quinta-feira, 31 de março de 2016

A FÉ CLARA DOS INTELIGENTES

A volúpia com que o torcedor atacou os ingressos do UFC me colocou para pensar. Os preços caríssimos me colocaram para pensar ainda mais. Por que o torcedor que chora as pitangas para se associar ao Furacão trava o sistema de vendas para o show no Coliseu rubro-negro? A novidade? O desejo de presenciar a violência transportada dos tempos da Roma antiga? Sei lá. O amigo que conhece melhor a modalidade pode ter a resposta que não tenho.

Sigo no tema. Por que o torcedor não se associa, já que propala amor eterno ao Furacão, e os preços são inferiores aos cobrados no espetáculo de extrema violência? Quem sabe a resposta esteja na palavra espetáculo. O UFC vem sendo promovido como espetáculo desde que confirmado, ontem, quarta-feira, um dos canais do SporTV colocou no ar entrevista com promotores e lutadores a participar do evento, esses, heróis e heroínas dos novos tempos.

O futebol deixou de ser um espetáculo. Os heróis minguaram nos principais clubes do país, a seleção nacional é retrato da carência de gênios que já dividiram espaços em nossos estádios. Não há mais o que ver. Os jogadores ganham fortunas para atuar mal, errar passes, o torcedor os vê em carrões, nas baladas, nas redes sociais, e não sente sua paixão bem representada, então, para que gastar dinheiro em mensalidades, melhor esperar, quando um grande jogo acontecer, gasta-se algum, tira-se a camisa da gaveta.

Qual a solução? Voltar às origens, criar craques, contratar jogadores de caráter, treinadores competentes, montar times que se identifiquem com o torcedor, com as tradições do clube, promover campeonatos, espetáculos, gerar de novo uma onda de credibilidade, que devolva a fé ao torcedor.  Não a fé cega dos apaixonados, mas a fé clara dos inteligentes.

terça-feira, 29 de março de 2016

FAZER FESTA DE VERDADE

A semana cheia para treinamentos começa nesta quarta, sem saber ainda o adversário de domingo para o Furacão. Os horários já foram decididos. Contra o Londrina no Vitorino, jogo às 16 horas. Contra o Coxa na Magnífica, jogo às 18:30. Venha quem vier, tiramos de colher.

Escassas as notícias, os jornais atiram em superficialidades. O calor na Arena com o teto fechado, o gestor do Tubarão reclama de nossos tribunais esportivos, o UFC cada vez mais próximo. Sobre as rivalidades, os aprontos das equipes, o perigo de um Atletiba que eliminará precocemente o Coxa da competição, nem um comentário.

O que vejo de positivo para o Atlético neste final de campeonato? Primeiro, o descanso obtido com a atuação do time B em Toledo. Segundo, Autuori passou a conhecer melhor seus suplentes, tem noção mais acurada do que pode e do que não pode usar em jogos decisivos. Terceiro, a derrota contra o Coritiba colocou o time de barbas de molho, outra partida igual aquela, com tal nível de submissão, impossível acreditar. Quarto, Marcos Guilherme passou a ser acionado mais pelo centro do ataque, posicionamento que sempre achei deveria ocupar. Pelo lado, Marquinhos fica por demais preocupado em marcar o lateral, tem a sua marcação facilitada no canto do campo. Marquinhos é jogador para ter liberdade. Quinto, o retorno da eficiência de Nikão é um alento. Sexto, chegou a hora de Walter desencantar.

São muitos os motivos para o atleticano acreditar no Furacão. Vamos melhorando, subindo devagar, sem desesperos, comendo pelas beiradas, tomando chope em caneca, até ganhar a taça, fazer festa de verdade.

segunda-feira, 28 de março de 2016

MOSTRE SUA FORÇA

Março está acabando e o Furacão já pensa no final de abril, para ser mais específico no dia vinte, quando disputará a final da Primeira Liga contra o Fluminense. Muito tempo para analisar o Fluzão, conhecer as virtudes e vulnerabilidades do time do Levir, armar o pulo para trazer o caneco e mais 500 mil reais de prêmio. O campo de jogo ainda não se sabe, eu gostaria que fosse o Pacaembu, um estádio cheio de charme para a final importante.

De olho no caneco nacional, o Furacão enfrenta barreiras estaduais para chegar à final do Paranaense, no ainda longínquo 8 de maio. Sem escolher adversários, descansado, ajustando setores, prepara o rebenque para dar surras históricas em moleques, tubarões, gralhas e outros para mim menos importantes. Esqueci os coxas? Erro seu irmão, ele está incluso nos menos importantes.

Enquanto vamos passando por cima dos irmãos paranaenses, aguardamos o Brasil de Pelotas, visitante de bota e espora que no próximo dia 14 vem conhecer a República de Curitiba, a Arena Magnífica, e voltará para o Sul encantado com tudo que aqui viu, com a gentileza da acolhida rubro-negra.

Papo de torcedor. O Atlético tem que estar focado em cada jogo, com a força mental que tanto fala o treinador rubro-negro, o torcedor que ainda não se associou deve reservar um troco, escolher os jogos em que dirá presente para ajudar o Furacão. Que não me venha o torcedor de chororô, que não se associa por causa do MCP, que o Atlético está mais preocupado com o UFC do que com o futebol. O Atlético hoje é clube que prioriza o futebol e tem estrutura para gerar recursos em outras áreas. Seria louco se não o fizesse. Vamos irmão, a eleição acabou, chega de mágoa, mostre sua força.

MOSTRE SUA FORÇA

Março está acabando e o Furacão já pensa no final de abril, para ser mais específico no dia vinte, quando disputará a final da Primeira Liga contra o Fluminense. Muito tempo para analisar o Fluzão, conhecer as virtudes e vulnerabilidades do time do Levir, armar o pulo para trazer o caneco e mais 500 mil reais de prêmio. O campo de jogo ainda não se sabe, eu gostaria que fosse o Pacaembu, um estádio cheio de charme para a final importante.

