segunda-feira, 22 de setembro de 2014

DAR A CARA PARA BATER

Cheguei a Fortaleza, entrei no hotel rezando para que Inter e Atlético fosse transmitido direto para a terra de Iracema, a virgem dos lábios de mel. Liguei a TV, busquei o canal e estavam lá, os times entrando em campo. Sorte.
A sorte que eu tive, o Atlético não teve. Fez um jogo seguro, teve chances, poderia até ter vencido e perdeu. A derrota, como sempre me deixa desolado, um sentimento do qual não posso me livrar. Com a desolação vem a ira, o ressentimento, que não condizem com a escrita imediata, sob pena de deixar a boca grande magoar pessoas.
Assim, passei o domingo na praia do Cumbuco, entre camarões, pargos e cocadas, vendo as dezenas de velas de kytesurf brincarem no céu azul turquesa do paraíso. Hoje já me sinto em condições de abordar a luta entre Saci e Furacão na terra da chuva.
Os últimos jogos mostram que Claudinei conseguiu remendar o sistema defensivo, entretanto, sem conseguir evitar o gol decisivo que nos rouba pontos e vai aproximando da ZR. O que parou de funcionar foi o ataque, no caso estacionado frente ao insuperável Dida, um colosso de goleiro.
O ataque atleticano deixou de ser mortal. No meio do segundo tempo, Marcelo partiu para ótimo contra-ataque, no um contra um entregou a bola ao zagueiro. Nem para ser desarmado, conseguir a falta. Se Marcelo, já um veterano, sente as dificuldades da situação, quem dirá os demais.
O Atlético parece exército derrotado em final de guerra, vai colocando as crianças em campo, esperando o milagre. Os profissionais, os experientes, inexistem. Agora contratamos um menino armador do Corinthians, certamente sem jogo, fora de forma, mais uma aposta.
Os jogadores e o treinador não têm culpa, o problema do Atlético está no planejamento imprevidente, no afastamento da realidade. Penso que o Atlético não cai, mas para ser bem honesto, um cabra da peste da diretoria deveria ir a público, assumir a responsabilidade, dar a cara para bater. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário