sábado, 31 de outubro de 2015

MINHA ÚLTIMA ESPERANÇA

Romário botou a boca no Dunga, disse que a convocação da seleção tem dedo de empresário, o técnico da seleção se aborreceu, ameaçou colocar a dona justa atrás do artilheiro, não consegui acompanhar o continuar dos fatos. Tenho grandes desconfianças de que empresários dominam a cena do nosso futebol, a escalação desse goleiro do Inter em jogo da Canarinho para mim é no mínimo muito estranha, o futebol nacional tem uns cinco goleiros em melhores condições que o guarda-metas colorado. Dá-lhe Romário.

Uma das funções do empresário deve ser colocar seu “craque” dentro de clube de importância e a partir daí lutar pela sua escalação entre os onze que entram em campo. O como fazer isso alguém com mais conhecimento do dia a dia dos clubes pode me explicar. Espera-se que o “craque” dê conta do recado, faça grandes apresentações, ganhe definitivamente a posição e a vitrine sirva para seu próximo salto, imagino que o futebol europeu. Sim, porque o futebol nacional pouco adianta. Manoel e Marcelo Cirino são exemplos claros. O zagueiro só virou titular com o desmanche do Cruzeiro, Marcelo acaba de ser afastado no Urubu. Aí fica minha pergunta: E quando o jogador vai mal?

O Atlético tem um pelo menos que está enterrando o time com pá de ouro, sua titularidade só o desvaloriza, não seria o caso do empresário aconselhar uma contusão, um desconforto, uma retirada para o departamento médico até que as seguidas cacas sejam esquecidas? Para o amigo que sofre como eu, só para você, essa não é apenas uma pergunta a responder, é minha última esperança.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

CHUTANDO NO ESCURO

Sento para cortar o cabelo, o assunto vai para o futebol paranaense, o cliente da cadeira ao lado entra no papo, fala do Atlético, diz que conhecido até hoje não recebeu a paga por serviços na arena, o dito cujo que seria muito ligado ao presidente Petraglia hoje é seu feroz inimigo. Papos de salão quase de beleza, tem uma rapaziada tão chegada a cremes e shampoos que eu penso em indicar aos meninos a velha Antisardina, “o segredo da beleza feminina”. Só penso.

Se eu fosse candidato à presidência do Atlético, a situação financeira do clube seria minha primeira preocupação. Quem sabe quanto o Atlético deve? A quem? Quanto da receita futura da televisão já está empenhado? Certamente um círculo muito restrito de diretores ligados à área de finanças do Furacão conhece esses dados. Sem saber as dívidas, sem conhecer receitas, impossível fazer promessas, dizer que um grande time vai ser montado, a expectativa maior do eleitorado rubro-negro.

Assim vejo proliferar as candidaturas com desconfianças limitadas ao meu pouco conhecimento das pessoas que as integram, vai lá o saber que imagino necessário está de posse dos candidatos, desde já têm em mente dispensas e contratações rigorosamente enquadradas nos orçamentos disponíveis em 2016.

Enquanto não surgir a chapa da situação apoiada por Petraglia, o quadro para a eleição de dezembro estará indefinido. Até lá fico na encolha. Desconfiado. Embora em campo pareça ser um time amador, o Atlético ficou grande demais, o eleitor vai ter que estudar para colocar seu voto na urna, o tempo do apelo emocional, das promessas ficou para trás. A bem da verdade, quem prometer qualquer coisa em termos de futebol estará mentindo. Chutando no escuro.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

AMANTE FIEL

Quem diria, o Furacão acabou em falha grotesca aos três minutos do primeiro tempo jogando pelada contra o desconhecido Sportivo Luqueño nos arredores de Assunção no Paraguai. Demorei horas para me recompor, olhar para o teclado sem ter vontade de lançar cobras e lagartos sobre a tela em branco, cair na real, entender que minhas esperanças eram apenas fruto da paixão que nos embota a vista, cria miragens impossíveis de acontecer no deserto que qualidade que é o Atlético.

O desastre às margens do Ypacaraí foi o epílogo de um ano horroroso em que quase caímos para a segunda divisão no Paranaense, fomos eliminados pelo Tupi de Minas Gerais na Copa do Brasil, vivemos experiência de cavalo paraguaio no Brasileiro e agora fomos defenestrados da Copa Sul-Americana, voltamos para o Caju cantando tristes melodias em guarani.

Não vamos falar em nomes, a menina do 2301, que saiu para o trabalho chutando a lixeira, conhece todos eles, só não sabe o comentarista da Fox, a maior e mais rápida queda do cavalo da história da crônica esportiva nacional. Desculpem o esquecimento. O pessoal do Departamento de Futebol do Atlético também não sabe. Deste ano de horrores três aspectos têm que ser ressaltados.

Primeiro: Tem competição para se jogar o ano todo, com a Sul-Minas teremos ainda mais, você só não chega a uma final se não quiser. Segundo: Para se chegar a uma final são necessários jogadores com qualidade e experiência. CT, Arena, nada disso entra em campo, ajudam, mas não entram em campo. Terceiro: Em termos de futebol El Paranaense está completamente perdido. Com a permanência na primeira divisão o ano estará ganho. No 2015 em que tivemos zero de juízo, dona sorte foi muito mais que companheira, foi amante fiel.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

NO MEIO DA BATALHA

Encontro o amigo coxa dos tempos do Evangelino – alguém lembra do “pepino... pepino...” ? – e o escuto desfilar seu desconsolo, até fala bem do Atlético que viu contra o Corinthians, imaginem, diz que a nossa piazada pelo menos corre, contraponto com o seu alviverde, segundo ele um marasmo, ninguém quer nada com o expediente, para salvar um citou o nosso João Paulo, o único a acelerar o trote.

Carreguei João Paulo de elogios, sempre um guerreiro a serviço do Atlético, a marcação efetiva, a boa subida ao ataque, o chute de fora com algum perigo. Nunca entendi bem por que João Paulo deixou o Furacão. Contratamos Jadson e Paulinho Dias, que nunca vingaram, resolvemos apostar no sub-23 em âmbito nacional e temos aí as promessas em campo.

