terça-feira, 8 de maio de 2012

NÃO VAI FAZER A MENOR FALTA


Chego no barbeiro, sento à espera do corte dos poucos cabelos, abro o jornal na página de esportes e dou de cara com um tal de Leonardo Mendes Jr. Leio dois parágrafos e peço socorro a Nelson Jobim.

Na festa dos 80 anos de FHC, Jobim lembrou a frase de Nelson Rodrigues sobre os idiotas de outros tempos, que “chegavam devagar e ficavam quietos”, e avançou perigosamente: “O que se percebe hoje, Fernando, é que os idiotas perderam a modéstia”.

O rapaz, que tem um primo usuário de seu computador para tuitar bobagens, é dele a afirmativa, é um desses esquecidos das modéstias de suas inteligências. Dono da verdade, sibila contra a instituição Atlético Paranaense, simulando defender sua história. Peçonhento, tenta lançar a torcida contra seu presidente.

Sem comedimentos, acusa Petraglia de administrar o Atlético “à base de bravatas e socos na mesa, que aponta o dedo para outros com a única finalidade de encobrir seus erros, que busca o conflito permanente para posar de perseguido nas derrotas e herói nas vitórias”. É grave.

Poderia dizer ele quais os erros de um presidente de clube que na Copa do Brasil vai a Minas com reais chances de seguir em frente, chega à final no Couto Pereira sem auxílios e com reais chances de vitória, tem que virar leão para trazer a Curitiba os imensos benefícios da Copa do Mundo, contra todo mundo.

Aponta os presidentes de Santos e Corinthians como exemplos, um carregado pelo magnífico futebol de Neymar, outro levado nas costas por um Presidente da República sem recatos. Compara Paraná a São Paulo. Compara Leonardo Mendes Jr a Tostão.  

Farto no veneno, parco no argumento, demonstra sobremaneira indigência visual ao não enxergar nas arbitragens do atual Paranaense franco auxílio à campanha coritibana, só para lembrar, três gols em impedimento nos dois últimos clássicos. Se o auxílio é intencional ou apenas uma ruinosa sequência de erros, é outro problema, mas que é evidente, nem o meu porteiro coxa duvida.

Como curitibano de fé, sofri com o fim do Britânia, do Bloco Morgenau, do Primavera, das lojas Hermes Macedo, Prosdócimo, do Mercadorama legitimamente paranaense, de tantos símbolos da cidade que foram desaparecendo com o tempo.
A Gazeta do Povo é um fenômeno de resistência ao avanço externo. Já torci muito pelo seu esforço. Com esse tipo de colunista, confesso ao amigo, pode entregar pros paulistas. Não vai fazer a menor falta.

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