sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

SERÁ MUITO MAIS FELIZ

Antes de ver a foto da diretoria do Atlético abraçada a Adriano, li que a paciência com o imperador estava no limite no CT do Caju. Não vejo como perder a paciência com Adriano. Tivesse o Rubro-Negro contrato com o jogador, tivesse gastando algum, tudo bem. Até onde sei, empenhamos nossos equipamentos e pessoal na busca do milagre, se ele acontecer, a salvação do ser humano será paga suficiente.

Se não acontecer, o Furacão tentou, fez sua parte, que é mínima. Qualquer psicólogo argentino, atendendo em esquina de Buenos Aires, tratando almas conflitadas, salvando casamentos em ruína, sabe que o esforço decisivo depende do baladeiro, se ele quiser vai, se preferir a noite carioca, nem eletrochoque resolve.

Um dos problemas do ser humano é dedicar-se ao trabalho pensando no reconhecimento, na mínima consideração. Erro grave. Tal pensamento é razão de mágoas profundas, gravosas, maculadoras de almas esforçadas, desprezadas por completo, decaídas na doença física, vítimas do veneno mortal.

No futebol, então, pensar-se em gratidão é colocar a corda no pescoço. O Atlético tem problemas específicos com artilheiros. Um chegou dos confins do mundo, ganhou boca nova, vida nova, virou milionário, ao findar a carreira veio dar uma última mordida, já de boca velha, levar mais uns milhões do Furacão.

Outro, coração em pandarecos, ganhou sobrevida, virou artilheiro do Brasileiro, anos depois estava pedindo para cobrar pênaltis contra seu salvador. Baier, com 39 anos, beijos e beijos na camisa, escafedeu-se alimentando a ideia de processar o Rubro-Negro por quebra de palavra. O amigo dirá, são profissionais, tem carreira curta. Eu, que nada espero, não me conformo.

Adriano seguirá o mesmo caminho? Salvo, e que assim seja, repetirá minhas palavras, dirá que até o argentino de turbante na calle Florida sabe que é dele o merecimento, o Furacão foi apenas o meio, o suporte, o crédito é todo seu? O tempo é o senhor da razão.

Estou decepcionado com o ser humano, perdi a fé? Nada disso, apenas assisto a vida, coleciono exemplos, Churchil ganhou a maior das guerras e perdeu a primeira eleição depois da luta heroica, quem imaginar que é diferente sofrerá enormes decepções.

Por isso, e desde que até os imperadores precisam de ajuda, vou no popular, faça suas obras sem olhar a quem, sem esperar vintém. Você não correrá o risco de perder a paciência, será muito mais feliz.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

SEGUIREMOS EM FRENTE

Sai a escalação do Atlético e vejo que errei redondamente. Don Miguel montou um monstrengo com Weverton; Paulo Dias, Manoel, Cleberson e Natanael; Sueliton, Deivid, Zezinho e João Paulo; Marcelo e Ederson. Como vai funcionar só o jogo dirá. É escalação para consagração absoluta, se der certo, Don Miguel volta dos Andes abençoado pelos deuses.

O monstrengo tem cara defensiva, avança o lateral Sueliton, fortalece a segunda linha de defesa e cria opção de ataque pela direita, em apoio a Marcelo. O que penso ser defensivo ataca, joga a primeira linha no meio de campo e logo aos quatro toma bola nas costas, um quase gol evitado pela infelicidade do atacante.

Técnico novo, erro velho. Mancini já tinha resolvido esse problema do avanço excessivo da defesa, garantiu a boa campanha evitando estripulias dos zagueiros. Voltamos à estaca zero. O lance perigosíssimo iria se repetir o jogo todo.

Destemido, el monstrengo ataca. Aos 19, Ederson perde boa chance entrando pela esquerda, aos 24, Zezinho chuta por cima na cara do gol. Estou me animando. Aos 29, defesa avançada, bola nas costas de Manoel, gol do Sporting. Diz a repórter de campo que o Delegado estrebucha na arquibancada, não para de gritar. Por que não avisou Don Miguel sobre o velho problema antes do jogo?

A partida segue para o intervalo sem sustos. Zezinho avança um pouco mais, Sueliton perde o ânimo ofensivo de começo de jogo, o time vai no trambolhão, colecionando amarelos, desorganizado e eu rezando pela voz do vestiário.

 A voz acontece, substituição nenhuma. O Furacão volta pressionando a saída de bola, a defesa do Sporting entrega, o empate vira probabilidade. Aos 8, o bom Natanael entra na área pela esquerda e sofre pênalti. Ederson bate e fazemos o tal gol fora, o sonho de consumo de todo visitante.

A alegria dura pouco. Aos 14, Lobatón recebe dentro da área, é tocado por Manoel, despenca, pênalti. O mesmo Lobatón cobra, está definido o placar. Don Miguel faz substituições, Sueliton por Coutinho, Zezinho por Merida, Marcelo por Nathan, busca o empate. Mérida acerta belo chute de fora, Coutinho faz grande jogada pela esquerda, mas as bolas nas costas continuam a nos maltratar. É uma atrás da outra. O jogo termina com sequência de escanteios a favor dos peruanos. Ufa! Acabou.

O Atlético volta vivo. Já é grande coisa. Tem que fazer o resultado na Vila Caldeirão. El monstrengo cumpriu seu papel, agora, tem que dar lugar a algo mais criativo, mais cada polaco na sua colônia, mais Mancini na defesa, menos dependente dos milagres de Weverton. Nada impossível de realizar.

O time do Sporting pouco mostrou, vem para Curitiba para jogar nos contra-ataques, os caminhos ele já sabe. O atleticano criou esperanças, espera ansioso para habilitar seu smart. Acho que com um pouco de simplicidade e apoio do torcedor fanático, seguiremos em frente.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

EU LEVO FÉ

Corações a mil, é dia de Libertadores. Por mais que o torcedor tenha todas as dúvidas sobre a qualidade do time de Don Miguel, sempre haverá uma esperança adormecida em brasas, capaz de se transformar em fogo ardente ao mínimo soprar de um ataque, de uma bola raspando a trave.

