quarta-feira, 1 de junho de 2016

TORÇO PELA INJUSTIÇA

Gosto de espiar os adversários do Atlético, tomar ciência das dificuldades a enfrentar, preparar o coração, sofrer o menos possível. Hoje, por exemplo, o Furacão joga contra o Colorado que não perde a dezessete jogos, nos últimos dez sofreu apenas um gol. É ir na caixinha de remédios, catar umas duas pílulas poderosas e botar para dentro minutos antes da bola rolar.

Assisti a Inter e Santos na Vila. O time de vermelho começa a marcar quase na grande área adversária, avançando Vitinho, Andrigo e Sasha, torna a bola longa obrigatória. Ultrapassada essa primeira linha, o Inter recua, pode ficar com nove jogadores atrás da linha da bola, torna o centro do campo zona de guerra, dobra a marcação nas laterais. A cara sempre insatisfeita de Argélico Fucks – entende-se o porquê de não ser Angélico –, toca o time para frente aos gritos, pontapés, braçadas e caretas de assustar curupiras e boitatás.

Ao atacar mantém os dois zagueiros e Fernando Bob na segurança, os demais avançam. O volante Paulinho cai pela esquerda e pode ser ultrapassado pelo lateral Artur. William, o lateral direito, é outro que vai ao ataque com frequência. A partir daí o que se vê são os diabos do Argélico em ação. Vitinho, Ferrareis, Andrigo e Sasha trocam posições, quem está na frente volta para buscar, quem está atrás ultrapassa para receber a bola enfiada. O amigo vai perguntar: “Então é morte certa?”

Em absoluto. Com tudo isso, contra um Santos de meninos, o Inter só foi fazer seu gol em escanteio nos minutos finais da partida. O Peixe, que defendeu todo o tempo, teve ótima oportunidade pouco antes do gol Colorado, tivesse marcado, o resultado seria injusto, se houvesse injustiça em futebol. Como não há, defender é do jogo, o que vale é bola na rede, hoje torço pela injustiça.

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