A derrota para o Bragantino na 27ª
rodada me fez duvidar do retorno para a primeira divisão. A derrota anterior
para o Goiás era admissível, o time goiano estava embalado, natural perder fora.
Perder para o Bragantino, mesmo longe do Janguito, era tomar uma trombada do
Narain Karthikeyan no meio da prova.
Olhando para frente,
tínhamos nossos principais concorrentes às quatro vagas – Vitória, São Caetano
e Criciúma – jogando em casa contra o Furacão. Se o Braga nos atropelou, como
ganhar desses times na ponta dos cascos, e ganhar era indispensável, a minha estatística
obrigava.
O dia D passou a ser
então 30 de outubro, a grande prêmio do Barradão. O Atlético vinha de três boas
vitórias, o 5 a 4 contra o América Mineiro de enfartar maratonista. A reta
final da campanha “volta Furacão” atravessaria a linha de partida em Salvador. Faltavam
oito provas. Vencemos, hora de atacar, mostrar o bico, forçar a ultrapassagem.
Duas provas em casa, a
pista conhecida, seis pontos quase garantidos. Derrapamos na curva do guarani,
o goleiro bugrino em falta nos deixou no limite do G4, um ponto atrás do São
Caetano, o próximo adversário, justo o grande prêmio do Campanella. A nação
Rubro-negra se mobilizou, o time foi guerreiro e venceu. Assumimos a 4ª vaga. O
impulso foi vigoroso. Cuidem-se América RN e ASA de Arapiraca.
Aí faltou gasolina,
perdemos dois pontos para a escuderia potiguar no Ecoestádio. Passamos, mas não
evoluímos, o inimigo está a um passo, eu não consigo ter paz.
A vitória contra o ASA
injetou sangue novo no meu otimismo, permanecemos a 2 pontos do São Caetano e nos
igualamos ao rubro-negro baiano, algo que parecia impossível, tal a distância
que nos afastava. O Vitória era o campeão certo da segundona para todos os
profetas da bola. Com a palavra o futebol.
Dos oito últimos e
decisivos grandes prêmios passaram-se seis, aproximamo-nos do Criciúmaring,
estamos na iminência da batalha do Hülse. O time fez um milagre, é o melhor
rendimento nas últimas oito rodadas, 83%, é um Vettel, mantém-se firme, é bom
lembrar, jogando sempre fora de casa.
Casa? Faz tempo que
nossa casa é a casa dos outros. Agora nossa casa se chama Heriberto Hülse. As caravanas se mobilizam, os ônibus lotam em
minutos, os ingressos desaparecem em segundos, impossível aqui, a amiga da
namorada consegue o passaporte no guichê na terra do carvão. O povo estará lá,
mais uma vez.
O Atlético é o valoroso
soldado universal, combate em todos os lugares, é apoiado em todos os quadrantes,
uma bandeira a tremular vitoriosa sem escolher cenários. Vamos meu Furacão,
vamos meu povo, a volta tem data marcada, é sábado.
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