É assim que funciona, o torcedor fica resmungando pelos cantos, chorando as pitangas, um gol e está feito uma maritaca, cantando vitória, criando cenários, vendo o Manoel levantando o caneco.

O atleticano já foi longe uma vez, chegou à final da maior competição das Américas, tem toda a razão de acreditar que tudo é possível.

O Atlético foi na medida das suas posses para fortalecer o time, a bem da verdade, foi homeopático no dispêndio dos recursos. Eu vou dizer ao amigo, foi responsável. Se era a hora para ser responsável fica para cada um responder.

Olhando para trás, vejo alguma sabedoria na montagem da equipe. Em 2010 fizemos campanha no Brasileiro muito similar à de 2013, jogos seguros na defesa, definidos com gols de Baier, quase chegamos à Libertadores. Então vendemos Rhodolfo e o goleiro Neto. Desmontamos a defesa. Resultado, segunda divisão em 2011.

Neste 2014, fortalecemos a defesa. Chegou Sueliton, chegou Lucas Olaza, o time ganhou laterais, manteve a dupla de zaga de 2012, Manoel e Cleberson. Não fossem os atrasos nas chegadas de Sueliton e Olaza, pudéssemos ter dado a eles mais tempo para entrosamento, poderíamos estar ainda melhor em setor de máxima importância para a Copona. Deivid e João Paulo continuam na proteção, gente de confiança. Se Weverton fizer uns milagres...

A dúvida fica para o meio de campo com Zezinho e Mérida. Se Zezinho pegar gosto pelo ataque, pela chegada à frente, não entrar em campo sobrecarregado de missões defensivas, pode dar lucro. Do pouco que vi Mérida jogar, acho que tem bom passe longo, pode enfiar boa bola para o papa-léguas, para o artilheiro dos míseros minutos. Achei que era dele o lugar de Everton na final da Copa do Brasil, acreditava nele. Para ele é o jogo da vida, ou joga, ou vai tocar castanholas em outro lugar. E não me venham de boleros.

Vou escrevendo e começando a achar que dá, que temos boas chances, eu e esse meu coração incorrigível. Olho os reservas e vejo uma piazada que poderia diminuir meu ânimo em ascensão. Nada disso. Simplesmente por que não acredito nessa história de meninos, de amadurecer, ir devagar.

Para mim, quem joga, quem nasce para a coisa, não depende de idade, não é mamão para amadurecer, o cavalo não precisa passar encilhado cem vezes. Entra, dá uma tremida, pega na bola, mete uma caneta e vai para cima, se o time ajudar arrebenta. Nathan, Mosquito, Coutinho, a loteria pode premiar um de vocês. Se acontecer, tenham certeza, eu levo fé.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

O Papa botou a boca nos ricos e alguém já disse que os 180 milhões de dólares para a reforma da catedral de Saint Patrick em Nova York podem ficar no ora veja, outro aconselhou o perdão, afinal, o Papa é argentino, e economia é coisa em que argentino padece, o Mantega de lá compete com a defesa do Íbis, faz uma caca atrás da outra e nem filha bonita tem.

Santidades, majestades, têm lá seus momentos de fuga da realidade, alguém tem que beliscar seus braços flácidos, colocar seus pés de novo ao rés do chão. Cutucar aquele que assina o cheque é problema grave, por vezes nem tão grave quanto fustigar amigos, ver defeitos, virar deus, afastar aqueles que nada pedem, mas estão prontos a apoiar nas horas mais difíceis. Desculpem-me. Saí a divagar sobre a magnífica esfera a viajar pelo universo e seus viajantes poderosos. Desculpem-me.

Voltando à bola e ao dinheiro, o presidente do Atlético explicou dificuldades financeiras, salários atrasados, problemas nas contratações de Everton, Léo, Mugni, o esquecimento do Vitória na devolução do 1,5 milhão depositado para garantir a permanência de Léo, hoje atleta do Urubu. O amigo veja o nível do futebol nacional, o Vitória “esqueceu” de devolver a grana.

O presidente deveria falar mais, ou colocar o site para falar. Já fui responsável por boletim diário de quartel mais animado que o site do Furacão. Ontem, por exemplo, em oito linhas ficamos sabendo que o Atlético treinou antes de embarcar para o Peru, contra o Laranja Mecânica, venceu por sete a zero. Metade das linhas eram aquelas informações futuras – embarca hoje, joga quarta etc –, típicas das últimas linhas de todas as notícias de sites oficiais. Todos se repetem. Daí meu anseio de inovação.

Dentro desse cenário, o presidente poderia colocar uns atleticanos de fé para redigir textos que motivassem a busca pelo site, dessem vida ao noticiário. O amigo vai pensar que estou pedindo emprego. Nem pensar. Soldados não se dão bem em palácios, vivem solidários e felizes aspirando o pó da estrada, mas se me pedissem para indicar alguém, tenho um na ponta da língua.

Deixemos de rabugices e vamos para a minha escalação do Atlético a enfrentar o Sporting na próxima quarta-feira: Weverton, Sueliton, Manoel, Cleberson e Lucas Olaza; Deivid e João Paulo; Fran Mérida e Zezinho; Marcelo e Ederson. Elias nem entrou no avião. Ou sentiu desconforto ou está de saída do Furacão.

O time escalado tem goleiro, laterais, zagueiros, atacantes, o meio, que empina a raia, espero mostre serviço. Como o time deve se jogar na defesa, tentar o contra-ataque, tenho lá minhas esperanças de que volte vivo. Na Libertadores conta muito o ânimo, a vontade, e isso tenho certeza não faltará. É grande teste para o motivador Don Miguel. Vamos ver até onde vai sua inteligência emocional.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

DESENCANTA

Mais animadinho, melhor arrumado, fortalecido pelo gol de Marcos Guilherme em início de partida, o Atlético fez primeiro tempo em que poderia ter saído para o vestiário com placar confortável. O um a zero já seria um grande passo, mas, então, aos 43, a defesa deu um mau passo, vacilou, e o Fantasma empatou.

