domingo, 24 de fevereiro de 2013

O ATLÉTICO DA RAÇA VAI JOGAR

Assisti ao jogo do time verde contra o Rio Branco até o quarto gol, ainda no final do primeiro tempo. O técnico fujão do Caju avançou três brócolis defensivos para o meio campo, empurrou dois pimentões verdes pelas laterais, adiantou couves-flores volantes e encurralou o leão da estradinha. Mesmo sem muita aplicação coletiva foi fazendo gols, graças ao maior comprometimento de Rafinha e Patric. Alex foi figura decorativa.

O 352 é ótimo quando o adversário não tem qualquer ação ofensiva pelos lados do campo. Os alas ficam lá na frente incomodando, dando dribles, cruzando bolas, sem qualquer preocupação com a defesa. Foi com toda essa liberdade que o Coritiba venceu. A vulnerabilidade do setor direito do alvirrubro era tão evidente que até o Chico, irreconhecível com aquela camisa, chegou na área a dribles e cruzamentos.

Ninguém sabe que esquema o fujão vai utilizar. Faz mistério. Respeitoso, decidiu concentrar o time sábado à noite. Vai colocar o Alex para nanar mais cedo.

Alex foi exemplo de craque vagalume, brilha, some, brilha, some. Um craque com direito a sonecas no círculo central. Pelo que vi, ainda está fora de forma, não encontrou seu espaço no campo, a perna está sem força para o lance longo, o time não lhe presta continência. Nada disso o impede de decidir a partida.

O Atlético pode vencer esse Coritiba com a corda no pescoço depois que o Londrina derrubou o Jotinha. O Milan venceu o Barcelona com marcação. Marcar, tomar bolas, incomodar no ataque, parece ser boa solução para o Atletiba. Fôlego e ousadia não faltarão aos meninos.

O que preocupa é passar do ponto, fazer a falta desclassificatória, o pênalti que desequilibra, cair na provocação coxa-branca, assustar-se com possível pressão inicial, reagir ao homem de preto. O que preocupa é o emocional.

A minha inquietação deve desassossegar também os macacos velhos do futebol rubro-negro, a começar por Antonio Lopes, o técnico que, com Evandro e companhia, venceu o time da torcida do Nescau em 2005.

Lembram-se de “Au! Au! Au! Torcida do Nescau”?

Os pais da bola devem ter passado a semana alertando os meninos, ensinando atalhos, fortalecendo o entrosamento, sussurrando é possível. Todo o trabalho foi feito e, tenho certeza, bem feito. Animem-se rubro-negros, esqueçam o Sub-23, o Atlético da raça vai jogar.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário