quarta-feira, 28 de setembro de 2011

TÔ JUNTO

Meses atrás, um amigo rubro-negro doente me perguntou se sabia o caminho das pedras para se trabalhar no Atlético, o tempo disponível e a vontade de ajudar o compeliam a qualquer serviço em prol do seu Furacão. É claro que a pergunta tinha o endereço equivocado. Se soubesse, já estaria dando minhas cabeçadas lá pelos lados da Buenos Aires há muito tempo.
Hoje, eu teria pelo menos alguém para indicar, alguém com pleno conhecimento de como intrometer-se em uma organização e rapidamente transformar-se no dono do campinho. Quem? O senhor Alfredo Ibiapina.
Desconheço os segredos dos bastidores do Atlético. Do que sei, pautado no que li publicado, o empresário nordestino chegou a Curitiba poucos anos atrás e, por um ato milagroso, ajudava no departamento de futebol do rubro-negro, um reserva de luxo, esquentando o banco dos senhores Bolicenho e Zimmermann, os todos poderosos das contratações e descartes, patronos do rebu em que estamos envolvidos.
Com a queda da dupla Bolicenho-Zimmermann, quem ascendeu à direção do futebol atleticano? Ninguém mais que seu Alfredo.
Chegou e virou dono. De cara não gostou da contratação de Paulo Rink para gerente do departamento, indicação de Enio Fornea e Yára Eisenbach. Para acertar o buchicho, dividiram-se as tarefas, ficando seu Alfredo com as contratações e ligação com a comissão técnica e o seu Rink com os descartes e a burocracia do setor.
Novo rei do pedaço, pouco realizou. Contratou Morro Garcia, Renato Gaúcho, Antônio Lopes e só, até irromper campo adentro, esculhambar a arbitragem, colocar o Atlético em risco de perder mandos de campo, ser julgado e colocado à margem do esporte. Fim de uma carreira que nunca deveria ter passado de um estágio não remunerado. 
Agora o presidente Malucelli resolveu assumir o comando do futebol do Atlético. Para não comprometer o clube, solicitou ao jurídico perguntar ao STJD quais as funções seu Alfredo estaria impedido de exercer após a sentença condenatória. Perdoe-me presidente, mas seja por um minuto o presidente e avise ao seu Alfredo que o prazo de validade expirou. Agradeça, por favor.
O presidente assume quando a data limite para contratações já passou e ficamos a ver navios, sem convocar sequer um Finazi para fazer os gols tão necessários. Para o Atlético o mercado esteve sempre difícil. Para o clube com as finanças em dia, dinheiro para gastar, dar um ânimo à torcida, reverter a situação, ninguém foi encontrado.  
Em carta aos atleticanos, diz o presidente: “a partir de hoje o comando do futebol do CAP passa integralmente, sem intermediários, para as minhas mãos. Como Presidente do Conselho de Administração, responderei diretamente por todas as ações que envidarão dar suporte à Comissão Técnica e aos nossos Jogadores para que busquem os resultados que precisamos para nos mantermos na elite do futebol nacional”.
O presidente que afirma não se eximir das responsabilidades e convoca o povo rubro-negro para setenta dias de união, tem a seu favor a experiência da grande virada de 2008, quando junto a Geninho conseguiu o que parecia impossível.
As responsabilidades que o presidente afirma reconhecer são muitas, o concurso do amadorismo do seu Alfredo quem sabe a mais importante.
Senhor Malucelli, discordo em muito da sua gestão, principalmente do imperdoável afastamento de compromissos assumidos pelo clube em relação à Copa 2014. Mas se o prezado me pede setenta dias de união, se o meu humilde apoio pode ajudar o rubro-negro a sair deste inferno, quem sou eu para negar.
Tô junto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário