sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

TORCENDO PELO MELHOR

Faço minha pesquisa sobre a hierarquia dos seres celestes e descubro que os anjos estão em segundo lugar, atrás dos arcanjos e à frente dos querubins e serafins. Assim sendo, com Don Miguel Ángel Portugal é possível estarmos bem, ainda mais se soubermos que em algumas religiões Miguel é considerado arcángel de primeiro nível, um comandante celestial.

Brincadeiras à parte, fora a aposta nos jogadores da base, as oportunidades para todo o grupo, a boa análise dos rivais, pouco se sabe do novo treinador atleticano. A entrevista de apresentação de Don Miguel nada acrescentou além da inevitável dificuldade com o idioma, o elogio às instalações e um animador crédito à importância dos jogadores. Muito pouco. Fui à internet.

O jornal La Prensa da Bolívia contemplou sua chegada ao Bolívar com a manchete: “Um pedagogo de vasta trayectoria que admira a Maradona y ama la música”. O texto ressaltava o trabalho do recém-chegado como conferencista e acreditava que sua passagem pelos Andes seria um banho de cultura futebolística do qual muito se aproveitariam os treinadores nativos.

A previsão possivelmente se ancorava nos trabalhos publicados por Don Miguel, títulos por mim grosseiramente traduzidos para “O treinamento de futebol, rodadas e manutenção” e “Futebol, meios de treinamento com bola: Metodologia e aplicação prática”. Sua passagem pelo Departamento de Informação e Secretaria do Real Madrid apontava também para um conhecimento administrativo diversificado da gestão do futebol, capaz de ajudar na melhoria de toda a estrutura do clube.

Se o banho de cultura aconteceu, se o clube foi beneficiado com seu conhecimento administrativo não se sabe. Como treinador, Don Miguel levou o Bolivar ao título do torneio clausura 2012/2013 e ao vice-campeonato do apertura 2013/2014. O time boliviano foi o segundo nível A sob seu comando. O primeiro foi o Racing Santander, que conduziu à semifinal da Copa do Rei em 2010.

A Libertadores o trouxe ao Brasil. Participou da preliminar 2013 contra o São Paulo, tomou um cinco a zero no Morumbi e venceu por quatro a três em casa, com clara ajuda da altitude, perdia de três a zero em início de jogo.

O que eu penso? É uma incógnita, tem que deixar trabalhar, impossível criticar alguém de passado entre o teórico, o administrativo e o campo sem lhe dar tempo para mostrar serviço. Nem o resultado futuro contra o Sporting Cristal será base para avaliação. O pouco tempo para a partida tornará o entrosamento de 2013, as informações prestadas por Antônio Lopes e o estudo preliminar do adversário muito mais importantes que a interferência de Don Miguel.

Enfim irmãos, sem previsões iniciais, otimistas ou pessimistas, voltamos a clamar aos céus pela ajuda de todos os anjos e santos, ao som do bolero “o que será, será”, que Don Miguel deve amar, sem Maradona, torcendo pelo melhor.

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