Quando digo melhor arrumado, digo que o Atlético escolheu um lado para jogar, o esquerdo, infiltrou por ali Léo Pereira e Marcos Guilherme, e criou boas chances, o gol foi uma delas, cruzamento de Léo, cabeceio de Marcos. A presença de Guilherme, um armador, no lugar de atacante, parece ter dado mais liberdade ao dez rubro-negro, propiciado a boa apresentação que dele se espera.

O Operário ofensivo também escolheu a esquerda, incomodou Jean Felipe uma barbaridade, criou boas oportunidades por ali, Rodolfo teve que se virar por mais de uma vez, o gol saiu em jogada central, impossível segurar.

Reclamei da escalação de Léo Pereira, um zagueiro na lateral esquerda. Léo Pereira saiu contundido, entrou Sidcley, e entrou bem, na defesa e no ataque. O Sidcley, que pensei atacante, jogou no ataque as duas primeiras partidas, é lateral esquerdo. Por que não jogou na lateral desde o primeiro jogo? Eu sei que deve haver explicação precisa. Só pergunto.

Segundo tempo, o Operário vai para o contra-ataque, o Furacão ataca na espetada. Alguém pega a bola no meio, avança, passa por um, toca na frente, passa para receber e o passe sai nas costas. Deve ser ótimo ser profissional, os companheiros não reclamam, os erros se repetem e tudo segue dentro da maior normalidade, como se errar fosse do jogo.

Quando eu jogava minhas peladas, errasse dois seguidos, os braços se abriam, vinha logo um “@#&+%#,  um uma ótimaola grande,ara o professor do lado do campo.malidade, como se errar fosse do jogo.  .. e que se virar por mcomo é que é, vai acertar um? Acho que hoje em dia tudo ficou para o professor ao lado do campo. Futebol politicamente correto.

Na ausência da espetada central, dá-lhe cruzamento. Nas minhas contas, o Atlético cruzou umas dez bolas na fase final, em nenhuma delas o centroavante de 1,95 chegou para cabecear. Tem alguma coisa errada. Caro Dominic, veja o Abuda do outro lado, uma clara promessa do Timão, reserva no Fantasma. Atacante vive de gol, ou você faz, ou a fila anda.

Aos 38, foi a vez da defesa do Operário falhar, Marcos Guilherme entrou livre e perdeu. A se fosse na minha pelada, livre aos 38, jogo empatado. Amigos, já que é para ser politicamente correto, são “meninos”, digamos que o Furacão apresentou melhoras, foi mais animadinho, Toledo e Operário jogaram atrás sempre, vai ver na próxima, contra o Leão da Estradinha, desencanta.

PS: Alguém avisa o PET que ele pode fazer três substituições, que com dois armadores o time criou chances mais claras de gol. E o Gustavo, que eu gostei, onde anda?

sábado, 25 de janeiro de 2014

PETRAGLIA DIPLOMATA

Petraglia está em todas as capas. No momento em que nos encontramos, de extrema dificuldade, o que seria de se esperar dos órgãos de imprensa? Motivação, busca do entendimento de autoridades, um minuto de afastamento dos ódios em benefício do bem comum, do dono de pousada que já recebeu metade dos seus clientes copeiros e vai para o buraco se a Copa não acontecer? Nada disso.

De uma hora da palavra do Presidente rubro-negro, escolhe-se o desabafo, tipo “Petraglia manda torcida plantar batata”, o polêmico, tudo aquilo que possa criar mal-estar entre os proponentes a sentar na mesa para o diálogo. Senhores, a nossa imprensa é algo completamente inútil, algo que tem que existir, que deve existir, mas que de tudo que se fala e vê, o que se aproveita são apenas os minutos da previsão do tempo, ela também sujeita a chuvas e trovoadas.

Outros, há milênios aboletados na mídia burra, aproveitam o momento para incitar que os órgãos públicos diligenciem a família Petraglia, os ganhos por ela recebidos no decorrer da obra. O objetivo claro é desestabilizar Petraglia, forçar o deslize oral, derrubar o último alento para a conclusão da obra e, então, refestelar-se sobre o caixão do ícone rubro-negro, não importa onde vá parar o Rubro-Negro dos seus corações.

Por acaso o amigo já percebeu que as imagens veiculadas em rede nacional são da Arena em setembro do ano passado, cheia de guindastes dentro do campo. Quem faz a edição dessas imagens, qual é o interesse por trás disso tudo?

Petraglia tem que se cuidar. Os abutres estão à espreita, a eles pouco importa Copa em Curitiba, eles querem a carniça fresca para enterrarem seus bicos imundos deliciados. O atleticano tem que ler e entender. O curitibano tem que ouvir e entender.

Petraglia tem que segurar a boca, sentar-se à mesa do diálogo e cumprir seu compromisso de campanha. Acreditar que seus interlocutores são homens de boa vontade, que da negociação sairão os recursos indispensáveis, deles surgirão os operários, os materiais, a luz no fim do túnel.

Petraglia tem que entender que sua destemperança é a grande esperança de seus inimigos, eles acreditam nela, fomentam, esperam por ela. Amigos, nossa torcida agora não deve ser pelo Petraglia Presidente, pelo Petraglia empresário, temos que torcer com todo nosso maior fervor pelo Petraglia diplomata.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

PARA ASSUSTAR ATÉ O RAMBO

Desarrumado da cabeça aos pés, só a camisa impondo algum respeito, o Atlético perdeu para o Toledo no “simpático” Janguito Malucelli. Perdeu merecidamente. Nada a contestar, o Ventania não deu um chute a gol, ou deu? Se deu, eu não vi.

Sou totalmente favorável ao sub-23, mas penso que a equipe deveria começar a treinar em outubro, pelo menos para igualar as demais no entrosamento e na preparação física. Com treinador chegando na última hora, começando a treinar em janeiro, é só para o torcedor ter aonde ir na quarta-feira à noite, tomar picolé, enfrentar muriçoca, formiga e outros peçonhentos.

Por isso que não se culpe ninguém, nem o Pet, nem os jogadores, que ninguém se iluda, jogadores já com alguma rodagem, chega dessa história de meninos.

