segunda-feira, 9 de julho de 2012

NÃO É O TREINADOR


Vamos combinar, esqueça-se o primeiro tempo. Do que é impossível falar bem, em momentos de crise, melhor esquecer. Jorginho lembrará para sempre. Façamos de conta que fomos a Minas jogar partida de 45 minutos em que, gentilmente, demos ao coelho dois gols de vantagem.
O Atlético, que fez um grande segundo tempo e foi infeliz, é o time de Don Juan. Uma primeira linha de quatro, dois volantes, um armador e três atacantes. Algumas caras novas, o mesmo esquema, desenhado de acordo com a grandeza do Furacão.
Do segundo tempo em alta rotação ficaram boas impressões. A excelente participação de Cleberson como volante, o golaço de Gabriel Marques, o oportunismo de Baier, as ótimas participações de Marcelo e Ricardinho, o empenho coletivo, a grande partida de Weverton.
Restaram também imagens sem brilho. A inexplicável discussão entre Marcelo e Ricardinho, a discreta atuação de Baier na armação das jogadas, a falha no gol do coelho, a repetição dos minutos finais que nos levaram à segunda divisão.
Na minha opinião, Jorginho poderia ter entrado com Fernandão no lugar de Tiago logo após o gol de empate. Tenho dúvidas se Baier tem condições de fazer a armação do Atlético. No papel, foi mero cobrador de faltas. Uma idéia maluca seria colocá-lo como fixo no ataque e entrar com Ligüera ou Harrison na transição. Tem-se que pensar no melhor aproveitamento de Baier.
Tenho duas certezas. O 433 legado pelo uruguaio é o esquema que melhor aproveita as características dos jogadores rubro-negros. Dos atacantes no elenco do Atlético, Bruno Mineiro tem mais experiência, mais entrosamento, seria mais útil à equipe. Escrevo protegido pelo meu colete a prova de balas.
A boa performance do esquema Don Juan e a aplicação dos jogadores prova que o Atlético deve insistir com Jorginho em quaisquer condições, seja quais forem os resultados. A troca de treinador implica em experimentações ineficientes, retorno de atletas sabidamente sem condições, exime os jogadores de responsabilidade. Em definitivo, no Atlético, há muito tempo, o problema não é o treinador.

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