segunda-feira, 12 de setembro de 2011

VAMO QUE VAMO!

Vida de atleticano não é fácil. Assisti sábado o “clássico” América Mineiro e Avaí. Queria o empate, o Coelho saiu fazendo dois a zero e eu me vendo na lanterna do campeonato. Tudo às avessas. Tive fé, persisti na frente da telinha e a minha vontade aconteceu. O Avaí se recuperou, empatou e quase virou. Não precisava tanto. Torci pelo apito final.
Passei o domingo com a certeza da necessidade da vitória e das imensas dificuldades para consegui-la.  Às quatro lá estava eu de novo com o secador ligado, torcendo pela vitória do almirante contra o Figueirense. O Figueira marcou logo no início, dei potência na secação, o empate veio num gol de pelada e Diego Souza perdeu chance de ouro nos últimos minutos. Quase deu. O Figueirense continua longe, mas ao alcance da vista. Nosso próximo adversário.
Minutos depois estava envolvido na bandeira, sonhando com a vitória impossível. E o coração, de um tuc!... tuc! ... tuc! passou a tuc!tuc!tuc!tuc!tuc! Que venha um suquinho de maracujá.
Uma aterrorizante bolada na trave logo aos três, chutaço de Renato Abreu, me fez pensar no pior. O gol no início, sem dar tempo para a acomodação dos nervos.
O Atlético fez o imaginado. Duas linhas de quatro, a segunda com Marcinho pela direita, Renan e Deivid pelo meio e Marcelo Oliveira pela esquerda. Na frente Guerron e Rodriguinho sem posição fixa, incomodando, mantendo os zagueiros e um dos volantes à retaguarda.
Aos oito Thiago Neves entrou pelo meio, a bola bateu em Manoel e sobrou para o Deivid do Fla chutar para fora. O Urubu avisava, ia centralizar o jogo, forçar na bola aérea, algo imposto pelo bom posicionamento atleticano. Marcinho e Marcelo Oliveira continham Julio Cesar e Leo Moura, o jeito era forçar a jogada central. Ronaldinho fugiu da sua natural tendência de atuar pela esquerda e veio para o meio. Thiago Neves se enfiou entre os zagueiros. O Urubu caiu na arapuca.
Para funcionar o esquema atleticano, Renan e Deivid tinham que bloquear a frente da área, Manoel e Rafael Santos voar no jogo aéreo, e o ataque alfinetar de vez em quando. Tudo funcionou. A defesa desarmava e tinha tranquilidade no passe, Edilson bloqueava Ronaldinho nas suas incursões pelo lado, aos doze o ataque aconteceu, Rodriguinho finalizou de fora, quando poderia ter passado a Guerron livre. Estávamos no caminho.
Aos vinte e nove, Rodriguinho tentou de novo a individualidade com Guerron sem marcação pelo lado e perdeu. Bobeou no ataque, sofreu na defesa. Aos trinta, Ronaldinho bateu falta para grande defesa de Renan e, em seguida, escanteio para outro milagre do menino.
O Flamengo sufocava, forçava pela direita com Willians e Leo Moura, precisávamos atacar, Héracles lançou Guerron, avançou acompanhando a jogada arrasadora do dinamita, recebeu o passe com açúcar e fez o seu primeiro gol como profissional. Um a zero, trinta e seis do primeiro. Tenhamos fé.
Perdendo, o Urubu mudou para o segundo tempo. Entraram Negueba e Jael, dois atacantes, saíram Deivid e Luiz Philipe, o Muralha. Vítima da fome, Rodriguinho cedeu lugar para Adaílton. Certo o professor.
Trinta e seis segundos, Guerron recebeu de Marcinho, passou por Welinton e tocou por cima de Felipe. Golaço.
O Urubu veio com tudo. Negueba se juntou a Willians e Leo Moura pela direita e dá-lhe cruzamentos e escanteios. Aos dezenove Deivid tirou em cima da linha cabeçada de Thiago Neves. Fransergio substituiu Marcelo Oliveira com câibras. Guerron foi jogar sobre Welington, zagueiro vaiado pela torcida, e aos vinte e cinco recebeu o segundo amarelo e foi expulso. Mãe do céu!
Saiu Adailton, entrou Gustavo. O Flamengo que já tinha colocado Diego Maurício no lugar de Julio Cesar foi para o tudo ou nada e aos trinta e sete conseguiu o seu gol. Escanteio pela direita, Diego Maurício ajeita com a mão para Welinton finalizar. O coração turuc!turuc!turuc!turuc!
Aí, aí eu não vou contar mais, para não te deixar nervoso. Foi o clássico bola para o mato que o jogo é de campeonato. Ligue a calculadora, some três pontos, passamos a infernal barreira dos vinte.
Pela segunda vez, ouço a mídia chamar o Atlético de heroico. Foi mesmo. Os meninos do cajueiro deram sangue, Manoel e Rafael Santos duas fortalezas voadoras, Renan Rocha um prodígio, Marcinho uma eficiência tática impressionante, Guerron um rubro-negro de alma e coração.
Neste ano, o Atlético é um laboratório, onde pesquisadores da área podem se lambuzar no estudo de experiências de todos os tipos. Lopes, o alquimista de plantão, conseguiu motivar, comandar e ser atendido. Parabéns professor. Vamo que vamo!

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