De olho no caneco nacional, o Furacão enfrenta barreiras estaduais para chegar à final do Paranaense, no ainda longínquo 8 de maio. Sem escolher adversários, descansado, ajustando setores, prepara o rebenque para dar surras históricas em moleques, tubarões, gralhas e outros para mim menos importantes. Esqueci os coxas? Erro seu irmão, ele está incluso nos menos importantes.

Enquanto vamos passando por cima dos irmãos paranaenses, aguardamos o Brasil de Pelotas, visitante de bota e espora que no próximo dia 14 vem conhecer a República de Curitiba, a Arena Magnífica, e voltará para o Sul encantado com tudo que aqui viu, com a gentileza da acolhida rubro-negra.


Papo de torcedor. O Atlético tem que estar focado em cada jogo, com a força mental que tanto fala o treinador rubro-negro, o torcedor que ainda não se associou deve reservar um troco, escolher os jogos em que dirá presente para ajudar o Furacão. Que não me venha o torcedor de chororô, que não se associa por causa do MCP, que o Atlético está mais preocupado com o UFC do que com o futebol. O Atlético hoje é clube que prioriza o futebol e tem estrutura para gerar recursos em outras áreas. Seria louco se não o fizesse. Vamos irmão, a eleição acabou, chega de mágoa, mostre sua força.

PERDA DE TEMPO E DINHEIRO

Vamos direto ao ponto. O Atlético perdeu, jogou no limite de um time carregado de reservas, que fez um autogol nos primeiros segundos, lutou para empatar, empatou, e segundos antes de seguir para o vestiário teve um pênalti marcado a desfavor, enfim, perdeu por mérito, perdeu por segundos.

Observe o amigo que o Furacão ainda não teve um pênalti marcado a seu favor no Paranaense. Muito porque nosso ataque, titulares e reservas, pouco consegue penetrar na área, também porque a arbitragem, em lances duvidosos, que nos dariam direito ao tiro fatal, manda seguir. Ontem, antes do pênalti assinalado em favor do Toledo, sua senhoria poderia ter dado uns dois para o rubro-negro que ninguém reclamaria. Seguiu a pelada.

É difícil promover o Paranaense. Ficou para quinta-feira a decisão sobre os pontos pedidos pelo Londrina, o que pode alterar completamente a tabela de jogos para as quartas de final. Perdido os pontos, o Tubarão enfrenta o Furacão. Ganhos os pontos, o Atlético se vinga dos coxas mais cedo.

Do que vi da pelada na terra do porco no rolete, tive confirmada minha impressão de que o Atlético mantém em seu elenco bananeiras que não deram cacho que em nada ajudam. A diretoria de futebol do Atlético deveria perguntar ao treinador: Você escalaria o jogador X contra o Corinthians no Campeonato Brasileiro? Em caso de resposta negativa, empresta, alivia o caixa, vai ver lá na Ferroviária aparece e a gente ganha um troco. Essa repetição de figurinhas carimbadas exaure o torcedor, impede a ascensão dos mais novos, alguém com explicação razoável que me ajude. Eu acho perda de tempo e dinheiro.

sexta-feira, 25 de março de 2016

FELIZ ANIVERSÁRIO FURACÃO

O Atlético faz hoje 92 anos. Do Furacão que conheci ali por 1960 pouca coisa restou. As cores da camisa, invertidas, na vertical procurando o céu, um futuro cada vez mais feliz, o espaço onde se ergue a Arena Magnífica, o amor inabalável do seu torcedor.

Faço as contas e descubro que estou casado com o Furacão a mais ou menos cinquenta e seis anos. Um amor de menino curioso, querendo ver o que acontecia atrás daquelas cercas de madeira, que foi evoluindo entre sofrimentos sem brigas, entre dores sem abandonos, entre perdas sem denuncias, o juiz sempre o culpado, o adversário sempre patrocinado pela sorte grande.

As comemorações de hoje por certo evidenciarão a transformação sofrida pelo clube a partir do final do século passado. Os nomes dos responsáveis estão aí na boca de todos, todos sabem, não são um, nem dois, são muitos, poder-se-á ressaltar um visionário em determinado momento, um empreendedor noutro, um grupo sólido sempre a tocar o barco no rumo certo, democraticamente, a última eleição provou o vigor da política rubro-negra.

É claro que tenho por todos eles meu apreço, outros lhes darão o merecido crédito. Eu quero homenagear o torcedor atleticano que perseverou comigo nas noites chuvosas, nas derrotas fragorosas, os presidentes que, atendendo pedidos de joelhos, assumiram o caos, aos que foram corajosos e com coragem mantiveram vivo o Furacão. Vivo pôde ser transformado e tornar-se a excelência esportiva que hoje nos encanta. Que não se esqueça a história. A você meu irmão das arquibancadas de tijolos a vista, do grito de gol agarrado ao alambrado, o meu especial abraço. Feliz aniversário Furacão.

quinta-feira, 24 de março de 2016

NOSSA VINGANÇA SERÁ MALIGNA

Passei a manhã em compras para a Páscoa. Um bacalhau mais barato aqui, os ovos para os netos, com dinossauro dentro, uns vinhos sem amarrar muito na boca, nem no bolso, a cabeça pensando em que escrever para os amigos, como sintetizar em poucas linhas – o que alguns classificam de “textões” – a vitória maiúscula do meu Furacão. Passo pela banca e o mesmo jornal que na segunda-feira tinha como manchete um “virou freguês”, reduzia o meu orgulho a um simples “na final”. Criatividade de teclado amargo.

