quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O MIRANTE VAI VOLTAR

O amigo leitor seguiu meu conselho, leu e releu e não ficou satisfeito com a “Insustentável inocência do ser”. Eu não o culpo, como já disse, o texto é longo e tem um jeitão de monografia, falta ali um casal romântico, uma cena mais caliente, uma declaração de amor ao Furacão, essas coisas que fazem tons de cinza venderem milhares de livros. Se o amigo não encontrou no conhecimento as respostas desejadas, outros, provavelmente muitos, não as encontrarão.

Quando as respostas fogem do texto simples e direto, escondem-se matreiras em parágrafos onde a oração principal camufla-se entre subordinadas e coordenadas sindéticas e assindéticas, temos que nos lançar nos braços da fé.

E no que acredito? Acredito que o presidente Petraglia é homem obstinado em cobrar e valorizar o conteúdo rubro-negro, crê piamente que de novo os paradigmas serão quebrados, as pretensões que o colocam como o ditador intransigente passarão a ser a pratica no mercado futuro, quando, então, seu pioneirismo será esquecido e outros receberão os louros.

O tempo dirá. O amigo não é obrigado a acreditar no que simplesmente imagino, obrigar-se à fé, ao sacrifício imposto como necessário, e correr o risco da insustentável decepção no fim do caminho. Ler, reler, procurar autorias diversas, fugir dos xiitas a favor e contra, pode ser o melhor rumo para o peregrino rubro-negro. Contudo, recomendo uma pitada de fé.

A minha fé cambaleia quando escuto o jogo do Furacão contra o Figueirense pela Rádio CAP, transmissão em que vi com agrado um acréscimo importante de profissionalismo. A vitória de 3 a 1, obtida em início de partida, revelou a fragilidade do adversário. As inúmeras substituições, a utilização de Derley na lateral-direita – onde está o nosso reserva para a posição? –, certamente trouxeram pouco ganho para o entrosamento da equipe.

O Atlético precisa ter um time principal, jogar partidas importantes, ter dificuldades que o obriguem a mudar sistemas, trocar peças com finalidade específica, ter suas vulnerabilidades expostas para que sejam corrigidas.

Com os estaduais em andamento será difícil encontrar os adversários que imagino. Sem jogos com bom nível de exigência física e técnica, abre-se a porta para as desculpas futuras em caso de insucesso. Fosse eu jogador já estaria com vontade de escutar o Hino, jogar uma partida valendo três pontos, contra o Cianorte, o Toledo, qualquer um com alguma vontade de vencer.

Entre a fé e a descrença, assisto de minha cadeira a arena em construção e desejo estar lá, ver a obra bem de perto. O vento sopra pela janela semiaberta e cochicha esperançoso: fique tranquilo, em breve o mirante vai voltar.

 

 

Um comentário:

  1. Bom dia Ivan,
    Seguindo a tua linha de raciocínio, coloco mais uma pitada de sal: março será um mês terrível, caso o time que aprendemos a chamar de "A" (talvez por nos levar a “Atlético”, mas a cobrança será arrasadora, que seja da torcida ou dos jogadores). Pelas entrevistas no treino de ontem o Paulo Baier, Deivid, deixaram fumaça no ar.
    Outro fato, estamos blindando o corpo técnico, sem jogar como mostrar os erros (e acertos)? Entraremos em ambas as competições, CB e Brasileiro, com uma única obrigação: vencer. Não haverá qualquer desculpa ou justificativa, afinal 4 meses só treinando. O tiro no pé é eminente, se as coisas continuarem nessa batida.
    SRN

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