segunda-feira, 19 de setembro de 2011

CAMISA PRO MENINO

Quando o mau resultado não me deixa indignado, recolho-me ao silêncio dos perdedores, salvo do grupo os lutadores e desprezo os desfibrados.
O jogo com o Figueirense mostrou com claridade estonteante a fragilidade técnica e tática do Atlético. Pior, escancarou a falta total de energia de importante parcela dos jogadores. O rumorejar da torcida ao invés do estrondoso grito é sinal do descrédito nas camisas sem raça, o clamor soluçado, a esperança de um lance fortuito, da eterna bola parada, nem ela mais a impor perigo.
O Atlético de hoje não é o afunda treinador visto com Adilson Batista, o me dá colo que eu jogo de Renato Gaúcho, é equipe totalmente incapaz de jogar, de chutar a gol com algum perigo, a força de um moleque sem treino. O time que jogou no Rio, que empatou com o Palmeiras, desapareceu, tomou lição tática e técnica do Figueira, um time sem quatro titulares.
Quando se é pior, quando se está inferior, só a raça absoluta pode mudar o rumo da partida. No Atlético, contam-se nos dedos os tenazes, aqueles que na dificuldade conseguem acertar um passe, minimamente ficar em pé. Neste caso, não se incluem os meninos da base, exemplo maior Deivid, um fenômeno. Tivesse o Rubro-Negro quatro Deivids já tínhamos saído desta sinuca há muito tempo.
Meninos rubro-negros! No Atlético de tantos velhos, o exemplo é Deivid.
Vendo o Atlético correr atrás do Figueirense, dominado, fica fácil entender porque Cleber Santana, Madson, Edilson e Kleberson eram reservas nos times de onde foram emprestados para nos colocar na segunda divisão. Estão acabados para o futebol, nada mais tem a oferecer, talvez, um raro brilhareco momentâneo.
Quando Lopes afirmou que Cleber Santana e Madson tinham que jogar, um mau pressentimento me invadiu. Por quê? A história de que o jogador se escala, o treinamento vale, fora lançada no esgoto do Caju, o nome preteria o esforço, a falta de objetividade da dupla medalhão e medalhinha tinha lugar assegurado. Uma pena Lopes. Caiu do discurso.
Santana e Madson são miragens no deserto de futebol do Atlético. Sedentos por vitória, eu, o amigo, o professor Lopes, olhamos para os nomes e nos enchemos de esperanças, vãs esperanças, nunca confirmadas num gol, num lance decisivo. Assim também ocorre com Nieto, Kleberson e tantos outros fantasmas, contratações de esvaziar cofres e matar torcedor. Um bando de reservas de luxo, só faltava o carimbo. Considerem-se carimbados.
Lopes ao chegar deve ter repetido ao pé de ouvido dos figurões o célebre “vou precisar de você”. Confiou e foi iludido. Salve-se Guerron, uma grata surpresa.
Fosse eu o Malucelli já estaria com a barca no cais. Cleber Santana, Madson, Kleberson com direito a classe executiva. Uma cervejinha, um salgadinho, belas comissárias os levariam de volta a seus portos de origem. Outros não embarcariam por absoluta falta de reservas. Conhecesse os meninos do cajueiro poderia garantir lugares na classe econômica para Edilson, Wagner Diniz, Nieto, Rafael Santos e outros que tenho entalados na garganta.
Jogaríamos este final de campeonato com os meninos da base e os com contrato até 2012. Aqueles que poderão sofrer as agruras da segunda divisão, que desejem mostrar serviço, quem sabe até certo amor pelo rubro-negro.
Leio a entrevista com Victor Esquerdinha e encontro uma joia. Perguntado o que significava para ele o Atlético, a resposta foi amor. É o que me basta. Manda a zumbizada embora e dá a camisa pro menino.

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