Assisti aos primeiros vinte minutos de jogo aterrorizado, colado na cadeira, vendo o Flamengo reduzir a pó nosso flanco esquerdo, cruzar bolas de três em três minutos, esperando o momento fatal do gol carioca. De repente, o vento que amparava as ações do Urubu deixou de soprar e o Furacão começou a chegar ao ataque. As ações pelos lados aconteceram, finalizamos pelo menos seis vezes de fora, Thiago Heleno quase marcou em escanteio, Marquinhos se atrapalhou com a bola entrando pelo meio. Fui para o intervalo esperançoso.

Nos quarenta e cinco finais, o domínio atleticano foi completo. Exceto por jogada individual de Marcelo, logo que entrou em campo, o Urubu não incomodou. O Atlético morou no ataque, fez seu gol aos dezesseis em belo chute de fora de Marquinhos, e passou a explorar o desespero da ave agourenta com contragolpes organizados pelo mesmo Marquinhos, que deu dois passes de colher em lances bem defendidos por Paulo Vitor.

 A força mental foi recuperada, Weverton fez duas defesaças, Otávio mandou no meio do campo, Nikão fez a assistência para o gol, é imprescindível, Marquinhos foi o nome do jogo. Estamos na final da Primeira Liga, pela qual tanto brigamos. É isso aí. O Atlético é time grande, tem que estar presente nas finais, está, e “eles” que esperem, nossa vingança será maligna.

terça-feira, 22 de março de 2016

DAR UM DRIBLE

A escalação para o jogo contra o Flamengo foi anunciada. Lá vai a cópia para o amigo: Weverton; Eduardo, Thiago Heleno, Paulo André e Pará; Jadson, Otávio, Marcos Guilherme, Nikão e Pablo; Walter. As mudanças acontecem nos três setores do campo, não se sabe se apenas para “oxigenar” a equipe, descansar jogadores, ou “transfundir” a equipe, injetar sangue novo, sangue com um mínimo de DNA rubro-negro que nos afaste de outro vexame.

Nikão é uma necessidade. Lá pelo meio do Atletiba, clamei pelo jogador e fui informado pelo sofredor ao lado da contusão em cima da hora. Então percebi que a viola estava em cacos. Nikão, com o seu futebol simples, tem carregado o piano nesse time de novidades que não emplacam. Se está bem vai para o jogo.

Jadson pode melhorar a transição. Se Autuori pretende segurar os laterais, pode ser boa opção ofensiva, principalmente nesse futebol novo em que os volantes não devem só marcar, mas também avançar, agir como atacantes.

Thiago Heleno foi bem quando entrou, é mais agressivo que Vilches. Dentro da ideia de que a dupla de zaga deve ser formada por um que bate, outro que afaga, o bom e o mau juntos são a solução ótima, quem sabe seja esse o caminho. Vamos ver.

Verdade é que o Atlético não consegue fazer gols e no Atletiba, Pablo e Marquinhos, atuando pelos lados, foram dominados por seus marcadores. Jogar com “wingers” exige a alternância de jogadas junto à linha lateral com entradas na diagonal. Autuori entra com os dois, já com os reservas de ataque no aquecimento. Estacionaram na beirada, bateram na parede, coloca alguém que saiba dar um drible.

EU ERA FELIZ E NÃO SABIA

Há tempos observo com preocupação o comportamento da torcida atleticana. O que era um fervor, um alento ao time em dificuldades, transformou-se em torcida de horas boas, ao invés de carregar o time nas costas é estimulada pelo bom rendimento da equipe. O alto preço dos ingressos mudou o perfil do torcedor?

Não é assim apenas com o Furacão. Acontece em todos os estádios, todas as torcidas. As organizadas – a minoria ativa –, tenta puxar a morna maioria, entretanto, se o time rateia, morre no esforço. Até que me provem o contrário fico com o novo axioma: é o time que puxa a torcida. Ou sempre foi assim?

No domingo foi exatamente isso. Um ataque que quase resultou em gol logo no início, marcação forte, presença ofensiva levaram a torcida coxa ao domínio, o atleticano que levou o filho pequeno ao estádio, se não saiu mais cedo, ali pelos trinta do primeiro tempo, corre o risco de comprar camisa do Coxa no Natal.

Aí cabe outra análise. Teria a mudança da torcida visitante para a arquibancada superior dado maior volume sonoro ao torcedor alviverde? Aquela posição é alto-falante poderoso para o torcedor adversário? Se é, é bom repensar a ideia, entocar de novo os inimigos no nível do campo, submetê-los aos desfavores das sonoridades.

Coisas para pensar, sem nunca esquecer a atuação deprimente, imperdoável de nossos jogadores. Se é aquele o futebol do Atlético, pode colocar a casa abaixo e começar de novo. É muita tecnologia para pouca valentia. Tem horas que eu volto ao meu abrigo seguro lá em 1983. Lá havia raça, técnica, coração. Eu era feliz e não sabia.

segunda-feira, 21 de março de 2016

VERMELHA DE VERGONHA

Uma partida perfeita do Coritiba desmantelou o Atlético, manteve-o nas cordas praticamente todo o jogo, resultou em dois a zero que só não foi maior por sorte. Ao cambaleante rubro-negro correspondeu uma torcida sem forças, de bandeiras enroladas, acuada no seu canto, sem entender o porquê daquele time fraco em criatividade e valentia. O vexame aconteceu dentro e fora do campo.

O Atlético que não consegue chutar a gol marcou presença mais uma vez. Que eu me lembre um cabeceio de Pará para fora e foi só. Aliás, o Furacão pouco passou do meio campo. Quem viu o primeiro tempo ficou com a impressão que o clássico servia apenas para a primeira linha de defesa atleticana trocar passes, parte de um treinamento que não envolvia a transição para o ataque, o jogo ofensivo ficaria para outra oportunidade.

