segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

É UMA HONRA

O secretário-geral da FIFA, Jeróme Valcke, e o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, estarão amanhã fazendo uma visita às obras da Arena. O que se vislumbra é o dá ou desce. Ou se agilizam as obras, o número de operários aumenta, se garante a Copa em Curitiba, ou a OAS, dona da Arena Grêmio, leva os jogos garantidos para Curitiba. Curitibano, paranaense, você que tem algum amor por esta terra, estamos próximos do vexame do século.

Não imagine o amigo, que torce para tudo dar errado, ver o Atlético no buraco, definitivamente em dificuldades, sacode-se de rir, que o problema atinge apenas a Arena em construção. Semanas atrás, a Gazeta do Povo publicou longa matéria sobre os atrasos em todas as obras de mobilidade urbana em andamento na capital.

Começava o texto: “Faltam menos de seis meses para que iranianos e nigerianos deem o pontapé inicial da Copa do Mundo em Curitiba, mas até o momento nenhuma obra de mobilidade na cidade foi concluída e nada garante que isso vá ocorrer antes do apito inicial”.   A falta de pagamento do governo do estado era o motivo de canteiros abandonados, serviços paralisados, obras se arrastando em todos os cantos de Curitiba.

Amigos, estamos vivendo uma das fases mais deprimentes da política estadual e municipal. Confesso aos amigos, morro de vergonha. Pelo Atlético, pelo meu estado, do qual já me orgulhei, pela minha cidade, sempre associada ao moderno, ao avanço, agora nesta situação limite.

As dificuldades atleticanas deveriam me comover menos. Por quê? Simples. Se o estado poderoso e o rico município não conseguem pagar empreiteiras, como o fará o Atlético, um grão de poeira neste Saara de ideias e compromissos com palavras dadas? Como poderá o Atlético cumprir prazos, atender orçamentos se os seus parceiros já jogaram a toalha?

Mesmo assim, mesmo reconhecendo o efeito deletério de todos os antagonismos vividos nesta capital de ódios, é óbvio que a situação rubro-negra me toca profundamente, o não cumprimento do compromisso assumido me deixará arrasado, como torcedor, como curitibano, como paranaense, é simplesmente uma questão de vergonha na cara.

O Atlético tem que assumir todos os riscos, devotar todos os esforços à finalização da obra, ao cumprimento do compromisso assumido. Hoje ainda, o conselho deliberativo deveria ser convocado, a situação explicada, o respaldo a todas as ações assegurado.

O Atlético não pode pagar esse mico, mesmo que o prefeito e o governador estejam com as cabeças enfiadas dentro da trincheira da incapacidade, mesmo que as dívidas nos coloquem no rol dos devedores. Neste caso, contrair dívida é um dever moral, é uma honra.

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