Por que volto a João Paulo? Porque é da marcação silenciosa e eficiente de JP que precisamos hoje, se possível, um bom chute de fora marcando o gol definitivo logo ao iniciar da partida. O Atlético não pode cair no clima hostil que vai vivenciar em Assunção. Se aqui “los chanchos” já armaram confusão, pense o amigo em “su pocilga”, a coisa vai ser bruta, deu bobeira um amarelo, revidou está fora, tudo o que não pode acontecer.

Dizer é fácil, aguentar a pressão noventa minutos é que é difícil. O amigo vai dizer que o time do Atlético é jovem, pouco acostumado a essas situações, é mais comum vê-lo sendo atropelado em início de jogo do que trocando passes com consciência, que nos falta alguém com experiência no meio de campo, alguém para pedir a bola, orientar, sofrer a falta, gastar o tempo. Que falta não há dúvida. Então que alguém se escale. Vire líder no meio da batalha.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

BOA SORTE

A imagem do campinho do Sportivo Luqueño é assustadora, muito similar à nossa antiga Baixada. O amigo sabe os sofrimentos que nossa torcida apaixonada infligia aos seus adversários em jogos no Joaquim Américo, chegou a hora de pagarmos nossos pecados, os “chancholigans” vão nos infernizar os noventa minutos.

O campo construído sobre um chiqueiro deu ao torcedor Luqueño o apelido de chancho – porco em espanhol –, a ferocidade compatível com a dos hooligans ingleses gerou o termo que hoje define a torcida azul e amarilla. Ainda bem que eles não jogam. Em Curitiba deram um espetáculo bonito, torceram, saíram encantados com a Arena, voltaram para casa com esperanças.

Torcidas se aquietam com boas apresentações do adversário, chegadas contundentes no ataque, posse de bola, concentração no jogo, afastamento de brigas, enfim, um futebol maduro que aos poucos vá convencendo o hincha mais inflamado das dificuldades que tem pela frente, coloquem dúvida no seu pensamento. O amigo lembra de Atlético 1, Flamengo 1 na Vila Capanema, final da Copa do Brasil 2013? Mais ou menos aquilo. Aos poucos fomos nos calando.

A montagem da equipe pelo seu Cristóvão tem peso importante. A experiência conta, o melhor toque de bola escala, a capacidade de marcação distribui camisas. O esquema é fundamental. Precisa incomodar no ataque, ser preciso na marcação, evitar a falta, o escanteio, nada de encrencas com a arbitragem, lembrar que o Atlético vai a Assunção lutar por um gol, um único gol pode nos garantir a passagem de fase. Então, com a bola o seu Cristóvão. Boa sorte.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

DIA DE WEVERTON

Tem um fantasma de coração alviverde que não se conforma com o sucesso rubro-negro. Caminha pelas ruas e ambientes do Caju sussurrando nos ouvidos pouco experientes dos homens do futebol do Atlético: “Esquema institucional... institucional... Marcos Guilherme na direita... na direita”. Pior, o fantasma é ouvido pelos assustados dirigentes atleticanos. Lá vamos nós para o sofrimento.

Começa o jogo e lá está o esquema fantasmagórico materializado em campo. Tivemos que sofrer um tempo inteiro, ver Weverton fazer milagres de minuto em minuto, contar com a sorte para que findassem os primeiros 45 ainda zero a zero e o vestiário espantasse a alma penada que nos atrapalha a cada passo.

A volta libertou Marcos Guilherme da direita, o piá foi para o meio, do meio saiu para a esquerda, deu um passe de colher para Walter fazer o gol tão necessário. O desgaste físico do Flu, nossa defesa em dia de bola para o mato, Weverton em dia de graça, deram-me a visão sublime dos 42 pontos se aproximando.

Eles vieram. O Atlético vencedor foi um desastre no primeiro tempo. Repetir erros com tal constância já foi muito além da burrice.

Disse que sábado poderia ser dia de Walter. O belo gol o colocou na fila para o melhor do jogo. Um gol foi pouco, Weverton fez uns cinco, ainda foi o capitão exigente que o Furacão precisa. A bronca que deu em Otávio foi justa, importante. Capitão é isso mesmo, elogiar é preciso, pegar no pé uma necessidade. Sem qualquer dúvida, sábado foi dia de Weverton.

sábado, 24 de outubro de 2015

DIA DE WALTER

Eu que estava pronto para cravar coluna um no jogo de hoje contra o Flu, depois de ver uns trinta minutos de Fluminense e Palmeiras pela Copa do Brasil, confesso que fiquei mais animadinho. Primeiro Fred não joga e sem Fred o Fluminense perde 60% da sua capacidade. O amigo ainda vai lembrar a nossa derrota no primeiro turno, aos 48 do segundo tempo, na Arena, gol do matador Fred. Tem gente que não gosta do Fred, mas ele é o dono do Flu.

Segundo porque vi os jogadores das Laranjeiras no bagaço, o melhor do jogo, Marcos Jr, saiu arrastado de campo, mesmo assim perdeu gol feito minutos antes da substituição. Terceiro porque o tricolor tem elenco mediano, as substituições quando ocorrem têm nível muito inferior. Quarto porque o seu Cristóvão deve conhecer o Flu de cor e salteado, e, depois de ter vencido o Furacão em 15 minutos com o Fla tenha um antídoto contra o apagão em início de jogo que nos maltrata.

O amigo leu e não gostou. Eu sei, o nosso elenco também é mediano, também saímos de língua de fora do jogo contra os paraguaios. Assim o jogo vai para a coluna do meio, caímos de novo na história do detalhe, quem falhar menos sai com os três pontos.