Vinícius, a maior esperança na criação de jogadas desapareceu do jogo, Pablo estava escalado, mas não compareceu, Walter fez o que pôde, Marcos Guilherme fez mais do mesmo, Deivid e Otávio pouco avançaram, os laterais quando foram à frente abriram as portas para os gols alviverdes. O treinador de nível que eu tanto pedi tomou um nó tático do Gilson Kleina. Podia ficar sem essa.

Vou repetir. Se as contratações não estão resolvendo é necessário voltar ao mercado. Se o esquema institucional impede que o Atlético chute a gol deve-se liberar o treinador para mudar, impossível ficar com André Lima no banco com um ataque zero gol. É bom reunir os jogadores e explicar que o Atlético é o time da raça, da vergonha na cara, desde o tempo em que os salários não eram pagos em dia, que as camisas desbotavam nos varais atrás do gol dos fundos. Esse time sem alma nada tem a ver com o meu Furacão. A noite vai longe, olho pela janela e a Magnífica está em brasa, vermelha de vergonha.

sábado, 19 de março de 2016

MOSTRAR O PAU

O Jornal Nacional acaba e eu estou aos tremores, prestes a vomitar. Nunca pensei que o Brasil chegasse a esse ponto, levado à ruína por um analfabeto, por um cachaceiro de boteco chinfrim. Se existisse um “diga-me em quem votas e te direi quem és”, seria justo afirmar que os brasileiros são de um despreparo político monumental, incapazes, minimamente, de distinguir o bem do mal.

Baixo a cabeça entre as pernas, a zonzeira vai passando, o mal-estar se esvai, tenho que estar bem, amanhã tem Atletiba.

Quando penso em Atletiba uma preocupação sempre me constrange. O clima do clássico, o jogador pilhado, o risco de expulsão é imenso. Expulso o atleta, o prejuízo é enorme. Já vi muitos atleticanos serem expulsos ainda no primeiro tempo. Derrota quase certa. Assim, fosse eu o treinador, o jogo na bola, a cabeça fria os noventa minutos seria o primeiro item da preleção. Raça não significa entrar no meio do adversário, bater boca com a arbitragem.

A programação do espetáculo inclui um mosaico na arquibancada da Getúlio.  O último mandava um “vai para cima” que não aconteceu, o Atlético jogou sem entusiasmo, ficou devendo. A vitória exige ousadia, uma pitada de valentia temperando todos os demais ingredientes da receita.

Atletiba é jogo para quem tem coragem, para quem não fica esperando cair do céu, para quem assume a responsabilidade. O Atlético é um time maduro em todos os setores. Tem que ir para cima, matar a cobra e mostrar o pau.

TAMBÉM NO ESPORTE

As manifestações do domingo passado uniram o Brasil de Norte a Sul. Diferenças foram esquecidas, quem foi às ruas viu, quem não foi assistiu pela televisão gente de todas as classes, de todas as cores buscando a vitória do Brasil contra a criminalidade instalada nos postos máximos da República, tudo dentro de um clima de tranquilidade e paz.

Um mongol que assistisse à televisão e visse tais imagens por certo indagaria se o Brasil fora novamente campeão mundial, se por acaso teria acontecido Copa do Mundo da qual não tivesse conhecimento. O clima era realmente de final de Copa do Mundo, ainda não vencida, mas vamos vencer, é só esperar um pouco mais, mudar o rumo da história, conduzir um país ao seu verdadeiro destino pode demorar um pouco, mas o povo tem esse poder e ele conseguirá.

Esse clima bem poderia ser levado para dentro da nossa Arena Magnífica no domingo. Atletiba sempre foi festa, cansei de vê-los, perdi, ganhei, e, infelizmente, vi a situação nas arquibancadas e nas ruas se deteriorar, o que era antes restrito ao campo de jogo, você saía e pegava seu carro no estacionamento ao lado de coxas sem o menor problema, foi ganhando um clima de guerra, hoje torcidas têm que ser escoltadas, controlada a saída, impossível um encontro fortuito que as faíscas transformam-se em labaredas.

A verdadeira cara do Brasil é a do domingo das manifestações. Que ela se reproduza na Magnífica. Que a República de Curitiba, que dá exemplo mais que salutar ao país no campo da Justiça, o faça também no esporte.

sexta-feira, 18 de março de 2016

COM ATLETIBA NÃO SE BRINCA

O resultado em Pelotas obviamente não foi bom. Quem tem 2013 na lembrança vai recordar que, após o 1 a 0 favorável na terra do doce, tivemos um jogo difícil no Janguito, só decidido no segundo tempo, até lá sofremos com a possibilidade do gol de bombachas que levaria a decisão aos pênaltis.

Creio que o Atletiba de domingo comprometeu nossa dedicação integral à passagem de fase. Em determinado momento imaginamos controlar a partida, julgamos a vitória pelo placar mínimo suficiente, evitar o desgaste passou a ser prioridade. Estou apenas imaginando.

A partida mostrou que o Atlético continua com dois problemas crônicos. O índice muito baixo de finalizações e a vulnerabilidade defensiva de Eduardo. No primeiro tempo tivemos um chute de Jadson na trave, um cabeceio de Vilches e o gol de Marquinhos. No segundo, cabeceio de Walter, chute de Walter bloqueado pelo zagueiro, um escanteio quase transformado em gol olímpico. É muito pouco. O Brasil nos 45 minutos finais obrigou Weverton a quatro defesas e fez seu gol em cruzamento da esquerda.

