terça-feira, 13 de setembro de 2011

PASSEI A TER

O amigo Ricardo lançou suas perguntas sobre o futuro do Atlético aos fanáticos rubro-negros da lista cap4ever. Achei todas elas muito interessantes, muito pertinentes ao momento, são elas dúvidas de todo atleticano preocupado até o fio dos cabelos com o destino do seu Furacão. Dei ao caríssimo a minha resposta e continuei meditando. Tomei posse das suas indagações, refiz minhas respostas e repasso-as ao amigo leitor, para suas considerações, temores e esperanças.

Você acha que - para que consigamos nos salvar da degola - o Lopes deverá assumir e manter essa mesma estratégia de jogar como time pequeno, armando uma retranca com 2 linhas de 4 e jogando no contra-ataque contra todos os adversários?

Obviamente que não. Para fugir da degola, o Atlético terá que vencer. O esquema poderá variar conforme os jogadores disponíveis, mas a atitude terá que ser obrigatoriamente ofensiva, pelo menos na Baixada. As duas linhas de quatro tem ótimo rendimento defensivo, muitos times europeus a utilizam, alguns com precisão militar.
Se as duas linhas de quatro forem constituídas por número elevado de jogadores com características defensivas, volantes na sua maioria, ficará difícil passar-se ao ataque com qualidade, criar situações ofensivas que obriguem à manutenção de bom número de adversários à retaguarda, criando a situação de sufoco permanente e, via de regra, levando à derrota.
Pode ser útil fora de casa, como foi domingo contra o Flamengo. O Atlético então era pequeno. A meu ver o esquema foi fundamental para a importante vitória.  

Você acha que temos qualidade e jogadores qualificados o suficiente para modificar a estratégia, ao menos em casa, contra adversários menos qualificados tecnicamente, e armarmos um time menos retranqueiro e ir para cima do adversário?

Na conjuntura atual, os times estão muito nivelados. Se tomarmos por base a classificação, o Atlético é um dos menos qualificados. Comparando-se relação de jogadores, nomes, o Atlético equipara-se a outros com classificação muito superior.
É possível montar time com esquema mais ofensivo? Acho que sim. Poderíamos, por exemplo, jogar com uma primeira linha de quatro, dois volantes, mais Marcinho pela direita, Cleber Santana pelo meio, Guerron, ou Adailton, ou Madson pela esquerda e um atacante de área, Rodriguinho, Garcia,  Nieto, Pablo, qualquer um desses. Um 4231.
Teríamos no papel um time ofensivo. Se vai funcionar é outra coisa. No caso de Lopes optar pela continuação do time vencedor de domingo, deverá ter pelo menos uma opção mais ofensiva treinada, pronta para virar resultados adversos.

Como você acha que o Lopes irá armar a equipe para os próximos jogos? Todos da mesma forma que armou ontem, ou irá modificar a estratégia tática conforme o adversário?


O Lopes diz que cada jogo tem sua importância. Não acredito em grandes alterações. Volta Cleber Santana, alguém ocupará o lugar de Guerron, uma nova dupla de ataque será formada durante a semana. Além da característica mais ofensiva de Santana, o que deve mudar é a postura. Se você viu o jogo contra o Atlético Mineiro, ainda com o Renato, o Atlético encolheu e deu campo para o Galo gastar tempo, trocar passes, até fazer o seu gol.
Acho que Lopes mandará o Atlético pressionar a saída de bola, marcará os principais armadores do Figueira, terá uma atitude ofensiva. O que muda não é o esquema. Muda a atitude. Claro que existem riscos, riscos que o Flamengo correu e se deu muito mal.
Esses riscos podem ser minimizados com um bom estudo do adversário e a marcação dos principais vetores de contra-ataque, cuidados com as bolas paradas, ausência de expulsões descabidas, etc.

O que você espera das próximas rodadas? Qual o comportamento da equipe e qual o teu palpite quanto a posição do CAP na tabela? Quais os times que devemos passar e quais os times que acabarão na ZR, caso a gente consiga sair dela?

Espero vitórias contra o Figueirense e Bahia. Obtidas o moral será outro e a previsão terá que ser refeita devido ao novo cenário.
Contra o Figueirense espero atitude ofensiva, contra o Bahia um início defensivo, passando a ofensivo no decorrer da partida, sem correr  muitos riscos. Até lá, o empate pode passar a ser bom resultado. Isso está parecendo previsão meteorológica. O importante contra o Bahia será ter iniciativa no ataque em início de jogo, testar o ânimo baiano. O Grêmio contra o tricolor de aço entrou e deu um baile no primeiro tempo, fez dois a zero, e tomou um sufoco no segundo. Aproveitou o momento de sono baiano e ganhou. As indecisões do adversário devem ser aproveitadas.
Acho que temos que ter em mira Bahia e Ceará. Não creio que o Atlético Mineiro e Cruzeiro caiam. Figueirense e Atlético Goianiense para entrar nesse rol teriam que ter rendimento inferior ao do Atlético no primeiro turno, algo quase impossível. Espero que sejam rebaixados América, Avaí, Bahia e Ceará. Qualquer outro a figurar nessa lista será grande surpresa, embora o Coritiba tenha caído em ano anterior devido a péssimo final de campeonato.
Prefiro não olhar muito por esse prisma. Melhor pensar em oito vitórias em quinze jogos, ou vitórias e empates que somem vinte e quatro pontos, seis vitórias e seis empates, por exemplo. Parece mais fácil.

Se o amigo me perguntasse se eu tenho fé, depois dos dois últimos jogos, devido ao retorno da raça histórica que voltou a molhar a camiseta rubro-negra e da sorte que havia nos abandonado definitivamente, passei a ter.


Nenhum comentário:

Postar um comentário