O gol do Toledo no começo da partida estabeleceu o roteiro do espetáculo. Toledo defendendo com qualidade, Atlético atacando sem objetividade.

Vamos ser verdadeiros. Os laterais não avançam, Juninho não defende, nem ataca, Otávio de vez em quando faz uma graça, Marcos Guilherme volta para buscar e toca cinco metros, os atacantes são dominados pelos defensores, esse barco faz água por todos os lados. O Toledo nem falta fez.

Daí eu fico pensando, se a bola não chega, tira um volante e coloca um meia. O que esses volantes estão fazendo em campo com o time perdendo. O seu Pet me atende, coloca Gustavo no lugar de Coutinho. Do Coutinho? Vamos lá. Penso que vai facilitar para Marcos Guilherme, a marcação vai abrir. Nada. Gustavo tenta alguma coisa, dá uns dribles, o seu Marcos Guilherme continua sem produzir. Em vinte minutos de comparação, Gustavo parece mais vivo que Marcos Guilherme.

Nova substituição do seu Pet. Troca zagueiro por zagueiro. Esta é aquela substituição que se o tenente treinador do time do quartel tenta, o cabo velho, que está no meio de campo para chegar o milho, sai correndo e pergunta: “Tenente, tem certeza tenente?”. Desculpe a historinha tenente, eu sei que você não faria tamanha caca. Seu Pet é uma das atrações do campeonato. Pode até se tornar um grande treinador, que assim seja, agora engatinha na profissão.

Perguntei a solução para o tenente e ele me disse com aquele orgulho que todo tenente tem da sua única estrela: “Joga com dois armadores, entra com o Furlan desde o início, volta com o Juninho para o time de cima, arruma outro volante, se tiver outros laterais no banco, é hora de tentar”.

Eu sei que o Pet quis manter a equipe, fortalecer o entrosamento. Pode esquecer, do jeito que está as possibilidades de sucesso são muito pequenas. Sempre foram, estão menores ainda. O que me preocupa é que Coutinho, Dominic, Léo Pereira e outros entraram no jogo contra o Cruzeiro. É para assustar até o Rambo.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

PERDEMOS IRMÃOS

Monsieur Jérome visitou a Arena, deu um pito em todo mundo, deu prazo para melhora, disse que quer relatórios diários e se foi. Não precisava ser assim. Era só um pouco de responsabilidade com a palavra empenhada, cada um fazer a sua parte e estaríamos com a obra pronta, elogiados, sem ter de pagar este vexame de dimensões universais.

Um OVNI, que fazia trajeto entre a planície de Nazca no Peru e a península de Yucatan no México, resolveu dar uma passadinha sobre Curitiba para ver o tamanho da meleca.

– Io xcrtoiun ojwth dkwmc mnehufadorn prketlcm (E está cidade já foi considerada modelo) – disse o piloto decepcionado, os grandes olhos negros contrastando com a pele cinza chumbo.

É senhores, já fomos melhores. Já conseguimos conciliar italianos, ucranianos, russos, poloneses, japoneses, portugueses, carijós e sabe Deus quantas raças mais, e fazer de Curitiba uma cidade linda, de gente pronta para o trabalho, para o cuidado de seu patrimônio, para o bem receber de todos os estrangeiros.

Hoje, não conseguimos que lideranças se empenhem na finalização da cereja do bolo, nem nas camadas do bolo, todas elas em atraso. É um caos.

O Brasil se assusta com a violência das arquibancadas, não acreditando no poder que o futebol tem sobre um quinhão de idiotas. O amigo vai dizer, são uns ignorantes, uns incultos, gente sem títulos, sem compromissos.

Amigos, o que houve em Curitiba, o que causou o atraso da Arena da Baixada, foi a atuação persistente de um quinhão de idiotas movidos pela mesma paixão clubística que abre as portas da violência nos estádios, nem um pouco ignorantes, nem um pouco incultos, mestres e doutores, com tremendos compromissos com o estado e com a municipalidade, pior, com poder.

Senhores, o topo da nossa sociedade está corroído pela imbecilidade, somos um Maranhão metido a besta, uma São Luís sem litoral, tocados pelos mesmos idiotas, descompromissados com o bem público, empenhados em atrasar, criar problemas, segurar recursos, sacudir a pança frouxa no riso esquizofrênico ao saborear a derrota de toda uma sociedade.

Senhores, a Arena pode até ficar pronta, mas a derrota já está garantida. A derrota moral da sociedade paranaense, da gente curitibana. O coxa, o paranista, o atleticano, o que torce o nariz para o futebol, não tenha nenhuma dúvida, o nosso quinhão de idiotas enfatiotados, com os cabelos cortados fio a fio, nos fez pagar um mico galáctico. São bandidos, deveriam estar atrás das grades por lesar o nome da cidade que amamos.

Irmãos, graças a esses imbecis, estamos um pouco mais pobres, a autoestima abaixo do cocô do cavalo do bandido, para usar expressão comum à bandidagem, perdemos irmãos.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

CRUZE OS DEDOS

Atenção! Atenção! Monsieur Jérome Valcke está na área. Perigo à vista. Calma rubro-negro. Até onde vão meus parcos conhecimentos de bastidores, parece que um acordo tripartite foi feito e teremos hoje uma reunião proativa, com bons resultados para a finalização da Arena. Quando a água bate nas ancas do boi, as melancias se ajeitam na carroça. De qualquer forma, é bom cruzar os dedos.

Cruze e mantenha cruzados. O Furacão jogou contra o reserva da Raposa e perdeu em Belo Horizonte, um a zero. O time de Don Miguel: Weverton; Paulinho Dias, Cleberson, Dráusio e Natanael; João Paulo, Deivid, Zezinho e Fran Mérida; Éderson e Dellatorre. Manoel e Marcelo ficaram em casa cuidando de desconfortos.

Analisando pelo resultado, só pelo resultado, a carroça velha está penando em estrada asfaltada. Contra a Raposinha, era de se esperar uma vitória, afinal, esse Furacão já tem o entrosamento do ano anterior. Vai lá foi acometido pela tal perna pesada.

