domingo, 19 de junho de 2011

PEDRA NO CAMINHO

“Vejo nossa primeira vitória batendo na porta, embora o Atlético insista em me derrubar, em destruir meu otimismo. Já começo ouvir sussurros de Branquinho no banco e a volta dos três volantes. Jorginho quer atacar, Adilson quer defender. Eu bem sei onde isso acaba. Primeiro tempo perdido, correria no segundo.” Penúltimo parágrafo da minha coluna “Derrubar a Figueira”, postada na última sexta-feira.
Amigos, juro, eu não tenho bola de cristal. Você também já sabia, apenas é esperançoso como eu, vê no enterro o começo de uma vida nova. O Atlético foi para o túmulo neste domingo, o padre responsável pela missa de corpo presente, o senhor Adilson Batista.
Os treinadores reclamam do período com jogos na quarta-feira, dizem que não há tempo para treinar, é só viajar e jogar. Imploram por uma semana livre para treinamentos, quando poderão acertar a parte tática, fortalecer o padrão de jogo, fazer substituições e ter tempo para o necessário entrosamento entre as peças.
Pois irmãos enlutados, o Atlético teve cinco semanas completas para treinar e iniciou o jogo contra o Figueirense de forma bisonha, quem sabe a pior apresentação da equipe no ano, depois do sacode contra o Galo em Minas Gerais. Com três volantes, aos dezenove minutos perdia por dois a zero e tomava um banho de bola. A defesa, sem qualquer proteção, com um corredor imenso pelo meio, era um convite à goleada. Salvou-nos a preguiça do Furacão catarinense.
Adilson desta vez foi o cúmulo da esperteza. Dono de uma imaginação fértil, acreditou que seus três volantes poderiam atacar, fez seus guerreiros acreditarem na ladainha absurda e eles não se fizeram de rogados, foram ao ataque, abandonaram a defesa e foram contabilizando o prejuízo, assistindo o jogo lá de longe, marcando o único volante do Figueirense.
Quando já tínhamos duas morangas na sacola, os preferidos do treineiro foram obrigados a jogar no ataque e, aí, ao contrário do que supunha a inteligência premiada, descobriu-se não sabiam, ficaram a dar passes para trás, deixando para Manoel e o outro zagueiro por o pombo para voar, na esperança do milagre.
Todo esse desastre de fazer japonês praticar o suicídio foi insuficiente. Incapaz de substituir ainda no primeiro tempo, medida mais que necessária, esperou o intervalo e quem, quem o professor colocou em campo? Robston no lugar de Paulinho e Adailton no de Guerron. O senhor Cleber Santana, descobri por que a reserva no São Paulo, e Don Nieto permaneceram em campo, fortes o suficiente para segurar alças do caixão.
Faço aqui um adendo. Acho Robston jogador de pouca qualidade técnica, duvido de sua capacidade, mas tenho que reconhecer seu brio nos quarenta e cinco minutos em que participou do vexame.  
Se o amigo entende que pego no pé do Adilson, que os jogadores do Atlético são muito fracos, eles sim são os culpados, dá uma lida na escalação do Figueirense. Meus irmãos, essa relação de desconhecidos nos colocou na roda.
Adilson não pode ser tão incapaz. Ninguém é louco de pagar a fortuna que recebe, seja ele o inábil que meus olhos rejeitam. Apenas não funcionou. Quem sabe a conspiração armada para destituir Geninho e entronizá-lo no comando do Atlético tenha deixado sequelas entre os jogadores. Ninguém chega ao poder carregado por um golpe sem criar desarmonias.
Suas constantes modificações na equipe, seu apego a volantes, sua incapacidade de identificar problemas graves nos levaram à atual situação degradante. Como já escreveu um dos seus padrinhos, Adilson não precisa de dinheiro. Pode pedir o boné, alegar que faltaram reforços, que não foi compreendido. Eu vou bater palmas, achar que teve dignidade, entendeu ser uma pedra no caminho.
Se ficar, se o Malucelli extermina-treinador o prestigiar, continuará sendo essa infeliz e deprimente pedra no caminho.

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