Para dar um ânimo ao amigo eu prefiro acreditar que o Atlético arrumou uma nova forma de jogar que pode dar bons resultados ofensivos. Então fica para a defesa segurar o zero no placar. Para isso é bola para o mato, ser humilde, bafar no cangote de qualquer tricolor que se atreva a se aproximar da área, sem falta, se acontecer a falta, os onze dentro da área, nada de tomar gol de bola parada. É jogo duro. Vamos com fé. Vai ver o que foi dia de Fred vira dia de Walter.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

CORAÇÃO DE MADRE TERESA

Do rescaldo de Atlético e Sportivo Luqueño surgiram duas declarações que sou obrigado a comentar. A primeira é do seu Cristóvão. Lá vai: “Já no segundo tempo, conseguimos o que precisávamos e colocar em prática nossas características, que são a bola no chão e troca de passes".

Até ontem o Atlético era o time da transição rápida. Agora é o time da bola no chão e troca de passes. Não vamos nos perder em adjetivações. O Atlético é um time com problemas, em que o novo treinador tenta impor sua forma de ver o jogo, isto é, bola no chão e troca de passes. Creio que está no caminho certo, rearrumou o meio de campo, acertou posicionamentos, a volta de Nikão ajuda muito. Ainda está longe de atingir seus objetivos. Até lá, menos.

Outra é do presidente Petraglia. Lá vai: “Será que seria pedir muito para a torcida para que não vaiem os nossos jogadores quando acontecem jogadas erradas! Eles sentem a cobrança!”.

Sou de uma profissão em que o menino de dezoito anos é exigido no seu limite, tem o único direito de não ter direito, sabe que se errar corre perigo, pior, expõe seus companheiros ao perigo, o crime mais grave que ele pode cometer. O jogador brasileiro é muito mimado, disse essa semana seu Mano Menezes no programa Bola da Vez. Eu concordo plenamente.

Esses jogadores do Atlético não erraram ontem, vem errando o ano todo. Atendendo ao presidente não vou dar exemplos, mas eles estão aí escancarados. Por favor comandante. Tem jogador do Atlético que acabado o jogo deveria ficar correndo mais uma hora em volta do campo cantando “Sou bisonho! Sou bisonho!”. E olhe que eu amanheci com o coração de Madre Teresa.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

ATÉ GOL MARCOU

Aleluia irmãos. Enterraram o esquema institucional. Marcos Guilherme e Bruno Mota foram armar pelo meio, Walter continuou caindo pelos lados, Eduardo avançou pela direita, Dellatorre ocupou a esquerda. Pelo menos em casa, contra os paraguaios, funcionou.

Marcos Guilherme que estava aprisionado ao lado do campo ganhou liberdade, as distâncias que eram de quilômetros entre os jogadores passaram a ser de centenas de metros, os passes ganharam precisão, o Atlético morou no ataque, venceu só por um a zero, mas perdeu chances, Walter poderia ter feito o segundo, um cabeceio tímido devolveu a bola às mãos do goleiro.

O gol mostrou a importância do retorno de Nikão. Pereirinha como volante pouco acrescentou, na lateral esquerda foi vulnerabilidade na bola cruzada alta.
O final de partida com Mota no lugar de Hernani, Hernández e Guilherme na armação, Walter e Nikão na frente pode indicar bom caminho para se jogar no ataque. Os minutos finais mostraram as dificuldades que teremos no Paraguai e sempre que o adversário pressionar nosso sistema defensivo. A defesa ganhou consciência que na atual conjuntura é bola para o mato, quando sai do roteiro entrega. Não dá para relaxar.

O melhor da partida? Sem dúvida Marcos Guilherme. Correu muito contra o Corinthians, repetiu contra o Luqueño, o frescor da liberdade lhe fez muito bem. Eu sabia que faria. Ontem até gol marcou.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

É PRA ACABAR

O amigo já desistiu, cansou de perder, resolveu que é melhor ficar em casa e ganhar saúde, eu não o recrimino, mesmo o jogo sendo às oito, horário dos jornais televisivos, você pode fugir do rubro-negro e dar de cara com o filho do Lula, com nossa presidenta dando uma aula internacional sobre assunto que pode ir do estocar o vento à importância da mandioca, tudo maltratando o português de cabo a rabo. Quem sabe o jogo ainda seja a melhor opção.

Para que depois não venha chorar pitangas, dizer que foi por insistência minha, vou já avisando, a defesa continua a mesma, se o amigo vai, vai porque quer, avisado está.

O Atlético tem que usar a partida contra o Sportivo Luqueño para treinar, principalmente treinar o esquema defensivo, uma peneira de malha grossa que vem nos arrasando, destruindo qualquer tentativa de bem produzir do pessoal da frente, completo desestímulo ao desorganizado esforço orientado na direção de Walter.

Há algum tempo disse que o Atlético deveria usar três zagueiros, para usar três zagueiros teríamos que trazer Geninho de volta, para voltar Geninho Petraglia teria que se licenciar, dá última vez que isso aconteceu não caímos e o presidente meses depois tomou uma rasteira do seu Malu, três anos após fomos para a segundona, Petraglia voltou nos braços do povo.

Por que voltei o filme? Só para lembrar a história, do vira e mexe estamos para cair. Já era tempo de vivermos com mais equilíbrio, não digo ser campeão, mas estar de novo lutando contra a queda é pra acabar.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

INFELIZMENTE

Sai do jogo mais cedo, passei pela torcida do Corinthians, grande parte dela já estava ali na Petit, recebi o agradecimento dos manos e segui para casa, o vizinho gritou lá do outro lado rua um “veja lá o que vai escrever”, trocamos umas palavras e cheguei para ver o segundo tempo de Grêmio 2, Chapecoense 0. Tudo normal. Como escreveram ontem os principais colunistas da cidade para Timão 4 a 1, o resultado óbvio, inquestionável.

Não é bem por aí. A tal Chapecoense do Apodi foi para cima do Grêmio, empatou, teve jogador expulso e aos 50 marcou o terceiro, venceu o tricolor na arena azul. Esse é o futebol, o futebol que dá gosto ver, o futebol do impossível, sempre possível.

