quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

AS FERAS DO NHÔ DRUB

Quantos times tem o Atlético? Eu diria que vários.

O Sub-23 com Santos; Léo, Erwin, Bruno Costa e Héracles; David Henrique e Renan Foguinho; Hernani e Harrison; Douglas Coutinho e Junior de Barros é o primeiro.

Aí vem o remanescente do ano anterior alinhando Weverton; Daniel, Manoel, Cléberson e Pedro Botelho; Deivid e João Paulo; Elias e Felipe; Marcão e Marcelo.

Um terceiro pode ser escalado com Renan Rocha; Arilton, Diego Ivo, Luiz Alberto e Myller Alves; Renato e Derley; Everton e Ligüera; Ciro e Geraldão.

Deixei de fora Paulo Baier, Fran Merida, Elivélton, Jean Chera, Maranhão, Crislan, Lucas Dantas, Taiberson, Rosseto, Jean Felipe, Felipe, Ederson, Edigar Junio e outros que me esqueço, dá outro time, alguns são titulares absolutos nos times que escalei.

O Nhô Drub diz que ainda vamos contratar uns três jogadores para encorpar o grupo. Li em algum lugar que 25% do seu time está no Sub-23.

Isso me lembra a Copa de 66, em que tínhamos várias seleções em treinamento, reconhecidas por cores, dezenas de jogadores para se tirar onze. Acho que até os mais jovens sabem o resultado. A maior decepção da história brasileira em Copas do Mundo, fomos eliminados na primeira fase, com Pelé, Garrincha e outros supercraques.

O amigo dirá que estou azarando, lá venho eu com minhas experiências, a minha negatividade entrando em campo com toda força.

O Atlético de colete vermelho e preto tem que treinar e jogar. Tem um mês para colocar uma máquina em campo para a abertura da Copa do Brasil. O jogo com o Figueirense não ajudou em nada.

Hoje li na rede social que a melhor frase para se dizer e a pior para se ouvir é “eu avisei”. Nada mais correto. Quando a maionese desanda nada pior que o agourento mandar um “eu disse que não ia dar certo”. Vontade de matar. O Atlético tem que definir time, amistosos, ou jogos, o tempo está passando, as aves de mau agouro estão com a frase no bico.

O jeito é copiar João Saldanha nas eliminatórias da Copa de 70. Escolher 11 feras e botar para jogar. Está na hora de vermos em campo as feras do Nhô Drub.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O MIRANTE VAI VOLTAR

O amigo leitor seguiu meu conselho, leu e releu e não ficou satisfeito com a “Insustentável inocência do ser”. Eu não o culpo, como já disse, o texto é longo e tem um jeitão de monografia, falta ali um casal romântico, uma cena mais caliente, uma declaração de amor ao Furacão, essas coisas que fazem tons de cinza venderem milhares de livros. Se o amigo não encontrou no conhecimento as respostas desejadas, outros, provavelmente muitos, não as encontrarão.

Quando as respostas fogem do texto simples e direto, escondem-se matreiras em parágrafos onde a oração principal camufla-se entre subordinadas e coordenadas sindéticas e assindéticas, temos que nos lançar nos braços da fé.

E no que acredito? Acredito que o presidente Petraglia é homem obstinado em cobrar e valorizar o conteúdo rubro-negro, crê piamente que de novo os paradigmas serão quebrados, as pretensões que o colocam como o ditador intransigente passarão a ser a pratica no mercado futuro, quando, então, seu pioneirismo será esquecido e outros receberão os louros.

O tempo dirá. O amigo não é obrigado a acreditar no que simplesmente imagino, obrigar-se à fé, ao sacrifício imposto como necessário, e correr o risco da insustentável decepção no fim do caminho. Ler, reler, procurar autorias diversas, fugir dos xiitas a favor e contra, pode ser o melhor rumo para o peregrino rubro-negro. Contudo, recomendo uma pitada de fé.

A minha fé cambaleia quando escuto o jogo do Furacão contra o Figueirense pela Rádio CAP, transmissão em que vi com agrado um acréscimo importante de profissionalismo. A vitória de 3 a 1, obtida em início de partida, revelou a fragilidade do adversário. As inúmeras substituições, a utilização de Derley na lateral-direita – onde está o nosso reserva para a posição? –, certamente trouxeram pouco ganho para o entrosamento da equipe.

O Atlético precisa ter um time principal, jogar partidas importantes, ter dificuldades que o obriguem a mudar sistemas, trocar peças com finalidade específica, ter suas vulnerabilidades expostas para que sejam corrigidas.

Com os estaduais em andamento será difícil encontrar os adversários que imagino. Sem jogos com bom nível de exigência física e técnica, abre-se a porta para as desculpas futuras em caso de insucesso. Fosse eu jogador já estaria com vontade de escutar o Hino, jogar uma partida valendo três pontos, contra o Cianorte, o Toledo, qualquer um com alguma vontade de vencer.

Entre a fé e a descrença, assisto de minha cadeira a arena em construção e desejo estar lá, ver a obra bem de perto. O vento sopra pela janela semiaberta e cochicha esperançoso: fique tranquilo, em breve o mirante vai voltar.

 

 

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

PERDIDO O INTERESSE

No site oficial, no espaço “Palavra do presidente”, Petraglia cede lugar para o Dr. Nelson Rosário, autor do texto “O CAP e a mídia: a insustentável inocência do ser”, segundo o capitão rubro-negro “excelente análise sobre a nossa política e o relacionamento com os veículos de comunicação”. Um pouco longo para a minha preguiça, fui obrigado a ler e reler, achar o foco principal, já que o título remete a livros que, com muito esforço, consigo chegar à página 14.  

O texto é bem amarrado, conciso, o autor é doutor em Sociologia, o amigo rubro-negro tem que ler, tirar suas próprias conclusões. Eu vou comentar dois trechos que tomo liberdade de reproduzir para interpretar.

Primeiro: “As falas e imagens de diferentes personagens estão disponíveis nos canais de comunicação do CAP, assim como as entrevistas pré e pós-jogo, e a mídia pode reproduzir este material como bem entender”.

O que entendi: a RPC pode apresentar no seu noticiário esportivo a entrevista de pós-jogo do treinador rubro-negro à TV CAP, editada ou não, gratuitamente, desde que informada a fonte. Fotos, textos, entrevistas concedidas à Rádio CAP teriam a mesma liberdade de utilização. Fica a dúvida sobre o “gratuitamente”.