Em relação ao jogo com o Joinville, em que utilizamos três atacantes, Don Miguel deu uma recuada, meteu o Zezinho no meio de campo, fortaleceu o time defensivamente, talvez obrigado pela lombalgia de Marcelo. Acho que para o jogo fora, pelo menos para o seu início, esse é o caminho, segurar na defesa.

Por fim surgiu um lateral-esquerdo de ofício no time, o senhor Natanael, vindo diretamente de Cuiabá. Com Sueliton já no BID para a direita e a possibilidade de Olaza na esquerda, de quem ouvi maravilhas, ficamos bem servidos para o jogo no Peru, sanamos deficiências gravíssimas.

Quanto ao seu Adriano, pelas fotos já no manequim 42, penso que o torcedor atleticano não deve nutrir lá grandes esperanças. Nada a ver com a sua recuperação, que parece estar indo bem, mas falta grana, é mais provável que o recondicionado imperador vá servir em outra freguesia. O tempo, senhor da razão, dirá.

Só para constar, os reservas que entraram no ataque foram Dominic e Douglas Coutinho. Gostaria de conhecer o atalho que os levou direto de Prudentópolis a BH. Tá explicada a partida modorrenta de seu Coutinho pelo Paranaense. Nem o Marcão apareceu para dar umas caneladas, seu amigo Elias e Hernani pegaram beiradas em final de pelada.

Das informações existentes sobre o jogo, tirei leite de pedra. Não esqueça irmão, é dia de Jérome, cruze os dedos.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

É UMA HONRA

O secretário-geral da FIFA, Jeróme Valcke, e o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, estarão amanhã fazendo uma visita às obras da Arena. O que se vislumbra é o dá ou desce. Ou se agilizam as obras, o número de operários aumenta, se garante a Copa em Curitiba, ou a OAS, dona da Arena Grêmio, leva os jogos garantidos para Curitiba. Curitibano, paranaense, você que tem algum amor por esta terra, estamos próximos do vexame do século.

Não imagine o amigo, que torce para tudo dar errado, ver o Atlético no buraco, definitivamente em dificuldades, sacode-se de rir, que o problema atinge apenas a Arena em construção. Semanas atrás, a Gazeta do Povo publicou longa matéria sobre os atrasos em todas as obras de mobilidade urbana em andamento na capital.

Começava o texto: “Faltam menos de seis meses para que iranianos e nigerianos deem o pontapé inicial da Copa do Mundo em Curitiba, mas até o momento nenhuma obra de mobilidade na cidade foi concluída e nada garante que isso vá ocorrer antes do apito inicial”.   A falta de pagamento do governo do estado era o motivo de canteiros abandonados, serviços paralisados, obras se arrastando em todos os cantos de Curitiba.

Amigos, estamos vivendo uma das fases mais deprimentes da política estadual e municipal. Confesso aos amigos, morro de vergonha. Pelo Atlético, pelo meu estado, do qual já me orgulhei, pela minha cidade, sempre associada ao moderno, ao avanço, agora nesta situação limite.

As dificuldades atleticanas deveriam me comover menos. Por quê? Simples. Se o estado poderoso e o rico município não conseguem pagar empreiteiras, como o fará o Atlético, um grão de poeira neste Saara de ideias e compromissos com palavras dadas? Como poderá o Atlético cumprir prazos, atender orçamentos se os seus parceiros já jogaram a toalha?

Mesmo assim, mesmo reconhecendo o efeito deletério de todos os antagonismos vividos nesta capital de ódios, é óbvio que a situação rubro-negra me toca profundamente, o não cumprimento do compromisso assumido me deixará arrasado, como torcedor, como curitibano, como paranaense, é simplesmente uma questão de vergonha na cara.

O Atlético tem que assumir todos os riscos, devotar todos os esforços à finalização da obra, ao cumprimento do compromisso assumido. Hoje ainda, o conselho deliberativo deveria ser convocado, a situação explicada, o respaldo a todas as ações assegurado.

O Atlético não pode pagar esse mico, mesmo que o prefeito e o governador estejam com as cabeças enfiadas dentro da trincheira da incapacidade, mesmo que as dívidas nos coloquem no rol dos devedores. Neste caso, contrair dívida é um dever moral, é uma honra.

O DONO DO TIME

O amigo já viu passista da Império Serrano, tirando seu capacete de baiana atômica na dispersão, dizer que desfilou mal, sentiu “a perna pesada”? Eu nunca vi. Nem folião no sábado de carnaval dizer: “Hoje tá difícil, estou com a perna pesada”. Pois o Paranaense começou e, lá em Prudentópolis, pernas pesadas disseram presente, amarrando craques de Furacão e Tigrão.

Esquecidos pesos e estreia, vamos primeiro comemorar, o jogo foi transmitido. Aplausos de todos os atleticanos agradecidos. O zero a zero foi uma pelada braba, como esperado, sem emoções, nem grandes aparições. Como esperado.

Inesperada, a escalação mal distribuída na telinha mostrou um zagueiro na posição do lateral-esquerdo. Senhores do Departamento de Futebol, até no sub-23 temos que improvisar? Que seca.

Conhecidos só Rodolfo, Juninho e Douglas Coutinho. Juninho e Coutinho, os experientes, que tinham que carregar a equipe, pouco produziram. O time vai depender muito da vontade desses dois. Vão ter que colocar o time nas costas, o mesmo com Bruno Furlan, inexplicavelmente, no banco de reservas.

O esquema, um 4-3-3 com Coutinho pela direita, Dominic centralizado e Sidicllei pela esquerda, não funcionou. Assim começou, assim foi até o fim. Faltou ao seu Pet exigir mais movimentação, alternância de posições, o que não aconteceu. Ficou fácil marcar.

O meio com Juninho, Otávio e Marcos Guilherme ficou devendo. A bola não chegou para os atacantes. Juninho e Otávio vão ter que aparecer mais na frente, puxar a marcação, dar espaço para Marquinhos trabalhar.  

