sábado, 23 de fevereiro de 2013

GANHAR DOS COXAS

As notícias estão mais para os rodapés de páginas e segundos de transmissão radiofônica ou televisiva, mas, quem tem tempo e bom ouvido sabe que Cianorte e Arapongas estão para acabar. Times que foram expoentes no estadual de anos anteriores ameaçam fechar as portas, trocar de cidade, deixar torcidas abandonadas.

Presidentes dizem não receber apoio das prefeituras e empresários locais, arcando solitariamente com imensos prejuízos. A Federação sequer atende aos telefonemas dos clubes na bancarrota.

Moral da história: O clube interessado em montar equipe um pouco melhor, gasta mais e encontra no deficitário estadual o caminho para a falência. Procurar socorro na Federação é ato de comédia pastelão, sabido que a entidade nada mais é que paupérrimo entreposto burocrático, infelizmente ainda necessário.

Uma leitura mais refinada poderá encontrar na participação do Atlético com time Sub-23 contribuição decisiva para tal estado de coisas. Afinal, em campeonato com somente dois times de ponta, o afastamento proposital de um leva à obviedade do fim, à ausência dos grandes encontros, ao desinteresse do público em geral.

Mais que clara fica a impropriedade das receitas disponibilizadas pela televisão para cobrir gastos mínimos de nossos clubes interioranos.

Quando o presidente do Cianorte diz que ano passado colocou “588 mil do bolso para fechar as contas e nesta temporada já foram outros 150 mil”, verifica-se que essas cifras poderiam ser parcialmente cobertas pelas cotas de televisão, tivéssemos aqui valores semelhantes a outros campeonatos estaduais.

Assim, não se pode culpar o Atlético de recusar a oferta da RPC. Com gastos estratosféricos, a locomotiva do campeonato tem que receber valores condizentes com esses dispêndios, com sua estatura de time de maior torcida do estado. Tivessem outras equipes a mesma visão profissional, seguissem sua esperta liderança, a quebradeira poderia ser evitada.

Um final de turno com campeão diferente do Coritiba poderá dar alento ao modorrento e deficitário campeonato. Para isso nossos meninos podem contribuir de forma importante, dar chance ao renascimento do futebol do interior. Vamos lá piazada, força, rumo ao treme-treme, ganhar dos coxas.

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