Segundo:Ao acusar o clube de amordaçar, a mídia, contraditoriamente, mostra que a mordaça está em suas mãos. Primeiro ao recusar o debate, segundo ao não pagar custo de acesso à palavra exclusiva”.

Leio e movido pela praticidade já me vem à mente uma tabela de preços. Entrevista exclusiva de emissora de rádio com jogador recém-chegado, tantos reais. O mesmo por emissora de televisão, tanto mais tanto. Acompanhamento de treino com direito a entrevista com jogador escalado pelo clube, com jogador solicitado pelo órgão de imprensa, preços diferenciados. Televisionamento de partida contra o Londrina, do clássico Atletiba, de todo o segundo turno, valores distintos. Entrevista pós-jogo com o treinador, com jogadores escalados pelo clube, custos bem definidos.

Fico imaginando tabela como esta colocada em prática, a celeuma que iria causar nos meios esportivos nacionais. O Atlético estaria de novo no centro de todos os noticiários. A pergunta seria: demônio, cerceador das liberdades democráticas ou simplesmente inovador, um lutador pelos seus direitos?

Embora tal tabela trouxesse uma pouco mais de clareza às intenções rubro-negras, coloca-se o assunto em pratos limpos, esqueça-se a ideia. Não precisamos de mais propaganda negativa. Ontem na ESPN Brasil, nos gols mais bonitos, quatro ou cinco em chute de fora – mais sorte que juízo –, um da Portuguesa em que a defesa abriu para o atacante, o de Taiberson fora da lista. O boicote é suave, brando, mas existe.

O Atlético ainda é pequeno para se meter neste charivari, quando se tornar gigante vai ter mais força para brigar, então, quem sabe, já terá perdido o interesse.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

TORCEDOR RUBRO-NEGRO

Não fui, não vi, muito ouvi e concluí: atleticanos e coxas saíram insatisfeitos deste Atletiba.

Depois de fazer dois a zero no primeiro tempo e a sonhada goleada se desenhar claramente, o resultado final, com a inserção do gol de Taiberson, colocou dúvidas na cabeça do torcedor verde. Que time é esse que não goleia o Sub-23 do Atlético e ainda, nos últimos minutos, deixa aquela sensação angustiante de “só falta esses caras empatarem o jogo”.

O atleticano perdeu um Atletiba, outro, encontrar satisfação na derrota é sentimento doentio. O placar por diferença mínima trouxe algum conforto para quem esperava ser goleado. Eu mesmo semanas atrás afirmei que se o Furacão não se cuidasse sofreria goleadas impiedosas contra Londrina e Coritiba.

A expulsão de Deivid, a decisão medrosa do treinador coxa de segurar o time no segundo tempo, com temor de não se sabe o quê, ele mesmo declarou que o Atlético ficou com todos os seus jogadores atrás da linha da bola, parece ter facilitado as coisas para o coração rubro-negro.

O que dificultou para o Furacão foi a decisão do nosso treineiro de trocar Harrison por Renato para suprir a ausência de Léo expulso no entrevero com Deivid. A saída de Ricardinho, já se despedindo para o Figueirense, ou Douglas Coutinho, seria muito mais apropriada. Não gostei. Tento, tento, me esforço, mas não consigo me entender com o seu Bernardes.

O segundo gol coxa, com Rafinha livre pelo lado do campo, e Deivid sem qualquer marcação no interior da área, revelou o descontrole da equipe logo após o gol de Pereira. O emocional influindo no resultado.

Podendo errar muito, achei Santos longe de suas melhores partidas. Se o amigo que foi ao jogo discordar, peço perdão ao ótimo goleiro.

O gol de Taiberson foi lance puramente individual, uma decisão de ataque coroada de êxito. Palmas para o menino. O Atlético precisa decidir se vai jogar o campeonato com os melhores da faixa, ou vai testar jogadores.

Foi um Atletiba de treinadores cheios de medo, nada a ver com a tradição do clássico. Os meninos atleticanos saíram com a sensação do dever cumprido. Um pecado, meninos deveriam ser sempre estimulados à vitória.

Sem medo foi o atleticano que pagou uma fortuna para correr o risco de ser goleado pelo arquirrival, foi lá dar seu inestimável apoio à piazada. A ele o meu maior respeito. Se neste Atletiba descartável, indigno da história do clássico, houve um craque, por unanimidade o escolhido foi o torcedor rubro-negro.

 

 

domingo, 24 de fevereiro de 2013

O ATLÉTICO DA RAÇA VAI JOGAR

Assisti ao jogo do time verde contra o Rio Branco até o quarto gol, ainda no final do primeiro tempo. O técnico fujão do Caju avançou três brócolis defensivos para o meio campo, empurrou dois pimentões verdes pelas laterais, adiantou couves-flores volantes e encurralou o leão da estradinha. Mesmo sem muita aplicação coletiva foi fazendo gols, graças ao maior comprometimento de Rafinha e Patric. Alex foi figura decorativa.

O 352 é ótimo quando o adversário não tem qualquer ação ofensiva pelos lados do campo. Os alas ficam lá na frente incomodando, dando dribles, cruzando bolas, sem qualquer preocupação com a defesa. Foi com toda essa liberdade que o Coritiba venceu. A vulnerabilidade do setor direito do alvirrubro era tão evidente que até o Chico, irreconhecível com aquela camisa, chegou na área a dribles e cruzamentos.

Ninguém sabe que esquema o fujão vai utilizar. Faz mistério. Respeitoso, decidiu concentrar o time sábado à noite. Vai colocar o Alex para nanar mais cedo.

Alex foi exemplo de craque vagalume, brilha, some, brilha, some. Um craque com direito a sonecas no círculo central. Pelo que vi, ainda está fora de forma, não encontrou seu espaço no campo, a perna está sem força para o lance longo, o time não lhe presta continência. Nada disso o impede de decidir a partida.

O Atlético pode vencer esse Coritiba com a corda no pescoço depois que o Londrina derrubou o Jotinha. O Milan venceu o Barcelona com marcação. Marcar, tomar bolas, incomodar no ataque, parece ser boa solução para o Atletiba. Fôlego e ousadia não faltarão aos meninos.

O que preocupa é passar do ponto, fazer a falta desclassificatória, o pênalti que desequilibra, cair na provocação coxa-branca, assustar-se com possível pressão inicial, reagir ao homem de preto. O que preocupa é o emocional.

A minha inquietação deve desassossegar também os macacos velhos do futebol rubro-negro, a começar por Antonio Lopes, o técnico que, com Evandro e companhia, venceu o time da torcida do Nescau em 2005.

Lembram-se de “Au! Au! Au! Torcida do Nescau”?