Qualquer análise deve levar em consideração a fragilidade do Prudentópolis, individual e coletiva. Para o jogador atleticano, o sub-23 é o princípio do fim. Ou aparece contra esses times de baixo investimento, cria jogadas, faz gols, ou pode procurar emprego. Com vinte anos, o jogador está pronto, tem que render, dar uns dribles, uns bons passes, finalizar a gol, desarmar, mostrar serviço. O tempo para realização do sonho está acabando.

De qualquer forma, vou fazer elogios. Gostei de Rodolfo, dos zagueiros, Tarik e Renato Chaves, e do primeiro tempo do volante Otávio. Pet tem que insistir, arrumar um lateral-esquerdo, exigir ação, ficou parado, troca. Bruno Furlan tem que entrar jogando. Juninho tem que vir buscar e iniciar o jogo. No sub-23, ele é o dono do time.   

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

O CORAÇÃO DO ATLETICANOS

Vai começar o Paranaense, ou Ruralzão como querem alguns. O Atlético repete a fórmula de 2013, joga com o sub-23, considerada causa dos bons resultados obtidos pela equipe principal no ano que passou. O descanso dos profissionais teria permitido fôlego extra para as rodadas finais do Brasileiro e Copa do Brasil.

Ainda não estou totalmente convencido dessa verdade. Creio que a parada para a Copa das Confederações nivelou a preparação física de todas as equipes, penso que o trabalho de Moraci foi mais importante que a alegada inovação rubro-negra. Idêntico pit-stop acontecerá neste ano de Copa do Mundo.

Mesmo sem total convencimento, é imperioso ressaltar que em final de ano, em que a Copa do Brasil obrigou o Furacão a jogar quartas e domingos seguidos, nunca se observou queda de rendimento expressivo do time atleticano, o que pode creditar à inovação parte do sucesso. Com a palavra o amigo.

Neste ano, a repetição da fórmula tem melhor justificativa. A participação do Furacão na Libertadores impõe a utilização do sub-23 no estadual. O jogo com o Sporting Cristal, já no dia 29, obriga ao descarte do Paranaense, ao priorizar da competição continental. A proposta ganha solidez.

O termo descarte é forte demais. Como torcedor, quero o caneco a todo custo. Estivessem os dentes de leite em campo, também o desejaria. 2013 provou ser possível. Com os meninos, ganhamos o segundo turno, fomos à final, chegamos a estar à frente no último jogo, perdemos para o seu Alex.

Agora, a fórmula do campeonato facilita a chegada à final. Tudo pode acontecer. Vai lá ganhamos o caneco.

Como sempre, o trabalho está atrasado. O treinador chegou nos últimos dias do ano velho, o time foi montado às pressas, uns experientes foram incluídos para dar personalidade ao grupo. A expectativa é de começo difícil, que conduza pelo menos à fase de mata-mata. Daí a motivação ganha força, a camisa funciona, vamos passo a passo, contando com a sorte.

O torcedor vai na mesma balada, receando, ganhando confiança com o passar do tempo, com a identificação de boas performances, com um possível crescimento do trabalho conjunto. Tudo vai depender do seu Pet, segundo ele, o gringo mais querido do Brasil. Vamos ver se conquista o coração dos atleticanos.

PS1: O Flamengo tem total confiança no trabalho do departamento de futebol do Furacão. Projetou, ele leva, quer contratar, ele atravessa. É pura paixão pelo Delegado. Qualquer dia leva o véio.

PS2: O Furacão venceu o Joinville. Senti falta dos laterais, de Elias, de Adriano. Adorei os três atacantes. Vamos ver contra o Cruzeiro.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

NA HORA CERTA

Cristiano Ronaldo foi eleito o craque do ano. Depois da partida entre Portugal e Suécia, em que o português fez três gols e trouxe seu país para a Copa, ficou fácil escolher. O gajo deu um show de velocidade e precisão. Colocou o time nas costas, pediu a bola e decidiu. Ainda em campo, foi aplaudido pelo derrotado Ibrahimovic, autor do gol mais bonito do ano. Que nível. Cristiano é um jogador fenomenal, na hora certa se fez presente. Mereceu.  

Voltando à província, voltamos ao Janguito. Eu não mereço. Como diz um amigo velho, se fui pobre não me lembro. Voltar ao Janguito é voltar a todas às precariedades, aos tempos dos festivais na Vista Alegre, dos campos limitados por cerquinhas de madeira, caiadas a cal, bobeou tomava uma bolada do zagueiro botinudo. Alguém dirá que o Ecológico é um campinho simpático.

Simpática é a Fernanda Lima, o Janguito é o Simba Safari sem a bicharada, nem sequer umas cobrinhas dentro do campo. Parodiando o personagem da novela das nove, eu afundei a arca de Noé, passei a moto-serra no bosque das Oliveiras. Eu não mereço.

Órgão oficial, o site do Atlético esquece a contratação do lateral-direito Sueliton, dada como certa pela imprensa local. Amigos, nem pensar em análises, é um lateral-direito, as prateleiras do Furacão estão vazias de laterais, o porteiro do Caju já estava de olho há tempos, passasse alguém com uma camisa dois pelo portal imponente era para mandar entrar, calçar chuteiras e ir para o treino. Sueliton chega, bota a camisa e vai para o jogo. Don Miguel merece.

Pedi e ganhei. O Atlético das Américas fará um amistoso amanhã contra o Joinville no Caju. Espero que consigamos saber a escalação do Furacão, até hoje estou atrás do time que seu Pet escalou contra o Paraná. O Atlético precisa informar, precisa jogar. Don Miguel precisa ver os leões de treino em campo, descobrir quem joga e quem não joga, ir para o Peru sem ilusões. Vai ver Adriano dá o ar da graça, anima a galera. Nós merecemos.

Em ritmo de Canal 100, o departamento de futebol rubro-negro parece sair do sono profundo. Terminada a longa fase das dispensas, eliminadas as bruxas, chegou Don Miguel, Sueliton pode estar assumindo a vaga de Léo, tem um jogo-treino marcado. Quieto o site oficial, a central de boatos funciona a todo vapor.