Marcos Paraná saiu para o intervalo avisando que o Xavante continuaria caindo nas costas dos laterais rubro-negros e o gol aconteceria. Só faltou o turbante. A jogada pela esquerda se repetiu perigosamente aos 15, aos 22, aos 28, aos 30 o empate aconteceu. Quem? Quem? Quem? O “astro” Marcos Paraná. O que a comissão técnica do Brasil viu, eu vi, o Coritiba também vê. É bom tomar cuidado, corrigir coberturas, acertar a pontaria. Com Atletiba não se brinca. 

quinta-feira, 17 de março de 2016

ALHEIO AO ASSALTO

Voltamos a Pelotas, cidade de ótimas recordações para o Furacão. Lá demos início, com vitória, à grande campanha na Copa do Brasil 2013, em que chegamos à final no Maraca contra o Flamengo. Perdemos, é verdade, o momento de sonho, entretanto, jamais será esquecido.

Perder pode, chegar às semifinais, finais de competições nacionais, ou sejam elas quais forem, deixou de ser um acaso para o Atlético, passou a ser objetivo a ser conquistado jogo a jogo, ponto a ponto, gol a gol, grito a grito do nosso torcedor.

Não posso mais entender o Atlético como aquele time desclassificado nas primeiras fases da Copa do Brasil. Demos as costas para os tempos ruins, temos tudo para ir em frente, com as dificuldades inerentes ao jogo disputado com bravura pelas equipes em confronto, com a certeza de que o trabalho bem feito, a vontade absoluta de vencer, a atitude ofensiva a ser levada a campo abrirão as portas para vitórias gloriosas.

É com essa visão que vou para frente da telinha após o Jornal Nacional, quando certamente ficarei mais uma vez enojado com tudo que a política nacional nos impõe. O futebol poderia contribuir para o desmantelamento da quadrilha que tomou conta do país. Um canto do Hino até seu último verso, braçadeiras verde-amarelas nos jogadores, ou negras, os torcedores com faixas demonstrando suas insatisfações, algo tem que ser feito. O Brasil está em ruínas, o futebol é a maior expressão da cultura nacional, não pode ficar alheio ao assalto.

terça-feira, 15 de março de 2016

BONS EXEMPLOS

O que se dizia lá atrás aconteceu. O tempo ficou curto para treinamento. Agora seu Cristóvão já está longe, sobrou para o Autuori. O Atlético joga quinta contra o Brasil de Pelotas no extremo sul, domingo enfrenta os coxas na Magnífica, na outra quarta o Flamengo em Juiz de Fora, no fim de semana o Toledo no oeste. As viagens tomam tempo, mesmo que se possa treinar longe do Caju.  Sorte do Coxa que passa a semana tentando ganhar ânimo depois de tomar chibatada dolorosa do Jotinha.

O amigo que for comprar seu ingresso para o clássico pode aproveitar e associar-se rapidinho, ali mesmo, ao lado da bilheteria. Leva seu cartão de banco – débito ou crédito –, CPF e RG e sai com o seu smart card pronto para usar já na partida de domingo. Se ainda tem dúvida sobre associar-se dê uma olha no Clube de Vantagens no site do clube. Tem desconto para tudo, sabendo usar é lucro certo. O torcedor coxa que for ao jogo paga uma “garoupa” e ganha o direito de ver o show, passar nervoso e sair mais cedo.

Falando em clássico, o zagueiro Luccas Claro do alviverde disse ser “melhor jogar na grama sintética do que em gramado ruim”. A clareza do raciocino vem do nome. Impossível achar que sofrer com buracos dignos de estrada de Mato Grosso, poças d’água de enchente carioca seja melhor que atuar na relva artificial da Magnífica, certificada pela FIFA em seu mais alto nível. Para advogar contra a grama portuguesa só alguém que defenda o indefensável, quem sabe do Instituto Lula.

Fui surpreendido pelas ótimas atuações de Pablo. O bom jogador que saiu do Atlético para andar pelo mundo voltou um atleta da bola, aceso, contundente, marcando gols em sequência. Como ele próprio diz: “Voltei amadurecido e pronto para aproveitar minha chance”. Pois fique à vontade, aproveite a chance e passe a experiência aos mais jovens. Eles precisam de bons exemplos.

segunda-feira, 14 de março de 2016

MELHORA PARA TODOS

Para quem, como eu, viu Sicupira brilhar pelo Atlético, ser o maior artilheiro da sua história, a notícia de problema de saúde com o ídolo causa apreensão, mesmo sabendo que a idade nos traz inevitavelmente esses sobressaltos. Ninguém quer, mas é da vida. As últimas informações dizem que o Sicupa passa bem. Que assim seja, melhoras para o bigode, vida longa ao craque da oito.

No tempo em que Sicupira dava aula em campo, era comum, terminado o Campeonato Paranaense, Atlético e Coritiba irem ao interior buscar revelações para seus elencos. Neste fim de semana assisti retalhos de uns quatro jogos da competição estadual e não vi alguém que me chamasse atenção. Nem no Coxa vi craque que pudesse interessar ao Furacão. Os times são bem arrumados, organizados taticamente, mas envelhecidos, os craques minguaram. É uma pena.

Assistindo aos melhores momentos de Atlético e PSTC fica fácil identificar a participação de Nikão em todos os lances de gol. Bateu a falta no primeiro, deixou Pará livre para cruzar no segundo, sofreu a falta no terceiro, cruzou para André Lima fechar a goleada. Para quem foi substituído ainda no primeiro tempo contra o Foz, semanas atrás, a mudança é da água para o vinho. Influência do treinador?

A entrevista de Autuori após o jogo contém conceitos novos, posicionamentos determinantes. É clara quanto ao seu ainda reduzido conhecimento do elenco, da importância do staff que o assessora, da grandeza do Clube Atlético Paranaense. É possível que a nossa crônica ainda leve algum tempo para se adaptar ao novo treinador, mas por certo a mudança também lhe trará benefícios. O nível sobe, melhora para todos.

sábado, 12 de março de 2016

VIVO O PARAÍSO

Entrei na Arena magnífica de preto e sai de vermelho, ressuscitado do pesadelo vivido em Belo Horizonte. Melhor, sai confiante em futuro melhor. O Atlético perdeu a baianidade, a modorra, o jeito lento de jogar, como disse o próprio Autuori em entrevista ao final da partida “a grande vitória veio da atitude”.