Por isso discordo dos colunistas da terra. O Atlético podia ter perdido do Corinthians, o jogo era coluna dois mesmo, mas não podia ter errado tanto, oferecido em bandeja de prata a vitória ao Timão. Os jogadores atleticanos não têm a mesma qualidade dos alvinegros, claríssimo, mas para que serve o esquema, o esforço, a luta, o bola para o mato que o jogo é de campeonato, o marca, marca, o chega junto, o vamos pra cima.

O Atlético é um time defensivamente perdido, sem cobertura, nas bolas paradas um mamão com açúcar para o adversário. Os jogadores sabem que a defesa é ruim e nem reclamar reclamam. Vão para o bola ao centro como cordeiros no matadouro. Isso não é time de futebol, alguém tem que ir lá e dar uma bronca, berrar no ouvido do Kadu, se ficar tudo no acontece, coisa do futebol, nada vai mudar, já estamos na segunda divisão. Se ninguém der um grito ainda hoje, este é o rumo do Furacão. Infelizmente.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

EU ENTENDO

O quatro a um veio ao natural como eu imaginava. Os erros em cachoeira da defesa atleticana permitiram o placar constrangedor, eles são tantos e tão rudimentares que parecem feitos de propósito, como represália a alguma pretensão não atendida.

Seu Cristóvão não atendeu ao primeiro princípio do treinador que assume um novo clube, acertar a defesa. Com Cristóvão o que já era ruim piorou, a zaga que batia cabeça passou a bater omoplatas, joelhos, tornozelos, os gols cresceram como bolo da vovó, em dois jogos dentro de casa tomamos seis, de todos os tipos, o mesmo sabor de desalento em todos eles.

O Atlético em nada melhorou, sua única jogada ofensiva continuou sendo o avanço de Eduardo, os jogadores atuam a quilômetros de distância no ataque, em nenhum momento se aproximam, quando conseguem erram passes de cinco metros, fica evidente o completo desentrosamento.

Cristóvão teve tempo para treinar e produziu muito pouco. Tem culpa no cartório, estivéssemos em começo de campanha perderia o emprego nesta manhã. Sua culpa fica muito aquém daquela do departamento de futebol do Atlético, contra o qual já gastei todas as balas do meu carregador e permanece inabalável, ando atrás de uma bala de prata para enterrar esse zumbi. Fica muito aquém daquelas dos jogadores de defesa e suas atuações bisonhas.

O cenário rubro-negro é complexo e não tem solução fácil. Mesmo sendo parte fundamental do processo, o responsável por tudo, a frase atribuída ao presidente atleticano de que “sente náuseas” ao ir trabalhar no Caju, eu entendo.

domingo, 18 de outubro de 2015

A COISA FICOU PRETA

Atlético e Corinthians impossível perder. Já conversamos sobre o jogo duríssimo. Falamos do Timão, da sua forma de jogar, todos os que enfrentam o alvinegro de Itaquera tem essa vantagem, conhecem perfeitamente o esquema Tite, seus atletas, suas muitas forças, encontrar vulnerabilidades fica para os profissionais, elas não são evidentes para olhares menos aguçados.

Os caminhos para o gol de Cássio deixo para seu Cristóvão. Convido o amigo para trabalhar comigo. Vamos estabelecer umas regras básicas para o jogo.
Fundamentais: defender, ser compacto, jogar curto, evitar erros, marcar Jadson com proximidade, contra-atacar com no mínimo dois jogadores, com chance colocar para dentro.

Importantes: não cair na armadilha e acreditar que é possível marcar alto, pressionar o Corinthians. Só o resultado negativo pode levar a essa situação. Na indefinição, no um contra um defensivo, bico para a arquibancada. Cuidar com a arbitragem, se o jogo enroscar a decisão costuma ficar para o homem do apito, e apitar a favor do Corinthians acarreta menos desgaste que apitar pró-Furacão. Acreditar que a defesa do Timão também pode falhar. Ter fé.

E a torcida? Amigos, temos que apoiar em qualquer situação. A coisa vai ser bruta. Precisamos marcar ponto, ou pontos. Paciência, paciência, paciência.  Vamos juntos. Já ganhamos do Palmeiras e do Galo fora, vai ver hoje o time do Pixuleco não nos rouba três pontos. Eu falei Pixuleco? Logo ele. Um especialista. Agora a coisa ficou preta.

sábado, 17 de outubro de 2015

O QUE É QUE O AMIGO ACHA?

Petraglia elogiou o senso de justiça do governador Beto Richa após o estado se mostrar disposto a dividir o valor final da reforma da Arena da Baixada, estimado em 346 milhões. Com o apoio do governo, o presidente está com a metade da missão Arena cumprida, falta ainda o acerto com a prefeitura. Seu Fruet vai espernear o que der e abraçar o presidente rubro-negro com um sorrisinho tímido, certo de estar fazendo o que é certo e justo.

Nem Atlético, nem estado, nem prefeitura entraram na missão Copa do Mundo achando que os custos da obra se reduziriam ao planejado. Qualquer de nós sabe que obra é obra. Você começa uma reforma na cozinha imaginando gastar quinze mil, um mês depois está correndo ao banco para pegar um empréstimo porque o gasto já está na casa dos trinta. Se eu sei, você sabe, imagine essa gente que tem arquitetos e engenheiros em bandos para fazer orçamentos, experiência no ramo, sabe da conjuntura nacional, da crise, da inflação, essas coisas que o PT nos impõe.

O seu Fruet não é anjo, mesmo tendo montado no cavalo em meio ao caminho. Na sela que lhe deu o direito de receber o prêmio de melhor cidade do Brasil, descobriu dinheiros que sem a Copa do Mundo não veria a cor, pôde fazer obras, colocar seu nome em placas, vai contar histórias, assumir feitos nas próximas eleições. Se não mostrar, seu Luciano Ducci, que já está com a cara na telinha, vai mostrar, dizer que sem sua argúcia nada teria acontecido.

Assim feito, o presidente Petraglia estará com a missão Arena meio concluída, faltará ainda o ginásio, outra necessidade para cidade do porte de Curitiba. Aí voltamos para o tema eleições atleticanas. O que é que o amigo acha?

