quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

CULPA NO CARTÓRIO

Mal cheguei ao campo e encontrei amigo velho de tempos felizes, carregando o filho que vi menino, hoje um homem graúdo, atleticano como não podia deixar de ser.  Foram noventa e tantos minutos de conversas sobre o Rubro-negro, o jogo caminhando ali em banho-maria, a esperança sempre presente na expectativa de um golzinho salvador. Ficou faltando.

E não aconteceu por que foi jogo de dois times absolutamente iguais em suas dificuldades, em que os treinadores foram incapazes de introduzir alguma modificação que pudesse dar algum resultado positivo. Ao final do jogo uma voz isolada puxou um “Vergonha! Vergonha!” e parou solitária. Reclamar do quê? De quem?

O Atlético joga num 422...2 em que o último 2 não consegue manter contato com o restante do sistema. O time defende bem, os dois volantes cumprem suas missões, Zezinho e Hernani fizeram partidas razoáveis, os laterais até chegaram no ataque, mas esse conjunto não consegue colocar uma bola em boas condições para o arremate de Douglas Coutinho ou Tiago Adan.

Quem já viu Adan jogar, e ele fez parte do time titular na série B, sabe que o atacante não tem qualquer habilidade para jogar de costas para o gol, para dominar a bola são necessárias mínimas três boas enxadadas. O passe de primeira, importante para um pivô ofensivo, é deficiente. Adan é jogador para receber a bola na frente, pronta para o arremate final. Se essa bola não chega, adeus tia Chica.

Douglas Coutinho já vi jogar duas partidas e continuo esperando dizer um oi para o seu bom futebol.

Pronto, o Ivan já achou os culpados, os dois atacantes, deu nome aos bois. Mais ou menos. É também evidente que o esquema com dois atacantes de braços dados na frente da área não funciona. O máximo que se consegue são chutes de fora da área, até os escanteios são raros, o que mostra a dificuldade para se chegar pelos lados do campo.

Se a ideia é copiar o esquema do Nhô Drub, por que não se coloca alguém que chame a bola de você no meio dos zagueiros, Zezinho para fazer a função de Elias, Hernani para armar pelos dois lados e Marcos Guilherme – esse não é o craque? – a “marcelar” pelas pontas? Vai jogar quando esse menino?

É só uma ideia de quem gosta de quem sabe jogar, passou um bom final de tarde conversando com estimado amigo, o ouvido na história, o olho no campo. A maratona de passarela me colocou para pensar: Até onde esse treinador tem culpa no cartório?

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