Os pais da bola devem ter passado a semana alertando os meninos, ensinando atalhos, fortalecendo o entrosamento, sussurrando é possível. Todo o trabalho foi feito e, tenho certeza, bem feito. Animem-se rubro-negros, esqueçam o Sub-23, o Atlético da raça vai jogar.

 

sábado, 23 de fevereiro de 2013

GANHAR DOS COXAS

As notícias estão mais para os rodapés de páginas e segundos de transmissão radiofônica ou televisiva, mas, quem tem tempo e bom ouvido sabe que Cianorte e Arapongas estão para acabar. Times que foram expoentes no estadual de anos anteriores ameaçam fechar as portas, trocar de cidade, deixar torcidas abandonadas.

Presidentes dizem não receber apoio das prefeituras e empresários locais, arcando solitariamente com imensos prejuízos. A Federação sequer atende aos telefonemas dos clubes na bancarrota.

Moral da história: O clube interessado em montar equipe um pouco melhor, gasta mais e encontra no deficitário estadual o caminho para a falência. Procurar socorro na Federação é ato de comédia pastelão, sabido que a entidade nada mais é que paupérrimo entreposto burocrático, infelizmente ainda necessário.

Uma leitura mais refinada poderá encontrar na participação do Atlético com time Sub-23 contribuição decisiva para tal estado de coisas. Afinal, em campeonato com somente dois times de ponta, o afastamento proposital de um leva à obviedade do fim, à ausência dos grandes encontros, ao desinteresse do público em geral.

Mais que clara fica a impropriedade das receitas disponibilizadas pela televisão para cobrir gastos mínimos de nossos clubes interioranos.

Quando o presidente do Cianorte diz que ano passado colocou “588 mil do bolso para fechar as contas e nesta temporada já foram outros 150 mil”, verifica-se que essas cifras poderiam ser parcialmente cobertas pelas cotas de televisão, tivéssemos aqui valores semelhantes a outros campeonatos estaduais.

Assim, não se pode culpar o Atlético de recusar a oferta da RPC. Com gastos estratosféricos, a locomotiva do campeonato tem que receber valores condizentes com esses dispêndios, com sua estatura de time de maior torcida do estado. Tivessem outras equipes a mesma visão profissional, seguissem sua esperta liderança, a quebradeira poderia ser evitada.

Um final de turno com campeão diferente do Coritiba poderá dar alento ao modorrento e deficitário campeonato. Para isso nossos meninos podem contribuir de forma importante, dar chance ao renascimento do futebol do interior. Vamos lá piazada, força, rumo ao treme-treme, ganhar dos coxas.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

PUXÃO DE ORELHAS

Alertado pelo leitor passo pelo site da Gazeta do Povo e leio a coluna “Missão de Opinar” do Sr Aírton Cordeiro, onde o jornalista, que no início da semana aterrorizou a cidade com sabidas inverdades, diz ter um escritório de comunicação, joga confetes na carreira já no seu perigeu e, na maior cara de pau, presta esclarecimentos que desmentem as informações anteriormente divulgadas.

Diz que o Atlético tem alvará para a obra, que a retificação do rio Água Verde está prevista em convênio entre os governos do estado, município e Atlético, e, na maior sem cerimônia, informa que esses conhecimentos estão disponíveis na Secretaria Municipal de Urbanismo.

Imagina-se que quem dispõe de um “escritório de comunicação” tenha, no mínimo, uma dezena de estagiários mal pagos para conferir a veracidade dos elementos de texto a ser publicado no jornal mais importante da província. Se os “focas” existem e o serviço onde as informações estão disponíveis é conhecido, deixo para o amigo classificar a coluna que deu origem ao salseiro: má-fé, irresponsabilidade, desprezo para com o leitor, direito de opinar sobre ideias sem qualquer correlação com a verdade, DNA, ou data de nascimento antiga.

Eu me congratulo com o editor da Gazeta. A coluna esclarecedora me cheira a um belo puxão de orelhas.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

TORCER PELOS MENINOS

O amigo está preocupado com o Atletiba, com a temerária escalação do Sub-23 contra o arquirrival? Vou lhe apresentar o Atlético que jogou a final do Paranaense em 2012, empatou com o coxa e perdeu o título nas penalidades. Vamos lá:

Rodolfo; Cleberson, Manoel, Renan Foguinho e Bruno Costa (Héracles); Deivid e Renan Teixeira (Alan Bahia); Zezinho e Paulo Baier (Ligüera); Guerrón e Edigar Junio.

Foi atrás desse time que a torcida encheu o Couto Pereira, torceu como louca e sofreu com o erro de Guerrón. Foi com esse time e sem Guerrón que enfrentamos a 2ª divisão.

Agora vou escalar um provável Furacão para domingo:

Santos; Léo, Rafael Zuchi, Bruno Costa e Héracles; Elivélton e Renan Foguinho; Renato e Harrison; Hernani e Douglas Coutinho.

A intenção é provocar o amigo a comparar as equipes. Provocado vai dizer que é impossível, são situações muito diferentes, na final o Atlético pretendia o empate, levar o jogo para os pênaltis, daí a formação da primeira linha de defesa com quatro zagueiros, um monstrengo defensivo.

Se partir para a comparação, dirá que a principal diferença está na experiência de Manoel, Renan Teixeira, Baier e Guerrón, sem esquecer que Guerrón em Atletiba anterior foi expulso nos primeiros minutos e perdeu o pênalti decisivo.

Se desejar advogar a causa do Sub-23, dirá que o time tem cada macaco no seu galho, alia técnica, juventude e velocidade, joga de sangue doce, vem de boa vitória, nada tem a perder.

O que eu acho?

Acho que o sucesso dos meninos é muito dependente do apoio da torcida. Se o torcedor atleticano cair na pilha do inimigo e for ao treme-treme para manifestar o seu protesto contra a diretoria, a tarefa ficará muito difícil. Não acredito. Não é esse o perfil da torcida rubro-negra.

Acho que defensivamente o coxa 2013 é pior que o 2012.

Acho que se deu para torcer pelo Guerrón, dá para torcer pelos meninos.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

DEPARTAMENTO DE PESSOAL

Você nasceu aqui, ama o Brasil, se emociona ao cantar o Hino, mas se não tiver a certeza de que nosso querido país é de um atraso mental irreversível, será um inocente útil de primeira grandeza, estará cooperando com a sua inação para que idiotas comandem os seus destinos. E de idiotas o Brasil está cheio.