O time entrou em campo para atropelar o PSTC. Foi para cima, pressionou, apertou, como se dizia antigamente, “aperta que eles entregam”. A resultante do aperto foi uma pixotada tremenda do seu Tayron, com um estranho cabeça-pé – só vendo no replay –, marcou contra, bem no cantinho. Aberto o placar, mantida a pressão, a goleada era certa. Ela veio ainda no primeiro tempo, três a zero com facilidade.

O Atlético ainda marcaria um quarto gol com André Lima logo aos seis da segunda etapa. O 99 fez dois, por pouco não pede música. Logo aos doze seu Autuori começou as substituições, o time voltou para jogar no meio de campo, foi para o descanso merecido. A partida parecia acabada em emoção e espetáculo. Então entrou Giovanny para o meu encantamento. 

Senhores, esse menino sabe driblar, sabe passar, sabe finalizar tirando do goleiro. Entrou pela esquerda e deu passe na medida para Anderson Lopes, entrou pela direita e tocou por cima de Lucas, o zagueiro salvou sobre a linha. Lá pelo final do jogo, ao receber a bola ainda no campo atleticano, um cabeçudo veio lá da defesa e deu uma pancada por trás no menino, diploma doloroso pela sua competência e atrevimento.

Amigos, eu adoro goleada, eu adoro drible. Acho que uma das causas da decadência do nosso futebol é a morte do drible, perdemos a nossa principal característica, o que fazia a diferença. Assim saúdo a goleada, saúdo a atuação de Giovanny. Assim é o futebol. Outro dia vivi o inferno, hoje vivo o paraíso.

quinta-feira, 10 de março de 2016

ESPIANDO A DERROTA

Passei esta quinta-feira de luto fechado. A virada do placar conquistada pelos reservas do Cruzeiro a partir dos 30 minutos do segundo tempo foi tiro no peito sofrido, sem dúvida desestímulo tremendo para aqueles que tocam o futebol atleticano. Mesmo que a Raposa jogasse com todos os seus titulares, a partir daquele instante, com tantos benefícios a serem obtidos pelo Atlético com a vitória, o resultado teria que ser mantido, no mínimo o empate assegurado.

Foi um horror assistido de camarote pelo novo treinador rubro-negro. O que deveria ser um alento para desempenho decidido, forte, vencedor, morreu na praia, afogado nas marolas de um final de jogo. Repito, foi um horror.

Que ninguém busque explicação plausível para a derrota. Ela não existe. O que se pode ressaltar com segurança é que as contratações feitas pouco agregaram à equipe. O ataque, que continua com a baixa média de um gol por partida, no jogo inacreditável era o mesmo do ano anterior, com a entrada de Pablo, de volta ao Furacão após peregrinar pelo mundo. Somente Paulo André e Vinícius se transformaram em titulares absolutos.

Cabe lembrar que o Furacão 2015 foi o 10º no Campeonato Brasileiro. Andou assustando. Se as contratações pouco demonstraram, é bom voltar a campo, prosseguir na busca, agora atendendo ao olhar do novo treinador. Enquanto isto e até a próxima pelada esqueci o vermelho, continuo de preto, espiando a derrota.

terça-feira, 8 de março de 2016

CLASSIFICAÇÃO GARANTIDA

São quatro horas da tarde, a chuva cai forte, faz desaparecer a arena da minha janela, livro-me dos meus pequenos trabalhos e vou ao site da Gazeta do Povo espiar o caderno de esportes. Caderno? O amigo sabe que o tradicional jornal paranaense andou de pinimba com o Furacão por muito tempo, difícil achar uma notícia boa, uma opinião elogiosa. Pois parece que os problemas acabaram.

Fiquei de queixo caído. O Atlético tinha seis inserções a serem consultadas pelos leitores. A chegada de Autuori, Paulo André discorrendo sobre os problemas a serem enfrentados pelo novo treinador, colunistas comentando a novidade, a vinda do UFC para a Arena magnífica, o que o Atlético precisa para passar à semifinal da Primeira Liga e o convite a Emanuel para homenagem no Atletiba. Uma goleada de notícias. Já não era sem tempo.

Hoje, o Atlético é a locomotiva do futebol paranaense, é natural que suas atividades sejam levadas à mesa para que seus torcedores as devorem com sofreguidão. O jornal só tem a ganhar, o Atlético idem, o futebol das araucárias segue na esteira. É bom para todo mundo.

O torcedor atleticano tem que entender os esforços da diretoria e responder associando-se ao clube. A redução das mensalidades promovida com os novos planos acarretou uma perda de arrecadação que só será coberta com a entrada de cinco mil novos associados. Não dá para exigir sem contribuir.  Vamos, abra essa mão e vire sócio Furacão. Faça a sua parte.

Nesta quarta tem jogo, um empate contra o Cruzeiro e estamos garantidos na semifinal da Primeira Liga. A presença de Autuori vai empurrar a equipe. Classificação garantida.

segunda-feira, 7 de março de 2016

BEM-VINDO AUTUORI

Eu não posso reclamar do seu Sallim. Eu peço, eu ganho. Pedi um treinador de maior envergadura, alguém com um passado de conquistas e o Atlético trouxe Paulo Autuori. O amigo pode pensar que sou íntimo do presidente, pois sequer o conheço pessoalmente, assisto-o nas reuniões do conselho do Atlético da última fila de cadeiras, terminada a reunião tomo rumo de casa.

Por coincidência absoluta tenho minhas petições atendidas. Pedi contratações e elas vieram como prometido na eleição, nada mais que o cumprimento de promessas. Agora pedi um treinador de primeiro nível, por acreditar na obrigatoriedade de dar esse salto e seu Autuori aterrissou no Caju.

