Brincadeiras à parte, fora
a aposta nos jogadores da base, as oportunidades para todo o grupo, a boa
análise dos rivais, pouco se sabe do novo treinador atleticano. A entrevista de
apresentação de Don Miguel nada acrescentou além da inevitável dificuldade com
o idioma, o elogio às instalações e um animador crédito à importância dos
jogadores. Muito pouco. Fui à internet.
O jornal La Prensa da
Bolívia contemplou sua chegada ao Bolívar com a manchete: “Um pedagogo de vasta
trayectoria que admira a Maradona y ama la música”. O texto ressaltava o
trabalho do recém-chegado como conferencista e acreditava que sua passagem pelos
Andes seria um banho de cultura futebolística do qual muito se aproveitariam os
treinadores nativos.
A previsão possivelmente
se ancorava nos trabalhos publicados por Don Miguel, títulos por mim grosseiramente
traduzidos para “O treinamento de futebol, rodadas e manutenção” e “Futebol,
meios de treinamento com bola: Metodologia e aplicação prática”. Sua passagem
pelo Departamento de Informação e Secretaria do Real Madrid apontava também
para um conhecimento administrativo diversificado da gestão do futebol, capaz
de ajudar na melhoria de toda a estrutura do clube.
Se o banho de cultura
aconteceu, se o clube foi beneficiado com seu conhecimento administrativo não
se sabe. Como treinador, Don Miguel levou o Bolivar ao título do torneio
clausura 2012/2013 e ao vice-campeonato do apertura 2013/2014. O time boliviano
foi o segundo nível A sob seu comando. O primeiro foi o Racing Santander, que
conduziu à semifinal da Copa do Rei em 2010.
A Libertadores o trouxe
ao Brasil. Participou da preliminar 2013 contra o São Paulo, tomou um cinco a
zero no Morumbi e venceu por quatro a três em casa, com clara ajuda da altitude,
perdia de três a zero em início de jogo.
O que eu penso? É uma
incógnita, tem que deixar trabalhar, impossível criticar alguém de passado
entre o teórico, o administrativo e o campo sem lhe dar tempo para mostrar
serviço. Nem o resultado futuro contra o Sporting Cristal será base para
avaliação. O pouco tempo para a partida tornará o entrosamento de 2013, as
informações prestadas por Antônio Lopes e o estudo preliminar do adversário muito
mais importantes que a interferência de Don Miguel.
Enfim irmãos, sem
previsões iniciais, otimistas ou pessimistas, voltamos a clamar aos céus pela
ajuda de todos os anjos e santos, ao som do bolero “o que será, será”, que Don
Miguel deve amar, sem Maradona, torcendo pelo melhor.
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