Cheguei a Fortaleza,
entrei no hotel rezando para que Inter e Atlético fosse transmitido direto para
a terra de Iracema, a virgem dos lábios de mel. Liguei a TV, busquei o canal e
estavam lá, os times entrando em campo. Sorte.
A sorte que eu tive, o
Atlético não teve. Fez um jogo seguro, teve chances, poderia até ter vencido e
perdeu. A derrota, como sempre me deixa desolado, um sentimento do qual não
posso me livrar. Com a desolação vem a ira, o ressentimento, que não condizem
com a escrita imediata, sob pena de deixar a boca grande magoar pessoas.
Assim, passei o domingo
na praia do Cumbuco, entre camarões, pargos e cocadas, vendo as dezenas de
velas de kytesurf brincarem no céu azul turquesa do paraíso. Hoje já me sinto
em condições de abordar a luta entre Saci e Furacão na terra da chuva.
Os últimos jogos mostram
que Claudinei conseguiu remendar o sistema defensivo, entretanto, sem conseguir
evitar o gol decisivo que nos rouba pontos e vai aproximando da ZR. O que parou
de funcionar foi o ataque, no caso estacionado frente ao insuperável Dida, um
colosso de goleiro.
O ataque atleticano
deixou de ser mortal. No meio do segundo tempo, Marcelo partiu para ótimo contra-ataque,
no um contra um entregou a bola ao zagueiro. Nem para ser desarmado, conseguir
a falta. Se Marcelo, já um veterano, sente as dificuldades da situação, quem
dirá os demais.
O Atlético parece
exército derrotado em final de guerra, vai colocando as crianças em campo,
esperando o milagre. Os profissionais, os experientes, inexistem. Agora contratamos
um menino armador do Corinthians, certamente sem jogo, fora de forma, mais uma
aposta.
Os jogadores e o treinador não têm culpa, o
problema do Atlético está no planejamento imprevidente, no afastamento da
realidade. Penso que o Atlético não cai, mas para ser bem honesto, um cabra da
peste da diretoria deveria ir a público, assumir a responsabilidade, dar a cara
para bater.
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