Exemplo disso são os terroristas que estão perseguindo a blogueira cubana Yoani Sánchez, Brasil afora, com o beneplácito do governo brasileiro. É uma ralé a agir impunemente contra uma menina valente que ousa afrontar a ditadura mais antiga do mundo. Por que me espanto?

A bateria do Salgueiro ostentava nos seus instrumentos a figura mitológica de Che Guevara, um assassino cruel, selvagem, responsável pela morte de inocentes não só em Cuba, também na África, também na América do Sul. Podia ser Marilyn Monroe, Einstein, Gandhi, Elis Regina, não, tinha que ser o Dr Guevara. Tudo bem, no carnaval a estupidez está liberada.

Em Curitiba temos o terror-jornalista e seu alvo é o Atlético. Irresponsável, cria notícias, lança rumores, gera confusão, com uma liberdade jamais vista. Nada me espanta, já vi esta gente liberada de todas as peias, investir com força contra instituições muito mais significativas que o meu rubro-negro. Senta, olha para a telinha do computador e se pergunta: “Que bobagem vou escrever hoje?”. Cria uma infâmia qualquer, joga sobre a mesa do editor, ganha sua chancela e lá está a matéria publicada, passou a ser verdade.

O tempo provou que esses infames passaram dos limites, levaram o país à perda generalizada de valores, à completa vitória da boçalidade em cada segmento da vida brasileira. Aterrorizadas com os resultados, as redações se vacinaram, os estúpidos estão sob controle.

É esse controle que falta à Gazeta do Povo. Seu editor-chefe deveria inquirir seus colunistas sobre suas fontes, controlar a estupidez, seja ela gratuita, advinda dos medalhões e seus velhos e insolúveis problemas pessoais, seja ela proveniente da juventude de seus escribas.

No primeiro caso, face à má-fé absoluta e à geriátrica impossibilidade de modificação de procedimentos, destituí-los do cargo, aposentá-los definitivamente.  No segundo, orientar os meninos no sempre difícil e afoito início de carreira.
O editor da Gazeta sabe qual é o seu dever. Só lhe falta chamar o departamento de pessoal.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

ATLETICOSE

Fui ao paraíso e voltei bichado. De novo. Acho que minha natureza reprova as comidinhas da hora, as pernas para o ar, as caipirinhas adocicadas por múltiplas frutas vermelhas, os queijinhos variados, as bombadas azeitonas espanholas. Quer o estresse, o restaurante a quilo, o pão triste carregado de grãos de todos os tipos, o desgaste do trânsito, o queijo branco com gosto de queijo branco, exige a proximidade do meu Furacão.

Saí da marina paradisíaca e fui me tratar na bela Cascavel de tantos rubro-negros, acolhido no palácio da sobrinha querida, cumulado por atenção cinco estrelas, deixei o Marajá de Ranchipur com inveja bestial, tão escancarada como a de coxa vendo a Arena magnífica crescer dia após dia.

À Didoca, ao Marcão, ao Kaká, à Cláudia, à Maria, ao Dr Kimura, um atleticano de fé, meus agradecimentos.

Estou de volta à ensolarada Curitiba, baleado, mas a cabeça ainda em funcionamento. É para isso que soldados usam capacete. Salva a cabeça, o resto dá-se um jeito.

Na minha recuperação, a vitória contra o Jotinha teve lá seu efeito positivo. Os gols dos meninos foram um bálsamo. Vendo os melhores momentos fiquei preocupado com dois cruzamentos que encontraram atacante livre no pé da segunda trave, ali, no cantinho do Romário. Tem que consertar, há evidente erro de marcação. Sinto falta dos jogos gravados, do ver e rever para entender.

Sinto falta de notícias do Furacão malaguenho. O que está fazendo? Quando vai jogar uma partida à vera? Nos jogos no exterior ainda observei falta de entrosamento, seguidos erros de passe. O Atlético tem que treinar passes à exaustão, buscar a posse de bola, ter alternativas de ataque, chegar no Brasileiro tinindo, ganhando jogos, impossível começar aos tropeços. Os times da série A estão se fortalecendo, o Atlético fazendo apostas. Preocupa-me.

Sinto falta de notícias de onde vamos jogar o Brasileiro. Janguito, Joinville, Paranaguá, contatos com a CBF, nenhuma das iniciativas me agrada. Tudo me lembra 2012, aquela indecisão que deixou o time ao desamparo, levou às arquibancadas do Ecoestádio, um quebra-galho de aproveitamento duvidoso para a série A. Preocupa-me.

Não posso me preocupar. A preocupação pode dar alento às minhas “oses”. No estado atual, só o que me falta é uma atleticose.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

CORITIBA CATAPIMBA

Contra todas as expectativas, o Atlético dos meninos venceu o Jotinha pelo clássico placar de 3 a 1, sem direito a sustos no final do jogo, com direito a belos gols de Douglas Coutinho e a cobrança correta de pênalti por Harrison. Para quem lamentava a falta de vitórias como eu, a realização de um sonho.

O treinador lamentou o gol sofrido. Deveria exaltar a enxurrada de gols marcados. O atleticano mal acostumado saiu de campo empanturrado, passou na farmácia para comprar um digestivo, um Pragol 500 mg.

Gols marcados ganham jogos, os sofridos acontecem, os treinamentos constantes conseguem diminuiur os erros que lhes dão origem, anulá-los é impossível. O Atlético ganhou por uma simples razão, fez mais gols que o Jotinha. Matemática básica.

A torcida impaciente pediu o time titular. No fundo, o atleticano ainda acha isso possível, o fim da aventura, a volta dos vencedores de Espanha para o segundo turno.

Eu não acredito. O Sub-23 é um projeto do Atlético que, a meu ver, será levado a termo aconteça o que acontecer. Começou bem na sua idealização, sofreu modificações a meio caminho, que levaram ao início desastroso, agora vai tomando jeito. Não me impacienta o Coritiba mais uma vez campeão, ou Londrina, ou Paraná, me incomoda o erro de percurso.

Muito da impaciência do torcedor vem da proximidade do clássico, a previsão de uma peia homérica, outro começo de semana ouvindo a zoação coxa. É risco a correr. Se traz algum conforto, o Coritiba ganhou do Jotinha no pau da goiaba, com o juiz não dando pênalti claro para o moleque e arrumando falta na entrada da área para Alex bater na cabeça do atacante. Tudo como dantes no quartel de Abrantes.

