sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

VÊNUS PLATINADA

Amigos, caí da cadeira após ler a matéria “Globo divide R$ 300 milhões de pay-per-view com os clubes”. Sabe quanto ganhará o Flamengo? 40,5 milhões. O Corinthians? 38,5 milhões. O Atlético? Míseros 3,7 milhões. Sabe como a Globo chegou a esses números? O IBOPE fez uma pesquisa e chegou aos percentuais das torcidas brasileiras. O amigo já recebeu algum telefonema do IBOPE uma vez na vida? Um absurdo.

Pode-se tranquilamente fazer distinções na distribuição dos valores devidos aos clubes, nunca com diferenças tão gritantes, afinal, para um jogo de futebol são necessárias duas equipes em confronto, com despesas semelhantes. Sem Atlético, Coritiba, Ceará, Santa Cruz e outros o jogo não existe. Sem o vilão, o comendador da novela não tem emprego.

Inexplicável o silêncio dos menos favorecidos. Talvez a necessidade absoluta dos recursos da televisão impeça a grita imperativa. Os clubes são reféns da Globo, não só os clubes, o público idem, que assiste jogos começando às dez da noite para respeitar o horário da novela. Indignante.

Impossível saber como esses clubes não são Barcelonas, Reais Madrid nacionais. Vivem naufragados em dívidas, pedindo cancelamento de débitos ao governo, são os sósias da Petrobrás no cenário esportivo. E assim vamos nós para o matadouro. Cabeça baixa, a boca trêmula, o pires na mão, submetidos às vontades de famílias ladras, da Vênus platinada.

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