O texto é bem amarrado,
conciso, o autor é doutor em Sociologia, o amigo rubro-negro tem que ler, tirar
suas próprias conclusões. Eu vou comentar dois trechos que tomo liberdade de
reproduzir para interpretar.
Primeiro: “As falas e imagens de diferentes personagens estão
disponíveis nos canais de comunicação do CAP, assim como as entrevistas pré e
pós-jogo, e a mídia pode reproduzir este material como bem entender”.
O que
entendi: a RPC pode apresentar no seu noticiário esportivo a entrevista de
pós-jogo do treinador rubro-negro à TV CAP, editada ou não, gratuitamente,
desde que informada a fonte. Fotos, textos, entrevistas concedidas à Rádio CAP
teriam a mesma liberdade de utilização. Fica a dúvida sobre o “gratuitamente”.
Segundo: “Ao acusar o clube de
amordaçar, a mídia, contraditoriamente, mostra que a mordaça está em suas mãos.
Primeiro ao recusar o debate, segundo ao não pagar custo de acesso à palavra
exclusiva”.
Leio e
movido pela praticidade já me vem à mente uma tabela de preços. Entrevista exclusiva
de emissora de rádio com jogador recém-chegado, tantos reais. O mesmo por emissora
de televisão, tanto mais tanto. Acompanhamento de treino com direito a
entrevista com jogador escalado pelo clube, com jogador solicitado pelo órgão
de imprensa, preços diferenciados. Televisionamento de partida contra o
Londrina, do clássico Atletiba, de todo o segundo turno, valores distintos.
Entrevista pós-jogo com o treinador, com jogadores escalados pelo clube, custos
bem definidos.
Fico imaginando
tabela como esta colocada em prática, a celeuma que iria causar nos meios
esportivos nacionais. O Atlético estaria de novo no centro de todos os noticiários.
A pergunta seria: demônio, cerceador das liberdades democráticas ou
simplesmente inovador, um lutador pelos seus direitos?
Embora tal
tabela trouxesse uma pouco mais de clareza às intenções rubro-negras, coloca-se
o assunto em pratos limpos, esqueça-se a ideia. Não precisamos de mais
propaganda negativa. Ontem na ESPN Brasil, nos gols mais bonitos, quatro ou
cinco em chute de fora – mais sorte que juízo –, um da Portuguesa em que a
defesa abriu para o atacante, o de Taiberson fora da lista. O boicote é suave,
brando, mas existe.
O Atlético
ainda é pequeno para se meter neste charivari, quando se tornar gigante vai ter
mais força para brigar, então, quem sabe, já terá perdido o interesse.
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