Verdade é que o time do Nhô Drub tem que jogar. Quando digo jogar, não me refiro a amistosos contra os motoristas da Itapemirim, a seleção da Liga de Matinhos. Então, fazer algumas partidas em casa, dar ritmo ao time e descanso aos meninos, pode ser boa pedida. Pelo menos evitaria desculpas futuras do tipo perna pesada, falta de sequência de jogos, essas coisas que me fazem perder a paciência e duvidar do profissionalismo.

Ideias para pensar e repensar. Agora é hora de louvar a vitória, dar parabéns aos meninos bons de bola, colocar medo nos coxas, lançar dúvidas, um simples empate e eles podem perder o turno com Alex, Deivid, Rafinha e... desculpe o amigo, pouco conheço o time verde. Na atual conjuntura, o Atlético é franco atirador. Uma emboscada bem armada, um tiro bem dado e o Coritiba catapimba.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

MÁS COMPANHIAS

Com o afastamento da competição pelo Atlético, o Paraná viu sua grande chance de chegar ao Campeonato Paranaense. Estufou o peito, acreditou na miragem e foi à luta. Em poucas rodadas começaram as dificuldades, as reclamações contra a arbitragem lhe diminuíram o passo, no jogo contra o Jotinha, o presidente e sua comitiva de gralhas soltaram penas para todo lado.

O Paraná caiu na real, a ficha demorou a cair, mas, cataplim, caiu, e a gralha está indignada. A arbitragem que matou o Furacão em 2012, agora a maltrata, e ela sofre vítima da sua própria inocência.

Pequeno na inteligência dos seus dirigentes, o Paraná entrou no jogo do Coritiba e compactuou com ele na tentativa de desastabilizar o Atlético. O acordo para o empréstimo da Vila Capanema para os jogos da segunda divisão não saiu, terminou o ano sem dinheiro para pagar jogadores, com uns trocados no cofre teria se aproximado com chances da série A.

Ainda a serviço da máfia coxa-branca, fez um último jogo de vida e morte contra o Furacão, como se a presença rubro-negra na segunda divisão lhe facilitasse de alguma forma o retorno pretendido em 2013. Chega-se à conclusão que a gralha é um bicho sem qualquer visão estratégica.

O Paraná sente agora a força da conspiração alviverde. Ingênuo, acreditava no demônio rubro-negro, andava de amores com o Coritiba, agora chora, começa a entender até que ponto foi seu amadorismo.

É hora de pensar com profissionalismo, procurar os bons exemplos, unir-se a eles. Na província, o profissionalismo está no fim da Engenheiro Rebouças.

Paraná e Atlético tem pontos em que dois dedos de prosa podem gerar crescimento mútuo. O tricolor tem a Vila, o Atlético jogadores para empréstimo, grana para pagar um aluguel razoável. Tudo pode dar certo, basta o Paraná pensar grande e abandonar as más companhias.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

SEM VITÓRIAS

Ao ler a escalação do jogo contra o Arapongas, chego à conclusão que o treinador optou por um esquema mais próximo do executado pelo time do Nhô Drub. Um atacante centralizado (Pablo), outro pelos lados do campo (Ricardinho), e um meio com dois armadores (Hernani e Harrison), um dos quais, imagino, só posso imaginar, ocupe espaços deixados livres pelo adversário.

Modificados alguns nomes, Zezinho por Harrison, por exemplo, o esquema já foi utlizado contra o Londrina. A análise é feita somente com base nas escalações e nas características dos jogadores empregados. O Sub-23 em Arapongas é menos visível que o titular na Espanha, coisas do Furacão. O Atlético em guerra causa danos colaterais em amigos e inimigos.

O esquema é conhecido de Harrison, Zezinho, Ricardinho, Taiberson e Pablo, o que pode trazer melhor rendimento.

Dentro dessa ideia, imagino que a escalação do Rubro-negro contra o Jotinha seja a seguinte: Santos; Léo, Diego Ivo, Bruno Costa e Héracles; Renato e Foguinho; Dúvida e Harrison; Ricardinho e Pablo.

O amigo sabe que o Atlético não tem o meia Dúvida no seu elenco. A dúvida é minha. Vou ao site oficial, pesquiso no elenco Sub-23 e encontro uma dezena de armadores, todos classificados como meio-campo, o site não faz distinção entre volantes e armadores. Continuo na dúvida. Vou escalar Taiberson, já fez a função em 2012, poderia escalar o Douglas Coutinho, o Junior Barros, avançar o Renato, deixar o Elivelton como volante.

Quem eu gostaria de escalar mesmo era o Marcos Guilherme, só para ver. Se o campeonato é a leite de pato, vamos ver o menino jogar, assim como vamos ver Léo e Diego Ivo.

O atleticano que vai a campo sem maiores expectativas de vitória, nem tem grandes esperanças nos novos contratados, poderia ver o nascimento de um craque, criar alguma morivação para o resto deste campeonato sem fim, sem visibilidade, sem lucro e sem vitórias.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

FICAM AS ESPERANÇAS


Jogo que não se vê não se comenta. Acredita-se em quem viu. O treinador diz que foi a melhor apresentação do Atlético. Eu acredito. Com Harrison e Ricardinho o melhor rendimento era esperado.

Se acredito, se está tudo no bom caminho, sou obrigado a falar na penalidade perdida. O Atlético sofre com a perda de pênaltis. Desde o ano passado, jogamos gols na cesta do lixo graças a jogadores de "personalidade" que assumem a responsabilidade pela batida.

Perdemos a possibilidade de um Paranaense com Guerrón e avançamos para a série B perdendo pênaltis contra times fraquíssimos, colhendo a derrota quando o empate seria grande resultado, capaz de dar tranquilidade para o continuar no campeonato terrível. Até Alan Bahia, um tiro certo, perdeu o seu.

No jogo da classificação para a série A, Marcelo mandou para as nuvens e corremos o sério risco de jogar com o Palmeiras em 2013. Se procurar bem vamos encontrar Baier perdendo pênalti em 2012.

Ontem foi a vez de Ricardinho bater de forma bisonha e manter a equipe com apenas uma vitória no campeonato.

Pênalti não é para quem tem vontade de bater, tem "personalidade", é para quem treina mais, tem melhor rendimento no treino, estuda goleiros, tem chances reais de acertar. Um time bem treinado tem seu batedor oficial. Para time que tem média de um gol por partida, perder pênalti é um desastre.

O contraponto está no time que foi ao exterior. Lá, Elias e Felipe converteram as oportunidades que tiveram. Harrison também acertou um outro dia. Melhor assim. Ficam as esperanças.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

SECRETÁRIO DO REI

"Morram de inveja poltrões", diria o secretário do rei, "o Atlético é campeão da Copa Marbella 2013, está nos anais da história".

