DERRUBAR A FIGUEIRA

O Figueirense é um bom exemplo de time de baixo investimento com ótimo início de campanha no Brasileiro. É o sexto colocado na tabela e poderia estar melhor, conseguisse manter o empate contra o São Paulo no Morumby, perdido nos últimos minutos. O gol de Lucas de longa distância tirou o ponto do Figueira.

JOGOS			PONTOS GANHOS
	FIGUEIRENSE 1	CRUZEIRO 0	3
	SÃO PAULO 1	FIGUEIRENSE 0	0
	FIGUEIRENSE 2	ATLÉTICO GO 0	3
	VASCO 1	FIGUEIRENSE 1	1

As vitórias em casa e o empate fora contra o Vasco, ainda em festa, lhe garantiram os sete pontos responsáveis pelo bom ambiente de trabalho.

A estatística comparada mostra o Figueirense muito mais eficiente que o Atlético nos itens gols marcados, sofridos e passes certos. O rubro-negro rouba mais bolas e finaliza 50% a mais que o alvinegro catarinense, entretanto, com eficiência quatro vezes inferior. O melhor número de passes certos confirma as informações de que o time gosta de jogar com a posse de bola, irritando-se quando o adversário controla o jogo no Orlando Scarpelli.

ESTATÍSTICA	FIGUEIRENSE	ATLÉTICO
VITÓRIAS	2	0
EMPATES	1	1
DERROTAS	1	3
PONTOS GANHOS	7	1
GOLS MARCADOS	4	1
GOLS SOFRIDOS	2	6
FINALIZAÇÕES	42	65
PASSES CERTOS (1)	1200	1100
ROUBADAS DE BOLA	82	97

(1)   Aproximado para centenas.

No seu último jogo contra o Vasco, fez um primeiro tempo muito defensivo, com três volantes, saiu perdendo de um a zero e poderia ter sofrido mais gols. Voltou para a segunda etapa com duas modificações ofensivas, passou a controlar o jogo, sem dar trabalho a Fernando Prass e, ao final da partida, um lançamento de Pittoni achou Aloísio livre na área para concluir. Uma chance, um gol.

O elenco é composto de desconhecidos para aquele com pouco tempo para acompanhar o futebol nacional. O leitor vai reconhecer no Atlético jogadores com histórico mais expressivo que os do Figueirense, só para provar que currículo é bom para arrumar emprego, o “dia a dia” do Adilson Batista prova a eficiência.

O amigo poderá identificar, no quadro abaixo, os jogadores do provável time do Figueirense a jogar contra o Atlético. Os nomes estão grafados em branco.

O TIME
			WILSON
SDB	BRUNO	JOÃO PAULO		EDSON SILVA	JUNINHO
DEFESA			YGOR
		WILSON PITTONI	YGOR	MAICON
	ALOISIO
ATAQUE		WILSON PITTONI		MAICON	FERNANDES
	ALOISIO		HÉBER		FERNANDES
			HÉBER

Trocando de técnico ao final de fevereiro, ainda está em fase de acomodação, com modificações se realizando a cada jogo. O elenco, sem estrelas, fornece o material suficiente para Jorginho ir garantindo o emprego, enquanto sonha com a chegada de camisa 10 que traga alguma criatividade para o meio campo. Contra o rubro-negro, tentará Fernandes, artilheiro histórico do Figueira, há longo tempo sem jogar.

Taticamente o time é muito simples.

SAÍDA DE BOLA - Juninho é o único jogador com função importante na saída de bola. É por ele que o jogo começa. - O goleiro Wilson consegue lançar a bola no meio de campo com as mãos. - Como o time gosta de jogar com a posse de bola, a marcação avançada dificulta a articulação e tira o time da sua zona de conforto. DEFESA - O ataque retrai e permite a defesa com oito jogadores atrás da linha da bola (Jogadores em vermelho). Permanecem à frente Fernandes e Héber. O retraimento é lento. Facilita para o contra-ataque. - Bruno pouco se afasta da posição defensiva. Juninho tem mais liberdade para atacar. - É relativamente fácil se obter espaço para cruzamento pelas laterais do campo. Juninho deixa cruzar. - A defesa falha na bola aérea. - A primeira linha de defesa se movimenta toda para o setor atacado, possibilitando a virada longa de jogo. - Obrigado a atacar a defesa se abre muito, facilitando o contra-ataque. - O time provável tem maior número de jogadores com características ofensivas. Jorginho está em busca de outra vitória em casa. Pode ser positivo para o Atlético. ATAQUE - Jorginho abdicou dos volantes e escalou Pittoni, Maicon, Aloísio, Héber e Fernandes para ter uma melhor produção ofensiva. - Normalmente, o time acumula jogadores pelo lado esquerdo do ataque. Juninho, por vezes um meia esquerda, Maicon, Fernandes e Pittoni podem chegar pelo lado. O time é canhoto. O lateral direito Bruno fica isolado na direita - Héber deve ser o fixo entre os zagueiros. É rápido, sempre pronto para receber os lançamentos longos a partir da defesa. - Jorginho tentará explorar a vulnerabilidade atleticana pelo setor esquerdo defensivo. Aloísio deve ser o jogador indicado para a ação. É rápido e bom finalizador. Cumprindo determinação de Jorginho, está sempre entrando na diagonal para finalizar. Vide gol contra o Vasco. - Ygor é volante que chega ao ataque e faz bons lançamentos longos. Assistiu Héber no gol contra o Atlético de Goiás. Tem que cuidar. - Juninho bate as paradas pela direita, para a raspadinha curta na frente do grupo de jogadores. Quem sabe a única ensaiada do Figueira. Muito perigosa. - Edson Silva é bom cabeceador. Maicon o procura nos escanteios. Ygor é outro que diz presente nos escanteios.

Vejo nossa primeira vitória batendo na porta, embora o Atlético insista em me derrubar, em destruir meu otimismo. Já começo ouvir sussurros de Branquinho no banco e a volta dos três volantes. Jorginho quer atacar, Adilson quer defender. Eu bem sei onde isso acaba. Primeiro tempo perdido, correria no segundo.

Mesmo assim, buscando ânimo no fundo de minh’alma, se tivesse que apostar, tiraria minhas moedas da latinha e colocaria nas fichas do rubro-negro. Vai ver aquele vento estranho que bate por lá, diminui a influência do professor e nos ajuda a derrubar a figueira.