quarta-feira, 30 de maio de 2012

ISSO NÃO É BOM


Não dá para aguentar. Voltar a sofrer com as viradas que nos levaram à segunda divisão em 2011, agora contra o Boa Esporte, é de rasgar a camisa, ir dormir às três horas da manhã.
Encarar como normal é bater palma para louco dançar. Pode-se pensar em mais um grande desastre, outro azar enorme, uma noite infeliz, mas achar que o Atlético perderá outros jogos como o de ontem, como algo dentro da normalidade do futebol, é defender o absurdo.

Com Fernandão e Bruno Mineiro, o Furacão entrou a vinte por hora. A velocidade abençoada que veio na garupa do cavalo de Don Juan, tocada pelos dois ponteiros e o atacante centralizado, foi deixada no caminho.
Um resto da audácia do treinador ficou nas novidades descobertas na boca do túnel. Ontem foi Lucas Sotero. Tomara pelo menos continue acreditando nos meninos, já estará prestando um grande serviço.

Mesmo com velocidade de cágado, o Atlético fez o seu tradicional bom primeiro tempo, nada demais, chances de gol poucas, o gol fruto da bola parada. O segundo foi aquela meleca. Sem muito esforço, o tal Boa assumiu a posse da bola e foi incomodando o Rubro-negro acuado, defendendo-se, errando passes, a criatividade nula, até perigosamente avançar a defesa e tomar o gol de contra-ataque, chute no meio das pernas de Rodolfo.
Goleiro deve ser como papa recém-falecido, fazer milagre todo dia. Os do Atlético não passam de bons seminaristas. A esperança é Weverton. É chegar e jogar.

O belo gol  da vitória do time de Varginha foi fruto de jogada costurada desde a intermediária defensiva. Assistimos à troca de passes, Rodolfo rebateu para frente e rede. Uma desconcentração tremenda, uma falta de intensidade no jogo de arrepiar, coroada com a displicente cobrança do pênalti por Alan Bahia, a cereja do bolo, um retrato do segundo tempo.
Acho que o treinador foi contaminado pelo boquejar dos medrosos, andou dando declarações sobre a dureza do campeonato, e recuou nas suas excelentes intenções.

Don Juan precisa saber  que enquanto o Boa recebe dois milhões para a disputa, o Atlético recebe trinta, a diferença é astronômica, a derrota só seria justificada com dez gols perdidos e cinco bolas na trave a favor. Nada disso aconteceu.
A diretoria está contratando com um atraso medonho, em junho continuamos improvisando na defesa. O time que mostrou vitalidade foi para a prateleira.

A derrota abala a confiança dos jogadores, a dúvida pipoca na arquibancada, a cabeça esquenta, a boca se descontrola. Isso não é bom.

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