O torcedor atleticano vai acreditando em alguém que falou qualquer coisa na província de Córdoba, afirmou nas margens do lago Ipacarai, declarou em Montevidéu. Quando espera um castelhano no Afonso Pena, chega um nativo na rodoviária. É meio cansativo, exasperante, à moda da casa. Tem que dar certo. Só tem um problema. Tem que dar certo a la Cristiano Ronaldo, na hora certa.

PS: Minha solução para o Brasileiro 2014. A queda no campo é irreversível, o Fluminense desce. Julgada em erro, a Portuguesa cai também. Série A com 19 equipes, B com 21. Caem 4, sobem 5. Passei a régua.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

MELHOR CAMINHO

O Atlético foi eliminado da Copinha já na sua primeira fase. Os responsáveis pelo grupo devem reconhecer os poucos jogadores em condições de chegar ao time de cima. Isso verdade, o que fazer com aqueles afastados pelo olhar dos experientes profissionais do ramo? Dispensar de imediato? Dar um tempo? Esperar pela maturação? Quanto tempo se deve esperar pela afirmação do craque? Qual é o limite?

Semana passada, vi “ragazzo” de 18 anos marcando gol pelo Milan. Será caso de supercraque em nascimento? Parece que só a genialidade abriria as portas para lançamento tão prematuro ao lado de Kaká, Robinho e outros craques do rubro-negro italiano. No Brasil, até os gênios esperam na fila.

Aqui, de forma geral, o garoto aparece como craque e tem que peregrinar. Sai do clube formador por empréstimo e vai correr mundo. Se a promessa vingar fora de casa, pode voltar e ganhar espaço. O Atlético de Don Juan em 2012 foi feito de retornos, atacante, divertido, chances para todos, até morrer no pênalti batido para fora por Guerrón na final do Paranaense.

Dizem que Don Miguel, ou Portu para os íntimos, gosta de trabalhar com a base, dar chances para todos. Verdadeira a notícia, esses meninos dos quais ouvimos falar todos os dias, frequentes nas seleções brasileiras de todas as categorias, tem que aproveitar a chance, jogar bola, impor-se, disputar posição, mostrar serviço. As portas para o estrelato parecem estar abertas, é bom aproveitar.

Falando em jovens, o sub-23 perdeu para o Paraná. Resultado normal. Sábado estreia no Paranaense contra o Prudentópolis. Petkovic chegou ontem, a escalação não foi divulgada, impossível avaliar a equipe. Pelo menos, o time fez um treinamento, Pet pôde conhecer a reação dos atletas em jogo, tirar conclusões. Para alguns retornos é a última chance. Ou joga, ou toma rumo.

Quem precisa jogar, fazer amistosos é o time de Don Miguel. Faltam 16 dias para o jogo contra o Sporting Cristal. O elenco é enxutíssimo, Portu deve estar com os cabelos em pé. Catou o lateral-direito Mário Sérgio no sub-23. Raspou o tacho.

O Furacão pode ir ao Peru com Weverton; Mário Sérgio, Manoel, Cleberson e Botelho; Deivid e João Paulo; Elias e Zezinho; Marcelo e Ederson. Fora Mário Sérgio e Ederson é o time que subiu para a série A. Do Janguito para os Andes.

Don Miguel tem que ver esse time jogar. Conforme for, correr para a defesa, deixar para resolver em casa. Para quem está com pouca munição, talvez seja o melhor caminho.

PS: Portu foi buscar Hernani no sub-23, para mim a revelação de 2013. Começo a ter esperanças. Faça por merecer piá.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

TORCENDO PELO MELHOR

Faço minha pesquisa sobre a hierarquia dos seres celestes e descubro que os anjos estão em segundo lugar, atrás dos arcanjos e à frente dos querubins e serafins. Assim sendo, com Don Miguel Ángel Portugal é possível estarmos bem, ainda mais se soubermos que em algumas religiões Miguel é considerado arcángel de primeiro nível, um comandante celestial.

Brincadeiras à parte, fora a aposta nos jogadores da base, as oportunidades para todo o grupo, a boa análise dos rivais, pouco se sabe do novo treinador atleticano. A entrevista de apresentação de Don Miguel nada acrescentou além da inevitável dificuldade com o idioma, o elogio às instalações e um animador crédito à importância dos jogadores. Muito pouco. Fui à internet.

O jornal La Prensa da Bolívia contemplou sua chegada ao Bolívar com a manchete: “Um pedagogo de vasta trayectoria que admira a Maradona y ama la música”. O texto ressaltava o trabalho do recém-chegado como conferencista e acreditava que sua passagem pelos Andes seria um banho de cultura futebolística do qual muito se aproveitariam os treinadores nativos.

A previsão possivelmente se ancorava nos trabalhos publicados por Don Miguel, títulos por mim grosseiramente traduzidos para “O treinamento de futebol, rodadas e manutenção” e “Futebol, meios de treinamento com bola: Metodologia e aplicação prática”. Sua passagem pelo Departamento de Informação e Secretaria do Real Madrid apontava também para um conhecimento administrativo diversificado da gestão do futebol, capaz de ajudar na melhoria de toda a estrutura do clube.

Se o banho de cultura aconteceu, se o clube foi beneficiado com seu conhecimento administrativo não se sabe. Como treinador, Don Miguel levou o Bolivar ao título do torneio clausura 2012/2013 e ao vice-campeonato do apertura 2013/2014. O time boliviano foi o segundo nível A sob seu comando. O primeiro foi o Racing Santander, que conduziu à semifinal da Copa do Rei em 2010.

A Libertadores o trouxe ao Brasil. Participou da preliminar 2013 contra o São Paulo, tomou um cinco a zero no Morumbi e venceu por quatro a três em casa, com clara ajuda da altitude, perdia de três a zero em início de jogo.

O que eu penso? É uma incógnita, tem que deixar trabalhar, impossível criticar alguém de passado entre o teórico, o administrativo e o campo sem lhe dar tempo para mostrar serviço. Nem o resultado futuro contra o Sporting Cristal será base para avaliação. O pouco tempo para a partida tornará o entrosamento de 2013, as informações prestadas por Antônio Lopes e o estudo preliminar do adversário muito mais importantes que a interferência de Don Miguel.

