sábado, 3 de setembro de 2011

CRUZ DAS ALMAS

O amigo vai assistir Grêmio e Atlético?
Antes de responder, leia com atenção ao questionário abaixo.
Está com o plano de saúde em dia? Vai chegar às quatro da tarde já com a garrafa de vinho (tinto seco) vazia, chamando Antônio Lopes de papai do céu? Os parentes estarão à sua volta, o carro com combustível, prontos para levá-lo à casa de saúde mais próxima? Pela manhã já foi à cruz das almas do cemitério onde pretende descansar pela eternidade e lá gastou uma garoupa em velas de todas as cores?
Se você respondeu sim a todas as perguntas, ocupe sua poltrona e deixe a vida te levar.
Prezados amigos. A gauchada que nos surra todo dia no Olímpico, já botou suas bombachas de favo de mel, seus chapéus de beijar santo em parede e está pronta para fazer uma avalanche atrás da outra, aquela coisa que gaúcho adora, despencar arquibancada abaixo, a turba se encoxando e se apertando de encontro à margem do campo, uma demonstração de amor ao tricolor que torna a transmissão do jogo imprópria para menores de dezoito anos.
Para dar força aos pornofans, os meninos do Roth vão atacar por tudo quanto é lado.
Pela direita com Mário Fernandes, Marquinhos, Douglas e Escudero. Pela esquerda com Julio Cesar e os mesmos Marquinhos, Douglas e Escudero. Fixo na frente, no meio dos beques, André Lima, fazendo pivôs para quem vem de trás ou finalizando na bobeira do zagueiro.
À retaguarda dessa linha de ataque, Rochemback supervisionando as ações, distribuindo as bolas, virando o jogo, derrubando o puxador de contra-ataques.
Os laterais Mário Fernandes e Julio Cesar estão sempre no ataque. Fernandes tem toda a liberdade para atacar, entrar na diagonal, penetrar na área, finalizar. Julio Cesar vai menos, mas se houver espaço, cumpre as mesmas missões.
Marquinhos e Douglas fazem as assistências, alternam-se pelos lados do campo, e Escudero inferna a zaga pela esquerda, rápido, na vertical, forçando na individualidade, procurando o pênalti que definiu o último Grenal, então, pelo setor central da defesa colorada.
Na defesa ficam o estreante Edcarlos, Saimon e o volante Fernando. Vitor, em má fase, ainda é o goleiro reserva da seleção. Com os pés um fracasso completo.
Vejo essa horda se aproximando da nossa defesa e tenho que concordar com Antonio Lopes, caso as informações de um 352 com Fransergio de líbero sejam verdadeiras. Primeiro, porque a melhor partida que assisti de Fransergio foi um Atlético e São Paulo em que ele jogou de líbero e ganhamos de um a zero. Segundo, porque teremos nossos alas mais liberados para jogar no ataque, impedir o avanço dos laterais gremistas.
Marcada a saída de bola com Rochemback, Marquinhos e Douglas vigiados de perto, a horda se obriga a cruzar bolas altas sobre a área, facilitando o serviço. Com a bola nos pés, nada de chutões. Troca de passes curta na vertical, proibida a condução no meio campo, obrigatória a dois passos da área.
O Grêmio vai bater o pé e ver a reação do Atlético. Se encolher demais, for frouxo como contra o Galo, tirem as crianças da sala, vai ser uma avalanche atrás da outra. Se enfrentar, mostrar determinação, paciência e inteligência, pode surpreender.
É isso que o amigo queria ouvir? Fiz o que pude. Ah! Não esqueça de visitar a cruz das almas.

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