quinta-feira, 15 de setembro de 2011

SEMENTE DE DAMIÃO

Para o primeiro treino da semana, Antônio Lopes escalou Renan Rocha; Edilson, Manoel, Rafael Santos e Héracles; Deivid, Renan, Cleber Santana e Marcinho; Madson e Adailton.
Como esperado, pouco mudou. Voltaram Cleber Santana e Madson.
Disse o treinador: “tem jogadores voltando, como o Cleber e o Madson, que têm que jogar”. Deveria acrescentar: “têm que jogar se no treinamento apresentarem futebol de qualidade”. Eu ainda diria mais, jogarão se conseguirem dar alguma objetividade prática aos seus desempenhos, criar jogadas de ataque, fazer assistências, manter o Atlético em situação ofensiva.
Se for para rodar sem qualquer proveito, dar uma de enceradeira – será que os jovens sabem o que é uma enceradeira? –, melhor ficar no banco, dar a vez para quem tenha velocidade e iniciativa para jogar na vertical, preocupar zagueiros, obrigar às faltas na frente da área.
Faz tempo não vejo Madson dar um drible que clareie uma jogada, crie uma oportunidade real, finalize de fora com precisão, algo que já foi um dos seus bons atributos. Já estou achando Madson um falso-rápido, alguém para entrar no segundo tempo com o adversário no bagaço. Acho que “ter que jogar” para Madson é uma afirmação forte demais. Torço para que me engane.
SELEÇÃO BRASILEIRA
Do jogo da seleção fiquei apenas com a carretilha de Leandro Damião e a bola na trave. No Lancenet, Ocimar Bolicenho diz ter tentado a contratação do artilheiro do Brasil junto ao Internacional, que o presidente colorado nem conhecia o jogador, mas o pessoal do futebol já era cônscio do seu valor e impediu a vinda do atacante.
A minha pergunta é: teria Leandro Damião dado certo no Atlético?
Duas caneladas na bola, um passe errado e já estaria na fila dos bondes, a torcida mandando ele para o inferno, a crônica desqualificando, eu colocando dúvidas, o rapaz no olho do furacão, rumo pior destino.
Consagrado como campeão brasileiro em 2001, Cleber era mandado para o inferno a cada jogo pela torcida exigente de gols em cachoeira.
Queremos um Damião pronto, acabado, já na sua fase de esplendor. Morro Garcia chegou, fez dois gols e no dia seguinte Renato estava pedindo um matador, dizendo que o uruguaio tinha problemas de base. Damião saiu da várzea para o Inter, nunca foi da base de nenhum clube, frequentou escolinhas, uma rápida lapidação no colorado e estava pronto para a artilharia do Brasil.
Além da fome de gol e talento para finalizar bem, Damião tem um time inteiro para lhe passar bolas, colocá-lo na frente do goleiro inúmeras vezes. Quem sabe seja o que falte ao Atlético. Um time que de crédito ao atacante e se envolva no seu aproveitamento, um treinador que tenha paciência, uma torcida que apoie de maneira irrestrita.
Quem sabe não existe em Pablo, em Morro Garcia uma semente de Damião.

Nenhum comentário:

Postar um comentário