Enfim irmãos, sem previsões iniciais, otimistas ou pessimistas, voltamos a clamar aos céus pela ajuda de todos os anjos e santos, ao som do bolero “o que será, será”, que Don Miguel deve amar, sem Maradona, torcendo pelo melhor.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

ATÉ MÉDICO CUBANO SERVE

Escrevo meu primeiro texto do ano e amigo me dá um carrinho por trás, que me joga na pista, e saio ralando da coxa ao tornozelo, vítima de escoriações múltiplas, traz o mertiolate, ainda bem que estou com antitetânica em dia. Quando o adversário te acerta tudo bem, tem volta, quando o amigo se apoquenta é bom rever o escrito.

O ponto de choque parece ter sido minha afirmação de que para se reeleger Petraglia teria que montar um grande time, só o término da Arena não bastaria. Diz o prezado não ser verdadeiro que o Presidente tenha intenção de se recandidatar. Respondo rápido. Se não tem, é bom começar a ter.

Qualquer atleticano minimamente coerente pode ter suas diferenças com Petraglia, mas sabe que o futuro do Atlético, o Atlético das próximas décadas, não é dependente da permanência de Paulo Baier, das contratações de Antônio Lopes, e sim da continuidade de um projeto que tem como condutor o seu Mario Celso, por isso, a ele, temos que desejar calma, muita calma e boa saúde.

Diz o atropelante que a torcida não coopera, a preços mínimos a adesão aos planos de sócios é fraca, algo impossível de contestar. Os vinte e três mil sócios anunciados com estardalhaço é muito pouco, ainda mais se pensarmos no brilhante final de 2013 em campo.

A torcida está com o pé atrás, esperando uma arena novinha em folha, um supertime vencedor para colocar a mão no bolso, ainda não entendeu que o sonho é dependente da sua contribuição, sem grana, vamos continuar a viver de acasos, anos bons e ruins dependentes de encontros felizes ou infelizes de jogadores medianos. Neste aspecto, o amigo está cheio de razão.

Já em recuperação, ainda no soro, passo os olhos na entrevista de Paulo Baier. Nenhuma novidade. Caio da cama com a declaração de que o Atlético pode ser acionado na justiça por quebra da palavra. Baier vacilou e caiu no conto do advogado, delirante para tirar algum do Furacão. Esqueceu que o Atlético pode acioná-lo por afirmar que teve sua escalação sabotada pela diretoria. 

Vou continuar achando que Baier foi importante para o clube, nada mais que isso, ao dar ouvidos ao bandido perdeu a razão, perdeu a graça. Que se vá.

Notícias suspiradas apontam para um lateral-esquerdo uruguaio, um meia paraguaio, um técnico espanhol, um contrato com Adriano. Começo a ter esperanças, mesmo sem conhecer, mesmo sem certezas, quando você é atropelado, na hora da emergência, até médico cubano serve.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

VAI PRECISAR

O que era para ser um início de ano trepidante transformou-se em desapontamento para grande parte da torcida rubro-negra. A boa campanha, a conquista na vaga na Libertadores, nada foi justificativa para a permanência de Mancini, Moraci, Baier e outros condutores do Furacão no brilhante 2013. Desculpem-me os otimistas, mas, a meu ver, descontinuidade desanimadora.

Mancini tinha o time na mão, acertou e errou, ganhou experiência, poderia ficar e nos ajudar em Libertadores tão próxima. Foi-se. A saída de Moraci aventa a possibilidade de treinador espanhol para substituí-lo, a aposta mais arriscada do ano. Difícil achar que toreador vai chegar aqui, repetir Colombo, colocar o ovo em pé e sair vencendo astecas, incas e portenhos? Tomara me engane.

Moraci nos deu fôlego para chegar aos últimos encontros com superioridade física, é um mestre, conhece o jogo das distâncias continentais que envolvem o futebol brasileiro, as diferenças climáticas, colocou Baier para correr o ano todo, vai ser trocado por um novato em Brasil, membro de uma comissão técnica itinerante, certamente sem a capacidade do velho campeão. Grato Moraci.

Baier foi afastado após a promessa de permanência em fins de campeonato. Alguns choram a saída de Everton. Para quem perdeu a assistência, o gol e a experiência de Baier, chorar por Everton e Léo é desperdiçar lamentos. Everton é um fundista que joga bola, na melhor das hipóteses um “jogador tático”.

No episódio Léo, quem perdeu foi o jogador. Vai para o Fla ser reserva de Leonardo Moura, banco, quando no Atlético teria muito mais visibilidade, seria titular, jogaria. Vítima do empresário. Um miolo mole gerenciado por outro.

Quem sai já se sabe. Quem vem depende do departamento de futebol, pai de um 2013 sem lateral-esquerdo, contratações vetadas para a Copa do Brasil, pérola maior a troca de Elias por Rodrigo Biro, um jogador que ajudou a levar a Ponte à final da Sul-Americana por fantasma sem apetite para a mínima aparição. Começa o ano trazendo um volante. Irmãos... Oremos... De joelhos.

Petkovic chega com o burro na sombra, quem poderá exigir dele a conquista do Paranaense com o sub-20, eliminado na primeira fase de competição ao final de 2013. O que fizer será lucro. Adriano treina sob os olhares dos grandes do Brasil, ao mínimo sinal de recuperação, Flas e Flus correrão aqui oferecendo o que não podem pagar, muito mais que o Atlético deseja pagar. Um teste para a fidelidade do imperador e minha provinciana ingenuidade.

O que me anima para 2014? O ano é de eleição, dona Dilma terá que distribuir benesses, fortalecer o mito do “paraíso petista” para ganhar mais quatro anos. Petraglia terá que montar um time vencedor, só a finalização da Arena será pouco para garantir outros três anos à frente do Furacão. Petraglia, que admiro e respeito, ele sabe, deve estar jogando com cinco ases na manga. Vai precisar.