Aqui em Boa Vista da Aparecida, onde assisti o jogo pela maravilhosa BandSports, até as colinas sabem, as margens do lago imenso e belo sussuram, as nuvem revoltas amansaram seus ventos, estão resignadas, o Brasil tem seu primeiro campeão internacional do ano, é o Atlético Paranaense.

Outros, quem sabe, virão, o primeiro é o Atlético.

Manoel levanta a taça linda, o presidente do Conselho tira sua casquinha, o grupo de reúne festivamente para a foto histórica. Ganhamos e ganhamos com méritos, embora eu tenha me afastado da frente da TV nos últimos minutos, ainda traumatizado por tantos resultados ruins colhidos nos fatais segundos finais, bafejados pela inveja, pela secação tremenda dos inconformados, agarrados às velhas fórmulas, pior, sofrendo amargamente para ter alguma projeção nos velhos e carcomidos estaduais.

Além de vencer e colocar seu torcedor no paraíso, o insuportável nariz erguido com orgulho, o Atlético abriu novo caminho para as pré-temporadas dos grandes times nacionais. A partir de agora, os estaduais que a nada levam serão vistos de outra forma, os torneios pelo mundo serão buscados, os convites disputados a tapa pelos departamentos internacionais dos clubes não inclusos na Libertadores.

É uma nova fase liderada pelo Rubro-negro, o time da modernidade. As federações terão que modificar as fórmulas dos estaduais, tirar leite de pedra para conseguir dar sobrevida a esses campeonatos. Os tempos mudam, impossível ficar agarrado à mesmice, ao cansativo, ao pouco lucro, ao decidido em arbitragem desastrosa.

Os reflexos da vitória do Furacão não serão poucos, não se resumirão ao colocar da linda taça na galeria de troféus, o tempo dirá.

Por enquanto vamos comemorar, nós atleticanos merecemos. Temos tomado pancada de todos os lados, assumido riscos imensos, precisávamos de um incentivo do tamanho da Copa Marbella.

Os inimigos desprezarão o feito, é muito natural. Eu dedicarei a eles o mesmo desprezo. Ficarei com o secretário do rei.


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

MODELO A TODA A TERRA

A crônica nativa discute o valor da pré-temporada internacional do Rubro-negro. Um defende, vinte atacam, uns chamam de “passeio”. Entre os que atacam estão aqueles que enxergam em jogos do estadual os verdadeiros testes para equipes em início de preparação.

Assisto cinco minutos de Coritiba e Nacional e vejo o gol dos coxas, de falta, do faltoso William. O treino acabou. Que teste é esse? O Coritiba está bem? Está mal? Impossível dizer. O Paraná sofre para empatar com o Operário. Qual a avaliação? O Paraná está mal, tem que contratar, se não o fizer, continuará na segunda divisão. O Paranaense só serve para provar que você está mal.

O Atlético venceu o Dínamo de Kiev e está na final da Copa Marbella no domingo. Para quem disse que o Atlético está a passeio, o jogo mais pareceu um onze contra onze desses rapazes que se esmurram para garantir danos cerebrais permanentes e me fazem perguntar por que proíbem briga de galo.

O Furacão foi colocado à prova em todos os sentidos e venceu. Começou titubeante, foi se firmando, tomou trombada de todos os lados, retribuiu da mesma forma com abalroamentos e bicudas dolorosas.

O Dínamo faz jus ao nome, é forte, veloz, duro e joga com intensidade todo o tempo. Dividida lá não deve se chamar pé de ferro, no mínimo pé de titânio. No campeonato deles devem sair uns cinco por jogo para a Fraturaich Klinic.

Pois contra esse time, o Atlético se impôs, criou jogadas, perdeu gols. Elias centralizado no meio campo, Everton pela direita, Marcão na frente e Marcelo pela esquerda foi como Nhô Drub armou o ataque. Deu certo. Não fosse o goleiro, no mínimo um a zero seria o resultado do primeiro tempo. Aos 35, após entrada violenta, Marcelo foi para a direita em virtude do risco de morte.

Abriu o segundo tempo e o Atlético começou a acertar os galegos mais violentos. Aos 13, depois de confusão, Felipe substituiu Elias. Com Marcelo muito bem pela direita, o Furacão continuava soprando no ataque, perdendo gol, quando aos 18, o juiz expulsou um mais dinâmico que quase quebrou Marcelo.

O jogo ficou ainda mais truncado, muitas faltas cobradas com lentidão, o Atlético com melhor organização, tentando construir jogadas, o Dínamo abusando da bola longa, dando a chance para que Manoel fosse o rei da bola aérea. Seu Manoel jogou muito.

Aos 37, Daniel invadiu a área e sofreu pênalti. Felipe foi lá, caminhou, esperou o goleiro mexer e tocou no outro canto. Fim de pelada. Caneco à vista.

O Atlético teve um grande adversário pela frente, teste impossível de encontrar em terras paranaenses. Mostrou entrosamento, preparo físico e coragem para vencer. Deve ter colocado dúvidas imensas nos que imaginam o estadual como o grande preparatório para o ano. Como diz o hino dos gaúchos: Sirvam nossas façanhas de modelo a toda a terra.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

CULPA NO CARTÓRIO

Mal cheguei ao campo e encontrei amigo velho de tempos felizes, carregando o filho que vi menino, hoje um homem graúdo, atleticano como não podia deixar de ser.  Foram noventa e tantos minutos de conversas sobre o Rubro-negro, o jogo caminhando ali em banho-maria, a esperança sempre presente na expectativa de um golzinho salvador. Ficou faltando.

E não aconteceu por que foi jogo de dois times absolutamente iguais em suas dificuldades, em que os treinadores foram incapazes de introduzir alguma modificação que pudesse dar algum resultado positivo. Ao final do jogo uma voz isolada puxou um “Vergonha! Vergonha!” e parou solitária. Reclamar do quê? De quem?

O Atlético joga num 422...2 em que o último 2 não consegue manter contato com o restante do sistema. O time defende bem, os dois volantes cumprem suas missões, Zezinho e Hernani fizeram partidas razoáveis, os laterais até chegaram no ataque, mas esse conjunto não consegue colocar uma bola em boas condições para o arremate de Douglas Coutinho ou Tiago Adan.

Quem já viu Adan jogar, e ele fez parte do time titular na série B, sabe que o atacante não tem qualquer habilidade para jogar de costas para o gol, para dominar a bola são necessárias mínimas três boas enxadadas. O passe de primeira, importante para um pivô ofensivo, é deficiente. Adan é jogador para receber a bola na frente, pronta para o arremate final. Se essa bola não chega, adeus tia Chica.