O Galo de Minas só se tornou campeão da Libertadores por que resolveu apostar em treinadores de primeira linha, contratar jogadores cinco estrelas, como Ronaldinho Gaúcho e agora Robinho. É o caminho, os torcedores transformaram os estádios mineiros em verdadeiras granjas premiadas, repletas de galináceos de todas as idades, os dinheiros passaram a entrar a rodo pelas bilheterias.

Eu sei de gente que preferia a manutenção do Pivetti até o retorno do atual técnico da Ferroviária para o Atlético. Esqueça-se. Agora é todo o departamento de futebol do Furacão dar as mãos e trabalhar com o único objetivo de apoiar o novo treinador. É assim que funciona. Esse é um novo Atlético, um Atlético em aberto, um Atlético que se volta definitivamente para o futebol, para as grandes performances, para os títulos que virão. Eu acredito. Seja bem-vindo Autuori.

domingo, 6 de março de 2016

DESCOBRIU UM TESOURO

Se o futuro técnico do Atlético viu o empate contra o Londrina deve ter tirado duas conclusões.

Primeira. Jogando com dois atacantes abertos pelos lados, esses guerreiros recebem missão impossível, tal a solidão que lhes é imposta. A bola chega aos seus pés, até com alguma liberdade quando da virada de jogo, e a partir daí o time todo assiste a luta do premiado contra três defensores sem qualquer aproximação que lhe dê algum apoio. Caso consiga uma brecha para cruzar, e o faça, dificilmente encontrará mais de um rubro-negro dentro da área. É a antítese do futebol coletivo.

Segunda, formando um losango ofensivo pelo corredor central do ataque – observe-se a equipe após a entrada de Nikão –, com Vinícius fazendo a transição pelo meio, Nikão pela direita e Marquinhos pela esquerda, mas não pelos lados do campo, e Walter centralizado na frente da área. O esquema aproximou os jogadores, melhorou a qualidade do passe, fez o Furacão controlar a partida, poderia ter vencido.

É óbvio que o Atlético tem que acumular jogadores pelos lados do campo. Pela direita Eduardo, Ewandro – para usar a escalação do final da partida – e Vinícius, pela esquerda Roberto, Marquinhos e Otávio por exemplo. É óbvio que a aproximação dos atacantes pelo meio funcionou, se o avanço dos laterais acontecer melhora, pelos motivos que o amigo conhece, não vou ensinar a missa ao vigário.

O resultado foi bom, o Atlético finalizou mais, descobriu alguém que sabe bater uma falta direta. Descobriu um tesouro.

sábado, 5 de março de 2016

CHEGA DE POBREZA

Bruno Pivetti será o treinador do Atlético em Londrina. O que o interino pode fazer? Pouca coisa. A defesa está definida, Thiago Heleno deverá ser o substituto de Paulo André e ponto final. Otávio e Deivid continuam na proteção da zaga. Daí para frente, temos dúvidas e certezas. Vinícius volta, Walter vai para o jogo, Anderson Lopes idem, falta um, o amigo pode escolher entre André Lima, Marquinhos, Crysan e Ewandro. Faltou alguém?

A dúvida não reside apenas na escalação desse último homem. Continuaremos com três atacantes, Vinícius vindo de trás, ou teremos outra formação ofensiva diferente do chamado esquema institucional? Vamos pressionar no ataque ou jogar defensivamente, tentando com a mudança de postura abrir as brechas para a marcação de gols? Só vamos descobrir quando a bola rolar.

Creio que este jogo já estará sendo observado pelo futuro treinador do Furacão. Ouvi falar de Eduardo Batista, aquele do Sport, que foi para o Flu, imaginando grandezas, e caiu dias atrás, está pronto para novas aventuras. Em termos de Atlético vi quase tudo, da penúria aos faustosos dias de hoje. Por isso, em futebol, se fui pobre não me lembro. Acho que o Atlético tem que contratar alguém de maior envergadura.

Técnicos de segundo nível resistem no máximo a quatro maus resultados. Técnico de passado mais avantajado pode resistir um pouco mais, a expectativa da tão desejada continuidade é muito maior. O jogo deste domingo é importante, temos que torcer de joelhos pelo bom resultado. Em realidade, o que se joga nesse fim de semana é algo muito maior, é a escolha de liderança à altura do CAP Gigante. Aí, como novo rico que sou, peço ao seu Sallim: “Chega de pobreza”.

sexta-feira, 4 de março de 2016

SEGUNDO PARÁGRAFO

Depois do jogo de quarta a queda do seu Cristóvão era tão certa quanto a prisão do Lula. Questão de tempo.

Tenho certeza que os treinadores brasileiros estão plenamente satisfeitos com o cai-cai que envolve suas vidas profissionais. Abandonam os clubes abanando o rabo, satisfeitos com os baús de dinheiro recebidos, por que deveriam se aborrecer se amanhã outros encontrarão neles a solução para seus problemas e os contratarão a peso de ouro? É um ciclo virtuoso onde a conta bancária só engorda.

No sítio do Caju a Cuca pegou seu Cristóvão. O amigo entendeu o alcance da frase? O finado treinador do Furacão pediu para cair. Satisfeito com as contratações, julgando-se o mais feliz dos mortais, esqueceu-se de fazer o time jogar, exigir da equipe o rendimento que todos esperavam. Os meses se passaram e os resultados muito ruins o conduziram ao acordo que o deixará um pouco mais rico. Difícil acreditar que esteja aborrecido.

O Atlético gigante tem que entender a necessidade de contratar treinador do nível do seu gigantismo. Penso que o seu Sallim é consciente da mandatória materialização dessa igualdade. Chega desses picaretas de plantão, vamos contratar um vencedor, um motivador de vestiários, um estrategista, alguém que possa nos levar a instâncias superiores nas competições das quais participamos.

