terça-feira, 27 de setembro de 2011

VALE A PENA TENTAR

Dos jogos do último fim de semana, só a vitória do Vasco sobre o Cruzeiro em Minas, um três a zero campeão, teve diferença de gols superior a um. O Corinthians goleou o Bahia por um a zero em casa. O Santos perdeu para o Figueirense na Vila. O Flamengo venceu o lanterna por suados dois a um. Os resultados provam a dureza do campeonato. Os jogos são definidos nos últimos minutos, com gols arrancados a fórceps, os jogadores caindo pelas tabelas.
Em competição desse nível, impossível errar. Errou, pagou. Como dizia a cantilena muito ouvida por mim na juventude, quem deve paga, quem paga, paga na hora.
Muitas vezes, o erro é fruto da condição psicológica do indivíduo ou do grupo. Na frente da tabua classificatória, o Vasco joga solto, seus atletas se liberam para ousadias, passes saem com perfeição, finalizações são coroadas de sucesso, arbitragens facilitam. Alguns dizem que o time joga com alegria.
O Vasco alegre quase perdeu para o Atlético em São Januário na Copa do Brasil. Desde aquele momento distante sofremos com gols matadores em finais de partida.
Sofremos com a defesa sitiada, com os inexplicáveis gols perdidos, com as expulsões caídas do céu para nossos adversários. Na partida contra o Fluminense, Paulo Baier teria dito não se encontrar em condições de bater a penalidade perdida por Santana. Logo ele autor de nove gols de pênalti na temporada. Por que a falta de confiança?
Leio as pesadas críticas contra os jogadores, concordo com muitas delas, já escrevi algumas, quem tem a paciência de me acompanhar poderá até dizer que persigo dois ou três. Pois amigos, tento fugir da censura, basear meu texto no elogio, mas, por vezes esbarro na total falta de condição, outras tantas com performances muito abaixo do esperado. Procuro ser, pelo menos justo dentro da minha ótica.
A justiça me obriga a dizer que não vejo falta de esforço. Vejo jogadores sobrecarregados com o peso da mochila do rebaixamento, peso que se vai aumentando com o passar dos minutos de jogo, afastando-os da serenidade profissional e orientando-os para os campos de terra do amadorismo, da luta medonha e inglória.
O Atlético tem uma semana para recuperar a alma dos seus jogadores. Definir um time hoje e treinar fundamentos, orientar posições, criar jogadas de ataque, insistir nas preciosas bolas paradas. Levar as famílias para um churrasco no CT, deixar as crianças driblar os pais aborrecidos, trazer um pouco de alegria àquele ninho.
Nós, rubro-negros de Esparta, temos entendimento da dureza da campanha, cada jogo uma Termópilas moderna, um desafio entre a vida e a morte.
Esse entendimento não pode ser fardo a carregar pelos atletas, impeditivo da boa atuação, causa do jogar apressado, do descontrole que só piora o rendimento. A posição na tabela não pode ser castradora do espírito.
Esse entendimento tem que ser motivo para o apoio intenso da torcida, já cansada, eu sei, pronta para gritar o “Raça! Raça!” nem ainda começado o jogo. Onde estão os gritos de Alan Bahia, de Dagoberto, de tantos outros, perebas ou não, afagados pela Fanáticos? Por acaso Manoel não merece ter seu nome aclamado, Renan Rocha, Deivid, Baier, Guerrón, todos afinal. A cada semana temos um dos nossos meninos na seleção da rodada. Por que não gritamos seus nomes?
O Atlético tem jogado no limite da sua capacidade. Não falta raça. Quem sabe um pouco mais de paciência do torcedor e confiança do jogador em sua própria competência possam fazer a diferença, propiciar atuações individuais com maior brilho, um jogo coletivo mais eficiente, transformar empenho em resultado. Vale a pena tentar.


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