Douglas Coutinho já vi jogar duas partidas e continuo esperando dizer um oi para o seu bom futebol.

Pronto, o Ivan já achou os culpados, os dois atacantes, deu nome aos bois. Mais ou menos. É também evidente que o esquema com dois atacantes de braços dados na frente da área não funciona. O máximo que se consegue são chutes de fora da área, até os escanteios são raros, o que mostra a dificuldade para se chegar pelos lados do campo.

Se a ideia é copiar o esquema do Nhô Drub, por que não se coloca alguém que chame a bola de você no meio dos zagueiros, Zezinho para fazer a função de Elias, Hernani para armar pelos dois lados e Marcos Guilherme – esse não é o craque? – a “marcelar” pelas pontas? Vai jogar quando esse menino?

É só uma ideia de quem gosta de quem sabe jogar, passou um bom final de tarde conversando com estimado amigo, o ouvido na história, o olho no campo. A maratona de passarela me colocou para pensar: Até onde esse treinador tem culpa no cartório?

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

PARAR NO ACOSTAMENTO

O jogo contra o Cianorte foi ótima fonte de informações, principalmente quanto à nova geração rubro-negra. Calma! Calma! Não vou mais falar em Harrison. Vamos falar nos vivos.

Santos, Foguinho, Héracles, Bruno Costa, Zezinho, Tiago Adan todos já vimos atuar, temos opinião formada, amamos e odiamos com poucas chances de erro. Não vou me ater aos jovens veteranos. Vou dar meus pitacos sobre a garotada e somente sobre suas atuações no jogo contra o leão do vale.

Renato, volante, foi improvisado na lateral direita. Difícil avaliar. Preso na defesa foi bem na contenção e muito pouco visto no ataque. Em uma de suas poucas subidas, cortou o zagueiro e deu um belo chute de esquerda defendido pelo goleiro. Melhor esperar para vê-lo na sua posição de origem.

O improviso de Renato mostra a falta de laterais no Atlético. Começamos 2012 com Pablo na lateral. Neste ano, evoluímos muito pouco. Temos Daniel e...

Erwin, ou “polacão” como disse o meu vizinho de grama, é bom no jogo aéreo, corajoso, rápido, nos limites defensivos saiu-se bem. Falar mais seria inventar.

David Henrique, ou David Manteiga, é fonte de esperanças. É dinâmico, marca bem, quer a bola, ótimo sinal. Não sei se impedido pelo treinador pouco passou do meio campo, o que no futebol de hoje é fundamental para a análise da atuação de um volante. Mesmo assim gostei.

Hernani ganhou o jogo no primeiro tempo. Para mim foi o melhor dos garotos. Tem bons fundamentos e sabe driblar, sair da marcação, tem coragem para chutar de fora, joga pelos dois lados. É pedra boa para dar as marteladas certas.

Douglas Coutinho não vi jogar. Os três zagueiros do Cianorte foram barreira considerável para os nossos atacantes. O nosso meio não funcionou, é injusto avaliar atacante que não recebe bolas. Quando recebe uma está frio, quer caprichar demais e perde. Fica para outra vez. Acho que possa dar lugar a Pablo hoje contra o Paranavaí.

O importante é ter continuidade, custe o que custar. Já vi Willian ser lançado por Ney Franco, ser deixado de lado e muito bem aproveitado pelo Corinthians. De nada adianta Hernani mostrar bom futebol e desaparecer no limbo. A experiência com o Sub-23 serve exatamente para avaliações corretas, feitas sobre atuações várias, contra adversários do mesmo nível.

O mesmo serve para os demais seis veteranos que completam o time, alguns já bem rodados. Para eles essa pode ser a última oportunidade. Ou colocam o carro para andar, mostram qualidade na direção, ou vão parar no acostamento.

 

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

BONS VENTOS DE MARBELLA

Estou jogado na poltrona, sofrendo a tradicional virose pós-praia, um brinde que você ganha após dias na Divina, assistindo ao “crásico” Paratiba, quando a RPC passa para o “show do intervalo”. Nem o estado lastimável em que me encontro me impede de cair na gargalhada. A cabine de transmissão é uma goteira só, o locutor abre um guarda-chuva para se proteger do tempo inclemente e chama o comercial. De retorno para “os melhores momentos”, já sem o guarda-chuva, os pingos obrigam à rápida imagem do Dida respingado e ao VT imediato. Hilário.

Vem então a sugestão. Na nova Arena, o Atlético poderia prover uma cabine exclusiva para a RPC, com gotejamento artificial, óbvio com reaproveitamento da água de chuva, acionado por dispositivo movido a energia solar, dando à equipe de transmissão a real sensação do clima do jogo, algo que o Paraná inovador, infelizmente, nos passou à frente, tem direito ao recebimento de royalties pela brilhante ideia.

Vamos ao jogo com aquele time de nome difícil da Bulgária.

O Atlético venceu com facilidade e mostrou que os dias de treinamento foram de real trabalho. Boa marcação, boa troca de passes, entrosamento do ano anterior preservado, levaram à vitória.

O time é o mesmo de 2012 com a entrada de Daniel na lateral-direita. Muda, por que Daniel não tem a força ofensiva de Maranhão, ou ainda não ganhou entrosamento suficiente para ir mais ao ataque.

È bom saber que o Furacão está trabalhando duro. O entrosamento e a boa preparação física é o que tem para enfrentar o ano. À exceção de Everton, as contratações são de jogadores medianos, que brilharam na origem, foram para times de renome e não emplacaram. Pode ser que entrando em time bem articulado, possam voltar a render, é o que todos esperamos.

O time base jogou e fez dois a zero no primeiro tempo. Weverton garantiu o zero defendendo pênalti bem cobrado. Na segunda fase, as substituições foram fartas, e os gols foram se acumulando. Avançou a defesa, toma gol de contragolpe, bobeou Marcão entra com bola e tudo, cedeu escanteio, leva gol contra ou faz a alegria de Manoel.

A festa acabou 6 a 2, um chatíssimo Juninho Quixadá fez os gols do Ludogorets. Não bastasse o presidente do Senado alagoano, o da Câmara potiguar, os dois com passado reprovável, mais um nordestino para me tirar o sono.

Em jogo com esse placar, fica difícil não sentir a ausência de gols e a pouca presença de Marcelo. Deve estar se adaptando aos ares espanhóis, ou aquelas coisas de perna pesada, falta de ritmo, etc.

