terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

PERDIDO O INTERESSE

No site oficial, no espaço “Palavra do presidente”, Petraglia cede lugar para o Dr. Nelson Rosário, autor do texto “O CAP e a mídia: a insustentável inocência do ser”, segundo o capitão rubro-negro “excelente análise sobre a nossa política e o relacionamento com os veículos de comunicação”. Um pouco longo para a minha preguiça, fui obrigado a ler e reler, achar o foco principal, já que o título remete a livros que, com muito esforço, consigo chegar à página 14.  

O texto é bem amarrado, conciso, o autor é doutor em Sociologia, o amigo rubro-negro tem que ler, tirar suas próprias conclusões. Eu vou comentar dois trechos que tomo liberdade de reproduzir para interpretar.

Primeiro: “As falas e imagens de diferentes personagens estão disponíveis nos canais de comunicação do CAP, assim como as entrevistas pré e pós-jogo, e a mídia pode reproduzir este material como bem entender”.

O que entendi: a RPC pode apresentar no seu noticiário esportivo a entrevista de pós-jogo do treinador rubro-negro à TV CAP, editada ou não, gratuitamente, desde que informada a fonte. Fotos, textos, entrevistas concedidas à Rádio CAP teriam a mesma liberdade de utilização. Fica a dúvida sobre o “gratuitamente”.

Segundo:Ao acusar o clube de amordaçar, a mídia, contraditoriamente, mostra que a mordaça está em suas mãos. Primeiro ao recusar o debate, segundo ao não pagar custo de acesso à palavra exclusiva”.

Leio e movido pela praticidade já me vem à mente uma tabela de preços. Entrevista exclusiva de emissora de rádio com jogador recém-chegado, tantos reais. O mesmo por emissora de televisão, tanto mais tanto. Acompanhamento de treino com direito a entrevista com jogador escalado pelo clube, com jogador solicitado pelo órgão de imprensa, preços diferenciados. Televisionamento de partida contra o Londrina, do clássico Atletiba, de todo o segundo turno, valores distintos. Entrevista pós-jogo com o treinador, com jogadores escalados pelo clube, custos bem definidos.

Fico imaginando tabela como esta colocada em prática, a celeuma que iria causar nos meios esportivos nacionais. O Atlético estaria de novo no centro de todos os noticiários. A pergunta seria: demônio, cerceador das liberdades democráticas ou simplesmente inovador, um lutador pelos seus direitos?

Embora tal tabela trouxesse uma pouco mais de clareza às intenções rubro-negras, coloca-se o assunto em pratos limpos, esqueça-se a ideia. Não precisamos de mais propaganda negativa. Ontem na ESPN Brasil, nos gols mais bonitos, quatro ou cinco em chute de fora – mais sorte que juízo –, um da Portuguesa em que a defesa abriu para o atacante, o de Taiberson fora da lista. O boicote é suave, brando, mas existe.

O Atlético ainda é pequeno para se meter neste charivari, quando se tornar gigante vai ter mais força para brigar, então, quem sabe, já terá perdido o interesse.

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