O Atlético faz hoje 92 anos. Do Furacão que conheci ali por 1960 pouca
coisa restou. As cores da camisa, invertidas, na vertical procurando o céu, um
futuro cada vez mais feliz, o espaço onde se ergue a Arena Magnífica, o amor
inabalável do seu torcedor.
Faço as contas e descubro que estou casado com o Furacão a mais ou menos
cinquenta e seis anos. Um amor de menino curioso, querendo ver o que acontecia
atrás daquelas cercas de madeira, que foi evoluindo entre sofrimentos sem
brigas, entre dores sem abandonos, entre perdas sem denuncias, o juiz sempre o
culpado, o adversário sempre patrocinado pela sorte grande.
As comemorações de hoje por certo evidenciarão a transformação sofrida
pelo clube a partir do final do século passado. Os nomes dos responsáveis estão
aí na boca de todos, todos sabem, não são um, nem dois, são muitos, poder-se-á
ressaltar um visionário em determinado momento, um empreendedor noutro, um
grupo sólido sempre a tocar o barco no rumo certo, democraticamente, a última
eleição provou o vigor da política rubro-negra.
É claro que tenho por todos eles meu apreço, outros lhes darão o merecido
crédito. Eu quero homenagear o torcedor atleticano que perseverou comigo nas
noites chuvosas, nas derrotas fragorosas, os presidentes que, atendendo pedidos
de joelhos, assumiram o caos, aos que foram corajosos e com coragem mantiveram
vivo o Furacão. Vivo pôde ser transformado e tornar-se a excelência esportiva
que hoje nos encanta. Que não se esqueça a história. A você meu irmão das
arquibancadas de tijolos a vista, do grito de gol agarrado ao alambrado, o meu especial
abraço. Feliz aniversário Furacão.
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