Gosto de espiar os adversários do
Atlético, tomar ciência das dificuldades a enfrentar, preparar o coração,
sofrer o menos possível. Hoje, por exemplo, o Furacão joga contra o Colorado que
não perde a dezessete jogos, nos últimos dez sofreu apenas um gol. É ir na
caixinha de remédios, catar umas duas pílulas poderosas e botar para dentro
minutos antes da bola rolar.
Assisti a Inter e Santos na Vila. O
time de vermelho começa a marcar quase na grande área adversária, avançando
Vitinho, Andrigo e Sasha, torna a bola longa obrigatória. Ultrapassada essa
primeira linha, o Inter recua, pode ficar com nove jogadores atrás da linha da
bola, torna o centro do campo zona de guerra, dobra a marcação nas laterais. A
cara sempre insatisfeita de Argélico Fucks – entende-se o porquê de não ser
Angélico –, toca o time para frente aos gritos, pontapés, braçadas e caretas de
assustar curupiras e boitatás.
Ao atacar mantém os dois zagueiros e
Fernando Bob na segurança, os demais avançam. O volante Paulinho cai pela
esquerda e pode ser ultrapassado pelo lateral Artur. William, o lateral
direito, é outro que vai ao ataque com frequência. A partir daí o que se vê são
os diabos do Argélico em ação. Vitinho, Ferrareis, Andrigo e Sasha trocam
posições, quem está na frente volta para buscar, quem está atrás ultrapassa
para receber a bola enfiada. O amigo vai perguntar: “Então é morte certa?”
Em absoluto. Com tudo isso, contra um
Santos de meninos, o Inter só foi fazer seu gol em escanteio nos minutos finais
da partida. O Peixe, que defendeu todo o tempo, teve ótima oportunidade pouco
antes do gol Colorado, tivesse marcado, o resultado seria injusto, se houvesse
injustiça em futebol. Como não há, defender é do jogo, o que vale é bola na
rede, hoje torço pela injustiça.
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