sexta-feira, 6 de abril de 2012

IMPROVISAR TEM LIMITE

O Atlético de Don Juan foi à toca do felino catarinense e venceu com relativa facilidade. Foi o jogo mais importante do ano para o rubro-negro. Contra time no rol dos participantes da segunda divisão, o jogo era teste que eu esperava. Queria ver as reações da equipe, ver até onde iria nossa coragem ofensiva, como se portaria a defesa de que desconfio.

Depois de alguns dias em que se discutiu a ausência de Paulo Baier da partida, gostei do que vi.

Primeiro, gostei da postura de Don Juan. Decidiu que Baier ficaria em casa, ouviu o chororô da mídia, e manteve a opinião. A segunda partida em Curitiba poderia ser evitada com a presença de Baier em Criciúma? Quem sabe? Poderia ser evitada não tivéssemos perdido tantos gols? Certamente. O resultado obtido nos dá grande vantagem para o jogo em casa, quando contaremos com Baier.

E a defesa? As chances do Tigre aconteceram em falhas de Vinícius e nas bolas paradas. O amigo vai bater pé, advogar a causa do goleiro no gol sofrido, lembrar o testemunho do Gaciba, hoje comentarista de arbitragem, mas, acho que goleiro não pode correr riscos. Vinícius tinha que se abraçar com a bola até o atacante se afastar dele e dar sequência ao jogo. Bobeou, o juiz errou, o gol valeu.

Complicamos jogo fácil. Rafael já havia entrado no lugar de Ricardinho, pela primeira vez assisti seu Carrasco fortalecer a defesa, o setor estava encaixado, um contra-ataque bem sucedido e tudo estaria resolvido. O contragolpe aconteceu. O segundo gol de Guerrón não teve o efeito desejado.

A criação de oportunidades de gol foi o forte do Atlético. Ainda falta maior precisão nas finalizações, falha comum na maioria dos ataques nacionais. Nossos artilheiros perdem gols encostados no pé da trave, só faltando o toque final. Se os artilheiros perdem, quem pode reclamar de volantes que chegam na área para finalizar? Por isso, o primeiro passo é criar a chance. Até aí o Furacão vai bem.

Também vai bem quando mantêm em campo três atacantes, uma grata novidade implantada pelo técnico uruguaio. A entrada de um terceiro zagueiro quebrou a rotina rubro-negra, recuperada com a entrada de Patrick, outro recém-chegado no CT do Caju, no lugar de Ligüera. Rafael foi o reforço para o setor esquerdo defensivo, até sua entrada, muito auxiliado pelo retorno de Ricardinho. O treinador tem consciência dos seus problemas.

Forte na defesa, eficiente no ataque, então só vou reclamar de Vinícius? Não. Quero ainda alguns aperfeiçoamentos.  Se vai sobrar para Manoel fazer lançamentos para o ataque, é bom treinar. Errou muitos. Se temos problemas com a bola parada, precisamos desarmar mais, bater menos. Rafael fez falta lá meio do campo, bola no peito de Vinícius, rebote, quase gol. No final da partida, Gabriel Marques fez duas desnecessárias, dois perigos sobre a área. Menos força, mais jeito.

O Atlético passou no teste. Fiquei assustado com a defesa do time reserva em treinamento da semana: Diego Bairo, Renan Foguinho, Rafael e Bruno Costa. Na função só Rafael. No time de Don Juan zagueiro pode virar atacante. Acho ótimo, porém, improvisar tem limite.

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