME








MARCELO LOMBA



MARCOS
PAULO MIRANDA

TITI
DODÔ








FABINHO
FAHEL
HELDER











CARLOS ALBERTO



JONES CARIOCA






SOUZA




Como funciona? Os volantes pouco se arriscam a passar a linha de meio campo, os laterais chegam muito pelos lados, Carlos Alberto se posiciona pela meia esquerda, usa e abusa da individualidade, seja para limpar a jogada ou conseguir a falta, Jones tenta a ponta direita e Souza fica dentro da área fazendo pivôs ou colocando a bola para dentro. É simples. Como tudo que papai Joel faz, baseado na defesa, na marcação forte.
A evolução do Bahia passa pelos laterais. Contra o Grêmio, começou com Jancarlos pela direita e Marcos pela esquerda. Tomou um baile, levou dois, trocou Marcos de lado e quase empatou. Contra o Flu, manteve Marcos na direita e inventou Dodô na esquerda. Marcos teve participação em dois gols que derrubaram a evolução do time do Abelão. Dodô incomodou pela esquerda.
Os três a zero contra o Flu não mostraram muita coisa além da força defensiva. O primeiro gol saiu em rebote do goleiro nos pés de Souza, o segundo, contra de Gum, o terceiro em pênalti de Gum sobre Lulinha. Gum estava encantado. O placar não teve origem em grande atuação do ataque baiano.
Carlos Alberto armou seu circo até tomar uma no tornozelo e deixar o campo antes do primeiro tempo. É dúvida para hoje. Lulinha, seu substituto, joga com menos espalhafato, é mais veloz, cai pelos dois lados do campo. Também tomou uma na canela de rachar o osso, obra do gentil Edinho, que aprendeu a dar botinadas no Inter e agora as distribui pelo Fluminense. Também é dúvida.
A defesa apresenta vulnerabilidade pelo setor de Marcos. Como mora no ataque, deixa buraco a ser explorado pelo adversário e coberto por Fabinho, o síndico do setor. O Fluminense cansou de cruzar bolas a partir da esquerda, sem resultado. Paulo Miranda e Titi são bons na bola aérea, tanto lateral como frontal, o que inviabiliza os lançamentos longos centrais.
O Atlético tem que impedir a ação de Marcos e Dodô, bloquear o meia que aparecer para o jogo e tentar a sorte no ataque, confiar na ousadia dos castelhanos. Paulo Baier terá muita dificuldade. Coloque-se a camisa do Flamengo no Bahia e temos um espelho do jogo que vencemos por dois a um em Macaé. Pelo menos temos experiência de combate.