Chego
no barbeiro, sento à espera do corte dos poucos cabelos, abro o jornal na
página de esportes e dou de cara com um tal de Leonardo Mendes Jr. Leio dois
parágrafos e peço socorro a Nelson Jobim.
Na
festa dos 80 anos de FHC, Jobim lembrou a frase de Nelson Rodrigues sobre os
idiotas de outros tempos, que “chegavam devagar e ficavam quietos”, e avançou
perigosamente: “O que se percebe hoje, Fernando, é que os idiotas perderam a
modéstia”.
O
rapaz, que tem um primo usuário de seu computador para tuitar bobagens, é dele a
afirmativa, é um desses esquecidos das modéstias de suas inteligências. Dono da
verdade, sibila contra a instituição Atlético Paranaense, simulando defender
sua história. Peçonhento, tenta lançar a torcida contra seu presidente.
Sem
comedimentos, acusa Petraglia de administrar
o Atlético “à base de bravatas e socos na mesa, que aponta o dedo para outros
com a única finalidade de encobrir seus erros, que busca o conflito permanente
para posar de perseguido nas derrotas e herói nas vitórias”. É grave.
Poderia
dizer ele quais os erros de um presidente de clube que na Copa do Brasil vai a
Minas com reais chances de seguir em frente, chega à final no Couto Pereira sem
auxílios e com reais chances de vitória, tem que virar leão para trazer a
Curitiba os imensos benefícios da Copa do Mundo, contra todo mundo.
Aponta os
presidentes de Santos e Corinthians como exemplos, um carregado pelo magnífico
futebol de Neymar, outro levado nas costas por um Presidente da República sem
recatos. Compara Paraná a São Paulo. Compara Leonardo Mendes Jr a Tostão.
Farto
no veneno, parco no argumento, demonstra sobremaneira indigência visual ao não
enxergar nas arbitragens do atual Paranaense franco auxílio à campanha
coritibana, só para lembrar, três gols em impedimento nos dois últimos
clássicos. Se o auxílio é intencional ou apenas uma ruinosa sequência de erros,
é outro problema, mas que é evidente, nem o meu porteiro coxa duvida.
Como
curitibano de fé, sofri com o fim do Britânia, do Bloco Morgenau, do Primavera,
das lojas Hermes Macedo, Prosdócimo, do Mercadorama legitimamente paranaense,
de tantos símbolos da cidade que foram desaparecendo com o tempo.
A Gazeta do Povo é um
fenômeno de resistência ao avanço externo. Já torci muito pelo seu esforço. Com
esse tipo de colunista, confesso ao amigo, pode entregar pros paulistas. Não vai
fazer a menor falta.
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