sábado, 24 de setembro de 2011

DEUS NOS ABENÇOE

Trocando canais, fugindo dos esportivos, dou de cara com o final do show do Queen, já com seu novo vocalista, Fred Mercury no telão para matar as saudades, e God Save de Queen embalando o frenesi da multidão em êxtase.
Como sou do tempo em que bastava os Beatles criarem uma joia para que alguém ao sul do Equador surgisse com similar em português e um cabeludo jogasse as melenas mugindo um longo “meeeeu beeeeemmmmmm”, saco logo uns versos para o célebre refrão do hino inglês, bem de acordo com o momento rubro-negro:
Deus salve o Atlético
Deus salve o Atlético
Deus salve o Furacão
Do meu coração
Anos atrás, o Fluminense, o adversário de hoje, passava pelas mesmas dificuldades que nos atormentam o sono. A torcida foi buscar em “A bênção João de Deus” o ânimo para a campanha que tirou o Flu do bico do corvo, transformou a equipe em “time de guerreiros”, e, se bem me lembro, colocou os coxas para jogar em Joinvile.
Apesar da paixão, acho que Deus tem muito mais o que fazer do que cuidar do meu Atlético. Mas, porém, todavia, contudo, desta vez acho que sem Deus vai ser difícil. Por isso, durante a partida estarei cantando o meu refrãozinho solitário. Venham comigo.
Independente do tricolor a entrar em campo, da sua formação tática, das suas armas e fraquezas, o Atlético tem que ganhar, na raça, na valentia, com a ajuda de todos os santos.
Como o amigo, tenho minhas reservas. Não dá para se jogar ao ataque, esquecer da defesa, ser um time camicase. Sai afoito, leva um no contra-ataque, e a coragem se transformou em burrice.
Mesmo assim, acho que o Rubro-Negro tem que se impor, mandar na partida, apertar a marcação, forçar no ataque, tentar criar as chances para Morro e Guerrón finalizarem.
Espero ver uma grande partida de Cléber Santana. Santana tem os olhos tristes da senzala, parece carregar toda a sua capacidade aprisionada a grilhões que o impedem de brilhar, desenvolver em campo o futebol que alimente o ataque, motive pelo exemplo seus companheiros, faça a torcida louca, pronta a assentar sobre sua cabeça a coroa de rei negro.
Espero ver um Wagner Diniz trepidante pela direita, um Marcelo Oliveira impetuoso pela esquerda.
Espero um Paulo Baier de toques verticais, assistências perfeitas para os nossos castelhanos, um verdadeiro líder, pronto a comandar o Atlético.
Espero Morro e Guerrón dando la lata, azucrinando, movimentando-se por todo o ataque, frios matadores na frente do gol.
Espero que todos falem, gritem, sejam dedicados à marcação, à diminuição dos espaços, ao esforço superior durante todo o jogo.
Espero a torcida dos velhos tempos, dos noventa minutos, aquela que carrega o time, não a carregada pelo time.
Espero, é claro, que Deus nos abençoe.

  

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