Foi um ótimo começo. A proposta internacional parece ter dado ânimo redobrado para o treinamento. Que soprem por todo o ano os bons ventos de Marbella.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

GRANDE MISTÉRIO

Quatro horas da tarde, os meninos no aquecimento no centro do campo, não vejo Harrison, alguém me diz que vai jogar David Manteiga, a torcida começa com o “tem que correr, tem que jogar...”, algo tão próprio quanto Renan Calheiros na presidência do Senado. Vamos ver no que vai dar. Com fé.

O amigo sabe que esta foi a primeira vez que fui a campo em 2013, sendo assim, a primeira que vi o Atlético jogar. Nada além do previsível. O Furacão Sub-23 é um time igual a tantos outros do Paranaense, terá dificuldades imensas a cada jogo, contra Coritiba e Londrina, se não se cuidar, tomará goleadas impiedosas.

O jogo começa com o Atlético emburricado pelo lado esquerdo do ataque. O treineiro deve ter estudado o Cianorte e encontrado ali o lado de jogar. Amontoou todo o time pelo setor e dá-lhe errar passes, perder bolas, demolir minha paciência. Virar o jogo, avançar o lateral Renato para aproveitar aquele pasto imenso aberto pela direita, nem pensar.

No meio de todo desse primitivismo estratégico, aparece Hernani. O menino tomou bolas, passou, driblou, cruzou, chutou a gol, foi o condutor das melhores chances do Atlético. Enquanto isso, Zezinho, marcado individualmente, desapareceu. Lá pelos 35, o treineiro deslocou Hernani para a direita.

Aos 39 o menino foi à linha de fundo e cruzou rasteiro, Tiago Adan marcou. Aos 45, de novo Hernani pela direita, o cruzamento sai alto e Zezinho fez 2 a 0 de cabeça. O garoto alavancou as fracas atuações de Adan e Zezinho.

Pronto, agora vai. Dois a zero, tranquilos os meninos vão deslanchar. O segundo tempo será melhor. Começado, Hernani dá um drible no lateral e cruza rasterinho para Douglas Coutinho perder o gol. O técnico do Cianorte perde a paciência, libera o cinco da marcação de Zezinho e cola o volante em Hernani. Faz teu nome Zezinho.

Zezinho é um piá cansado, parece um veterano de boa qualidade, sabe dar um passe, tem visão de jogo, mas o freio de mão está puxado ao máximo. Aberto pela direita enfiou duas ou três bolas e só. Marcado, de volta à esquerda, mais volante que atacante, Hernani não teve o mesmo rendimento, prova que o cinco do Cianorte sabe o que faz.

O Atlético perdeu chances com Renato, Douglas Coutinho e Junior Barros. Mesmo assim, achei o Cianorte pouco melhor na segunda fase. Teve chances, um bom número de faltas ofensivas, fez um gol de pênalti e nos fez sofrer nos últimos minutos, vou jogar minha bola de cristal no lixo.

Para resumir, o Atlético é time desentrosado, com os atacantes submetidos à marcação, um armador se arrastando, a cada partida um menino poderá virar destaque, salvar a lavoura. Continuo achando que Harrison tem lugar neste time sem esquema e sem craques com um pé nas costas. Sua ausência é um grande mistério.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

BONS TEMPOS

Leio a entrevista do Petraglia e descubro que ele morou na Petit com Bento Viana, a três quadras da minha casa, justo ali na Brasílio com a antiga Padre Ildefonso, hoje Alexandre Gutierrez. O padre deve ter caído em desgraça, perdeu a rua. O presidente é mais velho do que eu, pouca coisa, mas o suficiente para eu não ter lhe dado uma caneta, botado ele para correr atrás de uma boa betada, ganhado dele umas bolinhas no triângulo.

Foi uma pena. Fizesse parte da minha turma, teria boa altura para pegar balões, evitaria minhas subidas em túmulos perigosos no cemitério, os anjinhos em prece sempre em risco de tomar um esbarrão e ter que sair voando. Pena, também, pois poderia me ensinar caminho que nunca conheci para entrar na Baixada. Diz a entrevista que ele “furava por baixo do rio para assistir os jogos”. Por baixo do rio? Essa via deve ter sido destruída com a construção da Arena, garantia de que nunca será explorada novamente, nem pelo Indiana Jones.

Tivesse conhecido o Mariozinho, poderia ter me tornado seu amigo e hoje estar corneteando direto no seu ouvido. Tira esse técnico, contrata aquele, bota para correr este perna de pau, o que é que esse cara ainda está fazendo no Atlético, o velho Petraglia estaria com o amigo de infância pelas tampas, pronto para colocá-lo no rol dos seus inimigos.

Furioso mesmo ficaria quando eu fosse buzinar sobre a tal briga com a imprensa. Eu ia dizer: “Pare com isso, você já me botou para ouvir rádio de novo, ler jornal em busca de notícia, eu quero ver o jogo, ter opinião própria, tenho que ficar ouvindo bobagens, gente mandando abraço, um atraso milenar. A RPC paga pouco, mas estamos jogando o campeonato com os aspirantes, o produto não é lá grande coisa, se paga o mesmo para os coxas, tá valendo. Você sabe, os cães ladram e a caravana passa, vistosa, triunfante”.

Com sorte chegaria a “um atraso milenar” e já estaria tomando o rumo de casa. Chegando lá, a esposa, também descendente de uruguaios como ele, da turma do empedernido Gumercindo Saraiva, ia dizer: “Toma, foi se meter com castelhano, agora aguente”. Perderia o amigo sem direito a qualquer consolo.

Ali na Bento tinha um dentista que me tirou um dente de leite sem nem eu perceber. Quando cheguei em casa estava com a janela na dentadura. Fiquei com ódio mortal do tira-dentes. O cara era bom, mas nunca mais passei pela frente do consultório. Fiquei mais para o lado do cemitério, ali só um susto ou outro quando ao entardecer o atravessava, voltando do jogo contra o Realzinho, lá atrás do dito cujo. Talvez, por isso, nunca cruzei com o seu Mario.

Bons tempos. Por certo seria bom ter conhecido o Mariozinho, como tantos meninos e meninas que conheci e depois me afastei para viver o Exército. Tenho todos eles na memória, dos mais humildes aos mais abastados, gente que riu comigo, se assustou com a morte do Kennedy, viu o homem descer na lua com a boca aberta, tomou cuba libre nas festinhas embaladas pelos Beatles, pelo rei Roberto e sua turma. Hoje amanheci saudoso. Bons tempos.