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

CATANDO MILHO QUEBRADO

Acabo de assistir a Corinthians e Goiás só para ver o tamanho do nosso problema de domingo. Se o amigo viu, veja se concorda comigo.

O Timão joga ao trote, acumulando jogadores no setor da bola, troca passes de cinco, dez metros, pouco erra, pouco dribla, a movimentação é grande, abafa no ataque, defendendo pode ter seus onze jogadores dentro da área.

Comandando tudo isso está o nosso Jadson, o único com direito a passes de vinte metros. Vem atrás, organiza a saída de bola, cai pela direita, pela esquerda, entra pelo meio, enfia bolas, bate faltas, é o dono do time. Conversa com o menino, indica o movimento e o mano acredita, sabe que daquele mato sai coelho bom.

Aos 25 do primeiro já estava 2 a 0, falhas grosseiras da defesa goiana. Vem então a fase da administração. Continua a troca de passes, o Verdão é obrigado a sair, corre riscos, o jogo acaba 3 a 0. Uma particularidade, o Goiás esgotado fisicamente, o alvinegro pronto para enfrentar o Furacão amanhã. Descansado, nenhuma contusão grave, zero suspensões por cartão.

Vai ser parada duríssima. O amigo leu? Concorda? Vamos atrás do milagre, no mínimo de um ponto salvador. Até o final do ano vamos feito pinto novo em terreiro de galinha velha, catando milho quebrado.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

O MELHOR REMÉDIO

O que se pode dizer mais sobre o Atlético? Creio que nada, agora é não fazer marola, não perturbar muito, ver para onde esse mar revolto nos leva. Assim, sejamos rápidos na tentativa de expor uma realidade vista das alturas das arquibancadas do Joaquim Américo.

Seu Cristóvão usou o esquema institucional, amputou o lado direito com Ytalo e Matheus Ribero e conseguiu sair na frente no primeiro tempo. Quando o Cruzeiro saiu do vestiário abafou, empatou, esteve para virar, sofreu o improvável gol de Pereirinha, empatou e quase levou três pontos para Minas.

Impressionante a desorganização atleticana no segundo tempo. O time foi atropelado pelo Cruzeiro que perdeu no mínimo uns dois feitos, Weverton fez milagres, o meio não marcou, não armou, a bola longa para Walter foi a única opção ofensiva. As substituições azuis tiveram efeito demolidor sobre a estrutura emocional atleticana, a falta de liderança dentro de campo esqueceu o passe, empurrou os jogadores para a falta, o cerco se fechou e um ponto deixou o rubro-negro mais feliz que torcedor do JEC.

O jogo calou minha boca. Implorei pela escalação de Deivid e vi uma das suas piores atuações no Atlético, difícil alguém brigar tanto com a bola. Falo de Deivid porque já é um veterano, poderia falar de qualquer um. De nada adiantaria. Como não adianta falar do treinador, mais do mesmo, como tantos outros milionários neste mundo do futebol brasileiro. Na espera da saída da torcida do Cruzeiro o torcedor atleticano tentava afastar o estresse fazendo piada. Melhor assim, rir sempre foi o melhor remédio.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

NAS MANCHETES DOS JORNAIS

Diz o jornal que o Atlético deve ir a campo com Weverton; Matheus Ribeiro, Wellington, Kadu e Sidcley; Deivid e Otávio; Bruno Mota e Daniel Hernández; Ewandro e Walter. Se o seu Cristóvão treinou esse time desde seu primeiro momento no Caju pode dar certo, pelo possível entrosamento obtido, pelo Atlético passar a jogar com onze, fortalecido pela presença defensiva de Deivid.

Otávio pode sair mais, a bola chegar em melhores condições para Mota e Hernández. Acontecendo o que imagino ficamos dependendo da atuação dos armadores, da capacidade de jogar em proveito de Walter e Ewandro, colocá-los em condições de finalizar. Cristóvão tem que dar trinta minutos para esses jogadores mostrarem serviço, não apareceu, não criou situação, não sofreu falta, troca, não dá para insistir em improdutivos.

As apresentações de Willian e Oscar no jogo do Brasil me ajudam a exemplificar. Aos 29 eu teria substituído Oscar. O esporte não pode ser pai perdulário no salário, pouco exigente no estudo. Ou dá, ou desce. Ou joga, ou desaparece.

Confesso aos amigos que esse é o tipo de jogo em que vou para ver as camisas, os nomes importam muito pouco, mesmo porque os nomes não são lá grande coisa. Como não foram os de tantos rubro-negros que vi jogar, mas que marcaram a história do clube pela raça com que vestiram a camisa que só se veste por amor. É isso, vou lá para ver as camisas e ser surpreendido por atuações individuais que me levem aos versos do hino atleticano. Espero que as surpresas sejam muitas.

Seu Cristóvão diz que tem contrato até o final de 2016 com o Furacão. Para quem andava atrás de indícios sobre o futuro do clube pode ir colecionando, eles estão aí, nas manchetes dos jornais. 

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

MORRO DE SAUDADES

Quatro da tarde, os netos saem para um parque da cidade e eu tomo consciência de que quando era criança não devia haver dia da criança. Não me lembro. Devia ser feriado, dia da Santa, de todas as santas a que resolveu assumir a função mais espinhosa, nos proteger, olha a faina em que a nossa divindade morena se meteu. A ela todo o meu respeito, que ela nos dê a proteção que merecemos e ilumine nossos caminhos.

Existindo ou não dia da criança certamente eu estaria jogando bola, mesmo que fosse tempo de bolinha de gude, raia, bete, balão, queimada, essas coisas que tinham o poder de dividir o tempo na minha meninice. Passadas as quatro horas tudo se encerrava e a número cinco era castigada entre touceiras e carrapichos, descalço mesmo, aquela bolota que fica ali atrás do dedão ajudando a dar rosca, fazer a oval girar no caminho do gol.

