quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

EU LEVO FÉ

Corações a mil, é dia de Libertadores. Por mais que o torcedor tenha todas as dúvidas sobre a qualidade do time de Don Miguel, sempre haverá uma esperança adormecida em brasas, capaz de se transformar em fogo ardente ao mínimo soprar de um ataque, de uma bola raspando a trave.

É assim que funciona, o torcedor fica resmungando pelos cantos, chorando as pitangas, um gol e está feito uma maritaca, cantando vitória, criando cenários, vendo o Manoel levantando o caneco.

O atleticano já foi longe uma vez, chegou à final da maior competição das Américas, tem toda a razão de acreditar que tudo é possível.

O Atlético foi na medida das suas posses para fortalecer o time, a bem da verdade, foi homeopático no dispêndio dos recursos. Eu vou dizer ao amigo, foi responsável. Se era a hora para ser responsável fica para cada um responder.

Olhando para trás, vejo alguma sabedoria na montagem da equipe. Em 2010 fizemos campanha no Brasileiro muito similar à de 2013, jogos seguros na defesa, definidos com gols de Baier, quase chegamos à Libertadores. Então vendemos Rhodolfo e o goleiro Neto. Desmontamos a defesa. Resultado, segunda divisão em 2011.

Neste 2014, fortalecemos a defesa. Chegou Sueliton, chegou Lucas Olaza, o time ganhou laterais, manteve a dupla de zaga de 2012, Manoel e Cleberson. Não fossem os atrasos nas chegadas de Sueliton e Olaza, pudéssemos ter dado a eles mais tempo para entrosamento, poderíamos estar ainda melhor em setor de máxima importância para a Copona. Deivid e João Paulo continuam na proteção, gente de confiança. Se Weverton fizer uns milagres...

A dúvida fica para o meio de campo com Zezinho e Mérida. Se Zezinho pegar gosto pelo ataque, pela chegada à frente, não entrar em campo sobrecarregado de missões defensivas, pode dar lucro. Do pouco que vi Mérida jogar, acho que tem bom passe longo, pode enfiar boa bola para o papa-léguas, para o artilheiro dos míseros minutos. Achei que era dele o lugar de Everton na final da Copa do Brasil, acreditava nele. Para ele é o jogo da vida, ou joga, ou vai tocar castanholas em outro lugar. E não me venham de boleros.

Vou escrevendo e começando a achar que dá, que temos boas chances, eu e esse meu coração incorrigível. Olho os reservas e vejo uma piazada que poderia diminuir meu ânimo em ascensão. Nada disso. Simplesmente por que não acredito nessa história de meninos, de amadurecer, ir devagar.

Para mim, quem joga, quem nasce para a coisa, não depende de idade, não é mamão para amadurecer, o cavalo não precisa passar encilhado cem vezes. Entra, dá uma tremida, pega na bola, mete uma caneta e vai para cima, se o time ajudar arrebenta. Nathan, Mosquito, Coutinho, a loteria pode premiar um de vocês. Se acontecer, tenham certeza, eu levo fé.

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