Passei a manhã em compras para a Páscoa. Um bacalhau mais barato aqui,
os ovos para os netos, com dinossauro dentro, uns vinhos sem amarrar muito na
boca, nem no bolso, a cabeça pensando em que escrever para os amigos, como sintetizar
em poucas linhas – o que alguns classificam de “textões” – a vitória maiúscula
do meu Furacão. Passo pela banca e o mesmo jornal que na segunda-feira tinha
como manchete um “virou freguês”, reduzia o meu orgulho a um simples “na final”.
Criatividade de teclado amargo.
Assisti aos primeiros vinte minutos de jogo aterrorizado, colado na
cadeira, vendo o Flamengo reduzir a pó nosso flanco esquerdo, cruzar bolas de
três em três minutos, esperando o momento fatal do gol carioca. De repente, o
vento que amparava as ações do Urubu deixou de soprar e o Furacão começou a
chegar ao ataque. As ações pelos lados aconteceram, finalizamos pelo menos seis
vezes de fora, Thiago Heleno quase marcou em escanteio, Marquinhos se atrapalhou
com a bola entrando pelo meio. Fui para o intervalo esperançoso.
Nos quarenta e cinco finais, o domínio atleticano foi completo. Exceto
por jogada individual de Marcelo, logo que entrou em campo, o Urubu não
incomodou. O Atlético morou no ataque, fez seu gol aos dezesseis em belo chute
de fora de Marquinhos, e passou a explorar o desespero da ave agourenta com
contragolpes organizados pelo mesmo Marquinhos, que deu dois passes de colher
em lances bem defendidos por Paulo Vitor.
A força mental foi recuperada,
Weverton fez duas defesaças, Otávio mandou no meio do campo, Nikão fez a
assistência para o gol, é imprescindível, Marquinhos foi o nome do jogo. Estamos
na final da Primeira Liga, pela qual tanto brigamos. É isso aí. O Atlético é
time grande, tem que estar presente nas finais, está, e “eles” que esperem,
nossa vingança será maligna.
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