E vamos passar um raspe nos jogadores, no pessoal do Departamento de Inteligência, afinal, seu Cristóvão não caiu só, caiu todo mundo, o resultado é fruto do trabalho coletivo, a bronca tem que ser geral e irrestrita.  Outro dia, o Cuca estava assistindo a jogo do Furacão. O cara diz ser atleticano, já ganhou Libertadores, está acompanhando a equipe, por que não? O amigo percebeu, voltamos ao segundo parágrafo.

ABRE-TE SÉSAMO

Queria ver progressos, só um pouco mais e vi o que classifiquei como a pior atuação do Atlético no ano. O gol, que anda em falta, saiu em frangaço do goleiro do Foz, um chute de fora de Deivid, pasmem, o artilheiro do Furacão no Paranaense. Mal o torcedor deu uma bocada no sanduba gelado e a partida já estava empatada, um gol de cabeça de Safirinha em bola parada. Depois não querem que eu tenha extrassístoles, arritmias, essas coisas do coração.

Eu que reclamei das substituições tardias no jogo contra o Paraná, agora tenho que calar a boca. André Lima foi para o campo ainda no primeiro tempo no lugar de NIkão. Certíssima. Nikão estava em outro planeta, lento, desatento, alvo fácil da marcação. Impossível esperar mais. Marcos Damasceno e Eduardo entraram após o intervalo. Aí já tenho minhas dúvidas.

Pago para alguém me explicar o esquema do Furacão em início de partida. O que tenha sido parece ter colocado jogadores em posições diferentes daquelas em que tem melhor rendimento, deu ao time velocidade paquidérmica, movimentação de hipopótamo. Foi uma dureza para o torcedor. Os últimos vinte minutos da partida valeram a ida ao estádio. O Atlético da garra apareceu, evoluiu ofensivamente, perdeu chances. Nada que apague o horror assistido nos momentos anteriores.

Desorganizado, o Atlético foi novamente infeliz na busca da finalização. Para o seu Cristóvão tornou-se urgente fazer o ataque criar algum problema para os goleiros adversários. Já estamos em março. São dois meses de trabalho, caras novas, sem o retorno esperado. Vou dar uma dica. O Barcelona tem o “abracadabra” para resolver suas dificuldades, seu Cristóvão poderia usar  o “abre-te Sésamo”.

quarta-feira, 2 de março de 2016

UM ATRÁS DO OUTRO

Assisto Bayern de Munique e Mainz e viro torcedor instantâneo do Mainz. O time de menor orçamento arruma uma retranca tremenda e em contra-ataque marca para desespero do torcedor da terra da cerveja. O time de Ribéry, Müller, Lewandowsky, Robin, Douglas Costa, Rafinha e outros menos conhecidos, sob comando de Guardiola, esperneia por todos os lados e só vai encontrar o gol e empate lá pelo meio do segundo tempo. Robin em chute rasteiro de fora.

Vejo meu sonho de ferrenho torcedor do Mainz periclitar. O Bayern ataca, cruza bolas, chuta de fora, tenta a jogada individual, é uma maré vermelha de ações ofensivas impossível de resistir. O jogo se arrasta para o seu final, um lourinho do Mainz foge pela direita, passa para companheiro na quina da área, passe para trás e colombiano negro como a noite marca o gol da vitória do meu time de coração.

A derrota do Bayern, guardadas as imensas proporções, me fazem lembrar das dificuldades que o Atlético enfrenta no Paranaense. Times focados na defesa, explorando o contra-ataque, jogam por uma bola, conseguindo o golpe de mestre o que já era difícil vira um inferno até para o time do Guardiola.

Hoje o Atlético enfrenta o Foz em condições semelhantes. Vamos lá para apoiar, compreendendo o cenário, esperando progressos, querendo ver um pouco mais do que se viu até agora. A derrota no clássico pode ter aberto olhos importantes no Furacão, colocado sebo nas canelas, criado ânimo em quem estava vendo a banda passar. É jogo bom. Um gol em início de partida e vira goleada. É com essa expectativa que estou arrumando a farda, querendo ver gol um atrás do outro.

terça-feira, 1 de março de 2016

MANDAR E SER ATENDIDO

Seu Cristóvão tem que tomar cuidado. Em jogo anterior reclamou que a equipe abusou da bola aérea, agora lamenta que centralizamos demais, insiste em que deveríamos jogar pelos lados do campo. Ficam as perguntas: “Quem manda no Furacão? O time sairia do seu controle em momentos da partida, suas orientações não chegariam aos ouvidos apressados de seus comandados?

Na verdade seu Cristóvão tem que tomar cuidado com outras cositas más. O Atlético se tornou conhecido, joga da mesma maneira já há algum tempo, o conhecimento obtido por Claudinei em sua passagem pelo Atlético contribuiu para a vitória da Gralha no domingo. O bloqueio dos laterais rubro-negros, o congestionamento da frente da área, a consciência de que o esquema atleticano torna Walter um solitário, obriga-o a cair pelos lados para construir as jogadas que outros deveriam edificar, a certeza de que finalizamos mal, devem ter feito parte da preleção tricolor. Perdemos. Já passou. Obrigatório que fiquem os ensinamentos.

Para jogar no ataque, o Atlético tem que treinar a ultrapassagem dos laterais, encontrar um parceiro de área para Walter, usar mais o avanço de Vinícius, o que já vem acontecendo, acertar a finalização, aproximar jogadores, trocar passes em velocidade, obrigar o adversário a praticar a falta, ter alguém que saiba bater faltas diretas, uma raridade hoje no Brasil. Esta é a hora para treinar, principalmente criar novas soluções ofensivas. Lá na frente vai dizer que é jogo atrás de jogo, falta tempo, impossível corrigir erros. Antes de tudo isso, tem que mandar e ser atendido.