Era o time da Brasílio contra o da Petit, de vez em quando íamos jogar atrás do cemitério contra o Realzinho, jogo duro, às vezes resolvido pelo pé de chumbo com um tirambaço de longe, seguro na defesa pelo filho do sapateiro, goleiro da melhor qualidade. Os que nasceram sabendo mandavam no jogo, jogavam no meio, no ataque, os cegos de nascimento distribuíam botinadas na defesa, um negrinho no time adversário era perigo à vista, preconceito zero, respeito imenso, marca que essa gente já nasce sabendo.

Era como se hoje os meninos como por encanto largassem seus games, computadores, filmes na TV, pegassem suas bicicletas e abandonassem condomínios, casas, edifícios e por conta própria se articulassem em equipes, e sem juízes para lhes comandar os lances jogassem até o cair da noite, marcassem gols, esfolassem joelhos, ganhassem, perdessem, empatassem, brigassem, enchessem a barriga d’água na torneira da vizinha e voltassem para casa, um dia heróis, outro derrotados, os pais nem ficavam sabendo, só mandavam tomar banho que a janta já estava pronta. Eu sei que hoje é muito melhor, mas eu morro de saudades.

domingo, 11 de outubro de 2015

MELHOR ESPERAR

Desde sempre soube que o entendimento da pergunta faz parte da questão. Para responder, opinar, concluir sobre determinado quesito você tem primeiro que lê-lo e entendê-lo perfeitamente. Pois já quase um Matusalém quebrei a cara. Li coluna na Gazeta e entendi que Petraglia tinha convocado grupo de atleticanos para reunião no Caju.

Disse que teria que ler mais, ouvir mais para dar opinião, mas, boca grande, perguntei por que o presidente não convocou todo o Conselho Deliberativo para o encontro?

Errei, a reunião foi iniciativa de grupo de atleticanos, não do presidente. Ataquei sem necessidade. Indesculpável. O presidente que me perdoe. Aos amigos que me acudiram com seus comentários o meu agradecimento, para alguns extremamente gentis o meu abraço. A gentileza me toca, estou naquela idade do que se não é bonito, se não emociona, se não ajuda, para que serve?

Em nada ajudei. Não foi um dia bom. Relendo o texto chamei o Ituano de Ituense, estava mais para falar de ventos, mandiocas, bolas, cachorros, crianças, essas coisas que me matam de rir e me fazem sofrer diariamente.

Quanto à eleição, continuo sem saber, vou atrás da informação que preciso. O amigo sabe que gosto de falar do jogo que vejo, daquilo que está ali exposto aos olhos de todos. Eleição é voo nevoento, o céu se abre aqui e ali, você só vai ver o solo praticamente na hora do pouso. Melhor esperar.

sábado, 10 de outubro de 2015

QUEM INVENTOU ESSA TAL TORCIDA?

A notícia da hora é a ausência de Petraglia das eleições do Atlético. Só hoje pela manhã li alguma coisa. Como não participei da reunião de vinte conselheiros e sócios em que o presidente colocou seu afastamento, vou ter que ler mais, ouvir mais, para dar opinião. Uma pergunta: Por que Petraglia não convocou todo o Conselho Deliberativo para a reunião, Conselho que o favoreceu com a unanimidade dos votos em todas suas necessidades? Vou ler mais.

De coluna da Gazeta tiro frase atribuída a Petraglia: “Nós não sabemos fazer futebol?” E volto a perguntar: Futebol jogado ou futebol negociado?

Se falarmos em futebol jogado, realmente não sabemos. Vivemos um sobe e desce de treinadores, em meses Doriva foi campeão com o Ituano, veio para o Atlético, caiu, foi para o Vasco, foi campeão, caiu, levantou a Macaca, está no São Paulo pronto para cair.  Nossa seleção tem um treinador com breve passagem pelo Inter, outra pela seleção na África do Sul, com um time que tomou de sete da Alemanha e de três da Holanda tenta fazer milagre. Resumo da história, temos uma geração derrotada de jogadores, comandada por treinador reconhecido pela sua ferocidade como volante, pela pouca inteligência como treinador. Vejo jogo da seleção como amistoso entre Chipre e Estônia.

Como negócio o Atlético é campeão absoluto. Fez fortuna no último ano, vendeu, ganhou trocados em revendas, foi notícia nacional. O negócio tem um preço. Seria Vilches convocado para a seleção chilena não fosse titular no Atlético? Alguns dos nossos bezerros sagrados teriam escalação garantida não se visualizasse neles a possibilidade de ganhos importantes? Futebol jogado e futebol negociado se intermeiam. No meio de tudo isso está a tal torcida que quer ganhar, atrapalha um bocado. Então encerro com uma última pergunta: Quem inventou essa tal torcida?

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

VEM COMIGO

Alguém me pergunta sobre o cargo de treinador de futebol. Tenho uma visão que pode ser muito diferente da estabelecida em nossos clubes, digo pode porque sou torcedor como o amigo, não vivo o dia a dia dos CTs, leio, assisto entrevistas, vejo aquele corre-corre do treinador bolas e apito nas mãos parecendo um general ateniense instruindo tropas para enfrentar os persas ao comando de Rodrigo Santoro fantasiado de Xerxes da Sapucaí.

Vejo o treinador como um estrategista, de posse dos conhecimentos da sua equipe e do adversário, trabalho do DIF, debruçado sobre o planejamento para o jogo, pensando a segurança, o por onde atacar, como atacar, os adversários a anular, aqueles a servir de brecha a aproveitar, paremos por aqui.

A partir daí o time vai para o campo. Não com o treinador. Com os especialistas. Se a troca de passes está mal, que alguém que conheça métodos de treinamento de jeito no problema. Se a bola aérea defensiva é vulnerabilidade, que pai da matéria gaste seu tempo e aperfeiçoe. Se temos que atacar pela direita que as ações sejam treinadas e retreinadas até a exaustão. O coletivo, contra time preparado para atuar como o adversário da hora, terá a supervisão do treinador, o ajuste final fica a seu cargo.

