quarta-feira, 29 de junho de 2011

PETRAGLIA MELHOR

Em reunião recente, queridíssimo afilhado, com muitas reticências sobre o trabalho do senhor Petraglia, disse a seguinte frase em meio à óbvia discussão sobre o rubro-negro em perigo: “se antes o Petraglia parecia comandar um bando de tontos, agora todos parecem tontos”. Estranhei. O pensamento embutia certa consideração positiva a respeito do ex-presidente, pelo qual, eu sei, o autor não morre de amores.
Ontem, o senhor Petraglia roubou a cena em conferência para a imprensa em hotel de Curitiba. Quem não tinha notícia conseguiu, quem não considera o homem notícia, gastou poucas palavras na sua coluna, mas, falou sobre ele.
A construção da nova Arena foi o mote principal do encontro. Petraglia salientou a diferença entre os orçamentos para a obra. O apresentado pelo Atlético, 220 milhões, o definido pelo IPPUC 174 milhões. Assegurou a possibilidade de diminuir ainda mais o valor orçado pelo Instituto, retirados dele os custos de administração da obra e o lucro da construtora.
Atrevo-me a dizer que se Petraglia estivesse presidente do Atlético as obras já teriam começado, os custos seriam realmente muito diminuídos e nossa capacidade de auferir rendimentos elevados no curto prazo bastante provável. Acontece que Petraglia não está presidente. Sem Petraglia, ninguém no comando do rubro-negro tem capacidade para tocar o empreendimento. Assim sendo, o Atlético receberá amanhã as propostas das construtoras e uma delas, provavelmente a OAS, vencerá a concorrência.
Nesse aspecto, a reunião promovida reduziu-se à apresentação de sonho numa tarde de inverno rigoroso. Petraglia, certamente, sabia disso. Então por que perdeu seu tempo e recursos para reunir as focas friorentas?
Simples. Depois de duas horas de exposição de conhecimento e de inconformismos com os rumos atuais do Atlético, apresentou-se como candidato à presidência do clube para as eleições de dezembro. Era o que todos queriam ouvir. Foi mais além. Disse receber tantas manifestações propondo o seu retorno que o resultado do pleito será um massacre.
Petraglia foi o grande comandante do Atlético e se os tontos de agora não fizerem um milagre nos próximos meses, será eleito, sem dúvida, a dúvida reside apenas no tamanho do massacre.
Considerando-se desde já o vencedor, Petraglia tem que colocar a memória poderosa para funcionar e estudar com cuidado por que o Atlético a partir de 2005 parou de funcionar em nível de excelência. Entender que a partir daquele momento um erro foi cometido no planejamento, encontrar o erro e cuidar para não repeti-lo.
Acreditar que a queda do Atlético foi resultado do crescimento dos demais clubes, ou do cansaço de sua imagem como presidente, é muito pouco. O time não andou, passou a perder, frequentar as proximidades da zona do rebaixamento, motivo da sua passagem de encargos ao senhor Malucelli, ao final de 2008.  
Petraglia é ser inteligente, tem espírito agudo, já convivi com muitos assim. O problema, às vezes, é que gostam de se cercar de tontos, gente de aplauso fácil, alheias ao confronto de ideias e conceitos. Pior, cercam-se de inimigos fartos de silêncios, prontos a dar o golpe traiçoeiro.
Todos nós podemos melhorar. Petraglia pode achar que já atingiu a plenitude do saber teórico e operacional. Por tudo que fez, é justo pensar. Entretanto, nós atleticanos não nos conformamos com pouco. Ele nos tirou do submundo e nos fez acreditar em vitórias jamais alcançadas. Por isso não deixamos por menos. Queremos um Petraglia ainda melhor.

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