quinta-feira, 22 de novembro de 2012

ATÉ AS ALMAS ESTARÃO LÁ

Os atleticanos empenharam-se em dura luta pelos ingressos para o jogo histórico. A briga frenética pela habilitação do smart na internet rivalizou com a paciente espera na fila do Espaço Sócio Furacão. A irritação com o teclado esquentou as cabeças rubro-negras, o sol escaldante queimou os miolos dos fanáticos enfileirados. Todos os esforços são válidos, levam ao Ecoestádio.

Quem não quer estar nas arquibancadas do Janguitão? O atleticano é um trota-mundos, passeou pelo Brasil todo atrás do seu amor incondicional, sofreu horrores de desanimar o mais fiel dos crentes, teve fé quando só a fé restava e agora suspira por assistir a realização de todos os seus sonhos, colher em campo o prêmio por todo seu extremismo.

Fosse possível, os portões deveriam ser abertos, a entrada livre para todo aquele vestido em vermelho e preto. Seria justíssimo. Quem madrugou para pegar o ônibus para Paranaguá, São Caetano, Criciúma, quem gastou suas economias para acompanhar o Atlético nos confins deste Brasil imenso, merece franco acesso ao paraíso.

As dimensões do Janguito tornaram impossível abrigar a todos os ansiosos por comparecer. Certamente, alguns assíduos em todos os confrontos ficaram de fora, lastimam o afastamento na boa hora. Tem todo direito a lamentar, roeram o osso, queriam comer pelo menos uma asinha do frango.

Têm três minutos para chorar as pitangas. Chutaram o balde, cutucaram os que nunca foram e conseguiram a habilitação? Pois bem, já passou. Vamos em frente. Que não se perca a festa por não se estar em campo.

Este foi um ano de ausências, o professor nem tirou as faltas. Quem pode foi, foi e tirou nota 10 na representação dos que chutaram a mesa de centro na tentativa de colocar para dentro o cruzamento de Felipe, acordaram o bebê com o grito de gol contra o São Caetano.

No imaginário rubro-negro, a sala, o quarto, o bar, a churrasqueira, a praça, o ônibus, o avião, tudo vira Arena, tudo é Joaquim Américo. A poltrona tem nome gravado, o doente levanta para cantar o Hino, um rumor da Fanáticos e ele está cantando “vamos Furacão”.

Sábado, o jogo será difícil, igual a todos os outros. Os seis mil rubro-negros em campo empurrarão o Atlético ao vivo e a cores. Os videntes ao olhar para os céus enxergarão os ares em movimento, os fluxos positivos vindos de todos os cantos, aos milhares, um furacão se formando sobre a arena nas alturas que virou Baixada.

O time que concentrou para a última batalha pode ter certeza, sábado, o apoio virá de todas as formas, até as almas estarão lá.

 

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