O jogo é do estrategista, assessorado por toda sua equipe de estatísticos e especialistas. Algo equilibrado, programado para um rendimento de 65%, salários adequados para todo mundo. É claro, tem que ter jogador, empresário deve levar a lancheira do craque até a porta do CT e voltar para casa. É assim que vejo o cargo de treinador. Por quaisquer 10 pilas eu assumo. O amigo entende de bola aérea? Vem comigo.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

HÁ MUITO TEMPO

Vira e mexe alguém escreve texto elogiando Petraglia, a mesma idolatria percorrida por tantos, tantos entre os quais me incluo, e me incluo por julgar seu trabalho frente ao patrimônio rubro-negro obra de valor inegável. Escrevemos todos por claro reconhecimento, já que tostões não saltam dos bolsos do presidente para os nossos, empregos não nos caem no colo, no colo de aparentados, afagos verbais, telefonemas agradecidos seriam mais fáceis partir da língua de sogra daquelas de sobrenome Soestrova.

Nenhum problema, é assim que a banda toca. O problema é que a outra face da moeda de Petraglia é sua total incapacidade de formar time, ou de dar continuidade a algo que em campo dá minimamente certo, só para recordar, lembremos de Mancini e companhia poucos anos atrás. Num vapt jogou-se tudo fora, todos eram inimigos, pano misterioso, irônico, caiu sobre a cena.

Depois de meses de luta o presidente conseguiu colocar em andamento a Primeira Liga, novo nome da Copa Sul-Minas-Rio. Outro sonho realizado. Só uma lembrança. Petraglia tem que começar a montar agora o time para a Premier League Tupiniquim. Se continuar achando que a base dá conta, duas ou três promessas não vingadas em outros clubes, uns idosos de bailão da Sociedade Operária Beneficente Internacional Água Verde vão disputar título, corre o risco de perder para os coxas e sermos sacaneados pela eternidade por brócolis, manjericões, alfaces e abobrinhas. Ele que abra o olho. A tropa do elogio está se repetindo, os comentários favoráveis diminuindo. A turma está querendo bola na rede. Há muito tempo.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

JÁ ME BASTA A DILMA

Tem um dito que gosto muito: “Chame-me de tudo, mas não me chame de esforçado”. Esforçados me cansam até na pelada. Troco dez esforçados por um mãos na cintura que consiga colocar atacante na cara do gol.

O amigo sabe que no futebol de hoje acabou a vaga para o meu herói de passe precioso. Neste futebol de esforçados, vai correndo e volta chispado, o meu herói veste um soutien por baixo da camisa que contabiliza quando metros correu, acabada a pelada um cientista que não sabe o que é uma rosca o convoca para canto do vestiário e lhe dá um puxão de orelhas.

Daí esse imbróglio entre El Gordito e o novo treineiro do Furacão, inconformado com o peso do nosso artilheiro desde o Fluminense. Alguém que o raio ainda não partiu lá no cajueiro tem que colocar o baiano Cristóvão para tomar uma cajuína e explicar que sem Walter a vaca vai pro brejo com soutien ou sem soutien. Pode ser aquele diretor de futebol baiano de cortar os pulsos, aliás, é bom lembrar, dois baianos já é nível crítico de preguiça. E têm uns loucos por aí que dizem ser o Atlético um time de transição rápida.

Mas volto ao esforçado. Diz Cristóvão que a “equipe tem potencial”, isto é, é esforçada, mas não consegue transformar esforço em resultado. Aí ferrou o Chevette. Meu bico de papagaio sentiu o golpe, meu ciático pediu bolsa de água quente, a nuca latejante implorou por gelo, a farmácia já mandou dúzias de emplastros para acudir cada ponto latejante do meu organismo em pânico. Por favor, quem quiser me dar uma ajuda, não me faça rir, já me basta a Dilma.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

JAMAIS VIRIA MESMO

Cristóvão Borges é o novo treinador do Furacão. Bom, ruim? Nada a ver, todos os treinadores brasileiros, com poucas exceções que confirmam a regra, são despreparados, o que vale é o natural crescimento da equipe com a chegada da novidade. Crescendo uns milímetros, ganhando uns pontos, passando a barreira dos 45, missão cumprida, entrega o relógio comprado às dúzias na Vinte e Cinco de Março e passa a régua.

O crescimento inicial da equipe é uma realidade, alguma coisa acontece que o bonde anda sem muitas modificações. O que não se descobriu é a maneira de identificar o momento em que o time entra em queda livre, a tempo de se mandar o comandante embora antes que os estragos sejam grandes demais.Tema para monografias, estudos, ensaios, essas coisas da ciência.

Cristóvão chegou ao Atlético em 84 junto a uma leva de tricolores trocados por Washington e Assis. Era o único que sabia acertar um passe. Como treinador Cristóvão não pode se deixar contaminar pela gente do cajueiro, inexiste luz naquele bosque, tem a sorte de não contar com Hernani, tem até o dia 14 para treinar a equipe. Os deuses da bola estão ao seu lado.

Cristóvão não vai ensinar a jogar, pode identificar os pouco letrados em bola, afastá-los, se fizer isso ganha minha simpatia. Se acertar a defesa, o meu respeito, se fizer um gol vai para o céu. Quando perdemos para o Fla no Rio amigos cariocas queriam vê-lo pelas costas. Tiveram que aguentá-lo mais duas semanas. Como é gente que por profissão tem obrigação de olhar e ver, sabe de ataques e defesas, estou sobre o muro. Sem problemas, o técnico que eu queria jamais viria mesmo.

domingo, 4 de outubro de 2015

PARA O RAIO QUE OS PARTA

O Atlético começou o ano com um time sub-23 perdendo a bandeiras enlutadas e termina o ano da mesma forma, com um time de meninos resistindo até não poder mais, tomar o gol matador e esperar o tempo passar para voltar para casa, reconfortar-se no colo das mães. Que não se culpem os jogadores, nada se faz sem um mínimo de inteligência por trás do trabalho duro e esse é o problema do Atlético, a mais pura falta de inteligência.

