domingo, 1 de abril de 2012

EXTRASSÍSTOLES

Contra o falecido Iraty, o Atlético jogou um tempo com o que imagino ser o time titular de Don Juan, fora apenas Héracles e Deivid, substituídos por Paulo Otávio e Zezinho. É provável que essa equipe, que fez um coletivo apronto puxado e venceu, seja escalada para o jogo contra o Criciúma pela Copa do Brasil.

O Tigre será um ótimo termômetro para se medir a real temperatura do rubro-negro. O time está na segunda divisão, é nosso adversário no campeonato, está em primeiro lugar no segundo turno do Catarinense. Fique de olho atleticano.

O que eu quero ver?

O posicionamento da defesa é uma de minhas preocupações. Aos 18 minutos contra o Iraty, o lanterna teve três chances de gol aproveitando-se do posicionamento em linha da nossa defesa. Em um dos lances, quando Vinícius deu rebote em chute de fora, o juiz poderia ter marcado pênalti no choque do goleiro com o atacante. A casa esteve prestes a cair.

Acho que o lado direito da defesa com Gabriel Marques e Manoel está pronto, só faltam os reservas. Sobre o esquerdo, ainda tenho dúvidas. Quando os técnicos adversários buscam o espaço e conseguem bons resultados, é sinal que a vulnerabilidade existe. Manoel teve um trabalho danado para fazer a cobertura do setor.

Chutes de fora tem incomodado Vinícius. A presença de somente um volante de ofício – Zezinho fez excelente partida – na frente da área pode ser a razão da facilidade para o arremate longo. Com o esquema de Don Juan, será sempre um risco a correr.

Da defesa para o meio, interessante será observar as soluções para a saída de bola atleticana, caso Baier sofra eficiente marcação. Anulado Baier, como sairemos para o ataque? Vamos para a bola longa, o tiro de meta que mata? Ligüera vai voltar para ajudar? Os laterais terão participação? Perderemos um atacante para a entrada de Alan Bahia? Será necessário mudar a armação?

Gostei do triângulo do meio campo com Ligüera à frente de Baier e Zezinho. Mesmo muito marcado, na oportunidade que teve o uruguaio fez a assistência para Ricardinho marcar o terceiro. Foi uma das poucas jogadas em que o meia tentou servir companheiro entrando por trás do defensor. Gostaria que isso acontecesse mais.

Estamos muito fixos na bola rápida do armador para o pivô, daí o passe ou o corta luz. Em bola cruzada por Edigar Junio, Marcinho e Ligüera fizeram o corta luz e Guerrón perdeu gol feito. De tantas tentativas, foi a única que deu certo. Marcinho está no sacrifício jogando de costas para o gol. Difícil vê-lo em campo.

Se o caminho é esse, o Atlético tem que contratar jogador que saiba cumprir a função de pivô com maior presença física e poder de definição. No elenco, Bruno Mineiro é o mais compatível para o cargo. Poderíamos ter visto em Pablo a solução para o problema, mas o menino se contundiu minutos após ter entrado. Foi muito azar.

O teste em Santa Catarina vem na hora certa. O Atlético de Don Juan vai ser colocado à prova. Não pode bobear. O susto com o Sampaio Corrêa já foi suficiente.

Esqueci o Iraty? Se até o Malucelli esqueceu, por que eu vou lembrar? Foi só falar em Malucelli e voltaram as minhas extrassístoles.

Nenhum comentário:

Postar um comentário