Não imagine o amigo, que
torce para tudo dar errado, ver o Atlético no buraco, definitivamente em
dificuldades, sacode-se de rir, que o problema atinge apenas a Arena em
construção. Semanas atrás, a Gazeta do Povo publicou longa matéria sobre os
atrasos em todas as obras de mobilidade urbana em andamento na capital.
Começava o texto: “Faltam menos de seis meses para que iranianos e nigerianos deem o
pontapé inicial da Copa do Mundo em Curitiba, mas até o momento nenhuma obra de
mobilidade na cidade foi concluída e nada garante que isso vá ocorrer antes do
apito inicial”. A falta
de pagamento do governo do estado era o motivo de canteiros abandonados, serviços
paralisados, obras se arrastando em todos os cantos de Curitiba.
Amigos, estamos vivendo
uma das fases mais deprimentes da política estadual e municipal. Confesso aos
amigos, morro de vergonha. Pelo Atlético, pelo meu estado, do qual já me
orgulhei, pela minha cidade, sempre associada ao moderno, ao avanço, agora
nesta situação limite.
As dificuldades
atleticanas deveriam me comover menos. Por quê? Simples. Se o estado poderoso e
o rico município não conseguem pagar empreiteiras, como o fará o Atlético, um
grão de poeira neste Saara de ideias e compromissos com palavras dadas? Como
poderá o Atlético cumprir prazos, atender orçamentos se os seus parceiros já
jogaram a toalha?
Mesmo assim, mesmo
reconhecendo o efeito deletério de todos os antagonismos vividos nesta capital
de ódios, é óbvio que a situação rubro-negra me toca profundamente, o não
cumprimento do compromisso assumido me deixará arrasado, como torcedor, como
curitibano, como paranaense, é simplesmente uma questão de vergonha na cara.
O Atlético tem que assumir
todos os riscos, devotar todos os esforços à finalização da obra, ao
cumprimento do compromisso assumido. Hoje ainda, o conselho deliberativo deveria
ser convocado, a situação explicada, o respaldo a todas as ações assegurado.
O Atlético não pode
pagar esse mico, mesmo que o prefeito e o governador estejam com as cabeças
enfiadas dentro da trincheira da incapacidade, mesmo que as dívidas nos
coloquem no rol dos devedores. Neste caso, contrair dívida é um dever moral, é
uma honra.
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