domingo, 3 de fevereiro de 2013

GRANDE MISTÉRIO

Quatro horas da tarde, os meninos no aquecimento no centro do campo, não vejo Harrison, alguém me diz que vai jogar David Manteiga, a torcida começa com o “tem que correr, tem que jogar...”, algo tão próprio quanto Renan Calheiros na presidência do Senado. Vamos ver no que vai dar. Com fé.

O amigo sabe que esta foi a primeira vez que fui a campo em 2013, sendo assim, a primeira que vi o Atlético jogar. Nada além do previsível. O Furacão Sub-23 é um time igual a tantos outros do Paranaense, terá dificuldades imensas a cada jogo, contra Coritiba e Londrina, se não se cuidar, tomará goleadas impiedosas.

O jogo começa com o Atlético emburricado pelo lado esquerdo do ataque. O treineiro deve ter estudado o Cianorte e encontrado ali o lado de jogar. Amontoou todo o time pelo setor e dá-lhe errar passes, perder bolas, demolir minha paciência. Virar o jogo, avançar o lateral Renato para aproveitar aquele pasto imenso aberto pela direita, nem pensar.

No meio de todo desse primitivismo estratégico, aparece Hernani. O menino tomou bolas, passou, driblou, cruzou, chutou a gol, foi o condutor das melhores chances do Atlético. Enquanto isso, Zezinho, marcado individualmente, desapareceu. Lá pelos 35, o treineiro deslocou Hernani para a direita.

Aos 39 o menino foi à linha de fundo e cruzou rasteiro, Tiago Adan marcou. Aos 45, de novo Hernani pela direita, o cruzamento sai alto e Zezinho fez 2 a 0 de cabeça. O garoto alavancou as fracas atuações de Adan e Zezinho.

Pronto, agora vai. Dois a zero, tranquilos os meninos vão deslanchar. O segundo tempo será melhor. Começado, Hernani dá um drible no lateral e cruza rasterinho para Douglas Coutinho perder o gol. O técnico do Cianorte perde a paciência, libera o cinco da marcação de Zezinho e cola o volante em Hernani. Faz teu nome Zezinho.

Zezinho é um piá cansado, parece um veterano de boa qualidade, sabe dar um passe, tem visão de jogo, mas o freio de mão está puxado ao máximo. Aberto pela direita enfiou duas ou três bolas e só. Marcado, de volta à esquerda, mais volante que atacante, Hernani não teve o mesmo rendimento, prova que o cinco do Cianorte sabe o que faz.

O Atlético perdeu chances com Renato, Douglas Coutinho e Junior Barros. Mesmo assim, achei o Cianorte pouco melhor na segunda fase. Teve chances, um bom número de faltas ofensivas, fez um gol de pênalti e nos fez sofrer nos últimos minutos, vou jogar minha bola de cristal no lixo.

Para resumir, o Atlético é time desentrosado, com os atacantes submetidos à marcação, um armador se arrastando, a cada partida um menino poderá virar destaque, salvar a lavoura. Continuo achando que Harrison tem lugar neste time sem esquema e sem craques com um pé nas costas. Sua ausência é um grande mistério.

Nenhum comentário:

Postar um comentário