E não aconteceu por que
foi jogo de dois times absolutamente iguais em suas dificuldades, em que os
treinadores foram incapazes de introduzir alguma modificação que pudesse dar
algum resultado positivo. Ao final do jogo uma voz isolada puxou um “Vergonha!
Vergonha!” e parou solitária. Reclamar do quê? De quem?
O Atlético joga num 422...2
em que o último 2 não consegue manter contato com o restante do sistema. O time
defende bem, os dois volantes cumprem suas missões, Zezinho e Hernani fizeram
partidas razoáveis, os laterais até chegaram no ataque, mas esse conjunto não
consegue colocar uma bola em boas condições para o arremate de Douglas Coutinho
ou Tiago Adan.
Quem já viu Adan jogar, e
ele fez parte do time titular na série B, sabe que o atacante não tem qualquer
habilidade para jogar de costas para o gol, para dominar a bola são necessárias
mínimas três boas enxadadas. O passe de primeira, importante para um pivô
ofensivo, é deficiente. Adan é jogador para receber a bola na frente, pronta
para o arremate final. Se essa bola não chega, adeus tia Chica.
Douglas Coutinho já vi jogar
duas partidas e continuo esperando dizer um oi para o seu bom futebol.
Pronto, o Ivan já achou os
culpados, os dois atacantes, deu nome aos bois. Mais ou menos. É também
evidente que o esquema com dois atacantes de braços dados na frente da área não
funciona. O máximo que se consegue são chutes de fora da área, até os
escanteios são raros, o que mostra a dificuldade para se chegar pelos lados do
campo.
Se a ideia é copiar o
esquema do Nhô Drub, por que não se coloca alguém que chame a bola de você no
meio dos zagueiros, Zezinho para fazer a função de Elias, Hernani para armar
pelos dois lados e Marcos Guilherme – esse não é o craque? – a “marcelar” pelas
pontas? Vai jogar quando esse menino?
É só uma ideia de quem gosta
de quem sabe jogar, passou um bom final de tarde conversando com estimado
amigo, o ouvido na história, o olho no campo. A maratona de passarela me
colocou para pensar: Até onde esse treinador tem culpa no cartório?
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