O Atlético entrou em campo como o paciente que adentra ao hospital com hemorragia grave, o braço esquerdo esguichando sangue, prelúdio da morte inevitável. O médico, as enfermeiras correm armários, procuram agulhas, suturas e nada encontram, nada para tamponar a brecha, ela está lá, clara, borbulhante, mas nada se faz, que se chame o cura, que venha paramentado, pelo menos para aliviar os pecados.

O golpe fatal acontece, o Furacão estrebucha, quem sabe um milagre ainda possa salvar o morto, mas de novo a falta de qualquer argúcia põe tudo a perder. Os homens de área, eu disse homens de área, caem pelos lados do campo, fogem do ponto onde podem resolver, limitam-se a espaços tão restritos, tão impeditivos à ação que qualquer esperança se desvanece, é ir preparando o discurso, aquele do trabalho, do trabalho sem inteligência.

Amigos, acho o futebol do Atlético de um primarismo difícil de encontrar pelos terrões deste imenso Brasil. Assiste-se ao jogo até o final na espera de um acaso, de uma falha grotesca do adversário, mentira minha, assiste-se por assistir, por dever, esta a mais pura verdade, por dever. Pois bem, eu assisti, agora, todos vocês, dirigentes, técnico, preparadores, embromadores, jogadores, vão todos para o raio que os parta.  

sábado, 3 de outubro de 2015

PORTAS DA ESPERANÇA

Walter e Nikão se integram ao Atlético em Brasília, participam de treinamentos, estão prontos para o jogo com o São Paulo. É um alento, um sopro tocado pela janela da esperança, entreaberta milímetros, de qualquer forma um estímulo ao assistente assíduo de finalizações especializadas em assustar entusiasmados torcedores de trás das metas.

Seu Osório está cheio de desfalques no seu São Paulo, mas viu o jogo do Furacão, se não viu ouviu aos 20 o locutor mandar um “com emoção” na bola nas costas de Kadu, aos 22 um “Deus do Céu” em cabeçada para trás do mesmo zagueiro de dar calafrios nos restos de Ramsés III. Osório não é tolo, sabe o caminho, vai forçar onde a fragilidade mora.

O nosso camoniano treinador tem que fortalecer a defesa, marcar individualidades, por favor, sem querer mostrar inteligência, é jogo para defender com tudo, não deixar jogar, assistir de joelhos à beira do campo, a família em casa dedilhando rosários, correndo aqui e ali mantendo os lumes das velas acesos a todo custo.

Nosso Mourinho de caravela tem que entender que não é jogo para crianças, o ataque tem que ser formado por adultos com experiência, que possam pegar uma bola e colocar na rede. Amigo, sei que te cansei com más notícias. Infelizmente nosso Furacão não tem quem saiba bater uma falta direta, cumprimentar uma bola em cruzamento, tirar uma bola do goleiro no um contra um. Que fazer? Não é culpa minha. Eu só escrevo o que vejo. Mesmo assim, que uma súbita calmaria, uma corrente imprevista, nos abra as portas da esperança.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

A TORCIDA PRECISA SABER

Como de costume as notícias sobre o Atlético não são boas em todos os níveis. Do gramado ao show do Rod Stewart, passando pelas negociações com a prefeitura tudo parece ir de mal a piau. O que não faltam são inimigos para seu Petraglia, uma vidraça imensa, seja pelo que foi capaz de construir, gerador de invejas de destruir cotovelos, seja pela personalidade forte, seja pela forma de tocar compromissos.

Agora recebo a notícia que o pagamento dos aluguéis dos imóveis dos militares moradores nas antigas moradias demolidas para a construção da arena deixarão de ser pagos. Em princípio uma impropriedade, por certo a ser levada à justiça, algo em que o nome do Atlético não precisava ser envolvido. Sem detalhes outros fico por aqui.

Outro dia o presidente Petraglia convidou oposicionista a tomar frente nas negociações com a prefeitura, o que foi negado. Penso que se existe realmente uma oposição com alguma pretensão de assumir o Atlético, essa era ótima oportunidade para se tomar pé de todas as negociações que envolvem a construção da Arena, dívidas, condições de pagamento, letras miúdas, saber o que ninguém sabe, mas está escrito em algum documento datado e assinado.

Ninguém pode desejar assumir o Atlético sem ter esse conhecimento, sob pena de arruinar-se no dia da posse. Se há uma oposição que apareça, que se mostre, que diga o que quer.  O Atlético hoje vive de fé, precisa viver de conhecimento, de trabalho, de verdades ditas com clareza, de reuniões, de propostas. O tempo cada vez é menor, a torcida precisa saber. 

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

POBRE FURACÃO

Com um time que obviamente não vai atuar contra o São Paulo no sábado, o Atlético foi a Brasília, conseguiu passar de fase, embolsou um troco e entregou para a sorte seu destino na Copa Sul-Americana.

Sem mudar o manequim ao lado do campo, com uma pretensa sabedoria europeia, o eterno dinamismo dos iniciantes e o discurso napoleônico, o Furacão repetiu erros passados, voltou a prender Marcos Guilherme no canto do campo, usou os já envelhecidos meninos para segurar o resultado, esperar o destino encaminhar a bola para as redes brasilienses.

O gol não aconteceu no primeiro tempo quando o fôlego permitiu um mínimo de qualidade, não aconteceria no segundo, ainda mais depois da entrada de Bruno Pereirinha no lugar de Ewandro, uma substituição lusitana no sentido mais pejorativo do termo. Essa em time de quartel dava prisão para o treinador.

Perguntados sobre a presença do camoniano interino à frente da equipe, os diretores em viagem evidenciaram o amadorismo no mais alto grau que toma conta do Furacão: “Vamos ver jogo a jogo”. Um disparate de largar os betes.

 Amigos, vamos acreditar que tudo faz parte de planejamento maior, sabiamente engendrado no mais recôndito dos laboratórios do DIF, de onde conseguimos ver emergir português sem eira, nem beira, sem porta, nem soleira para o comando do nosso rubro-negro. O gajo tem até sábado para fazer um milagre, se não fizer é a satisfação da coxarada, piada pronta da pior qualidade. Pobre Furacão.