sexta-feira, 9 de maio de 2014

QUESTÃO DE ENCAIXE

Hoje não estou para notícia ruim. O amigo quer se incomodar leia a Gazeta do Povo, lá tem gente muito melhor do que eu para espalhar desgraças. Destarte, como diria ao finado Sátiro, vou ao encontro do desejo do amigo, saber se o Atlético pode trazer um pontinho de Porto Alegre, ter uma atuação animadora nas vésperas do jogo teste com o Timão.

Pois irmão rubro-negro, dei uma espiada no jogo Colorado e Sport, dois a um para os gaúchos no Beira-Rio reformado, e tenho certeza de que taticamente o jogo será no mínimo bem interessante.

A bola colorada sai com os zagueiros, os laterais avançam, Willians protege a saída, e o passe acontece para os buscadores de jogo, D’Alessandro, Alex e Aránguiz, nessa prioridade. Se D’Alessandro não for o primeiro a receber a gorduchinha, muito provavelmente será o segundo. Tem que marcar.

O ataque é forte pela direita, Gilberto, Aránguiz e D’Alessandro forçam pelo lado, mas os atacantes tem total liberdade. Você poderá ver Alex na direita, D’Alessandro na esquerda, Alan Patrick pelo meio, simplesmente inexiste posicionamento fixo dos articuladores, só Rafael Moura tem função mais estática, é o pivô à frente da área. O esforço pela direita deixa Fabrício (LE) livre na esquerda, uma opção para a virada de jogo. Será curioso observar as duas linhas de quatro de Don Miguel bloqueando o mexe-mexe gaudério.

Com todo esse carrossel de bota e espora, o primeiro gol do Inter saiu em jogada individual de D’Alessandro, a entrada na diagonal da direita com chute de fora, e lançamento longo da defesa para pivô aéreo do He Man para Aránguiz entrar livre e marcar. Nada fruto do insano trabalho ofensivo.

A marcação defensiva fica longe das comuns duas linhas de quatro. O Abelão acumula jogadores no setor atacado, a marcação é quase individual, agressiva sobre quem está com a bola, no setor sem ação fica alguém para espiar a virada de jogo. Por exemplo, atacado pela direita, de cinco a sete jogadores estão empenhados no setor. Funciona, possibilita o desarme e o contra-ataque.

O tipo de marcação tem custo, o time cansa, chega ao final do jogo no bagaço, ganhava de dois a zero do Bota, deixou empatar, ganhava de dois a zero do Sport, sofreu gol e penou em final de jogo.

Fosse eu Don Miguel deixava atacar e contra-atacava com Marcelo, Marquinhos e Ederson entrando pelo meio. Juan e Paulão ficam meio ao desamparo, Paulão é lento, mesmo os atalhos já estão ficando longos para Juan. E daí? –, pergunta o amigo – Vai dar ou não vai dar? –, e eu respondo de bate-pronto. No fundo, no fundo, como tudo que leva aos fogos de artifício, é uma questão de encaixe.

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