sexta-feira, 23 de maio de 2014

ERRAR É IMPOSSÍVEL

Assisto futebol e penso ter olho experiente. Vejo o menino dar um passe e digo “esse é craque”, noto outro matar a bola e tasco “é cabeçudo”, observo um terceiro correndo feito galinha do facão e classifico “é peladeiro”, com retoques, refinos, pode jogar. Se é assim quanto ao jogo jogado, nada entendo de contratação de jogadores, dos bastidores que as comandam.

De vez em quando pesco notícia sobre o assunto. No jogo contra o Timão, o repórter lembrou que Ralf havia se reunido com a diretoria mosqueteira e pedido para ser liberado em caso de proposta. O Ralf do Corinthians, destinado aos títulos, titular absoluto, certamente ganhando uma bala quer sair. A diretoria concordou, espera propostas. Entendo civilizado de ambas as partes.

É natural o jogador querer sair, mesmo o dono da camisa no Timão. O tempo vai passando, o tesouro da transferência para o exterior vai tardando, o empresário fica apreensivo – cadê o meu? –, a possibilidade da contusão grave assusta, o jogador quer garantir a aposentadoria o quanto antes. Ralf quer sair e morde o campo todo, não afina, joga, com seu profissionalismo dá exemplo.

A penalidade que vi exemplar a favor do Corinthians virou polêmica. Continuo afirmando claríssima, talvez por achar o árbitro da partida um caseiro de carteirinha, não deixaria passar. Cléberson muito jovem colocou a estrela de xerife, já o defendi outro dia, falei que tinha crédito. Crédito acaba, zagueiro não pode falhar.

É uma questão de evolução, o coadjuvante vira protagonista, na cena capital tem que beijar a mocinha, mas tem que ser profissional, com jeito, sem quebrar os dentes, um preciso e cuidadoso beijo técnico. A piazada do Atlético tem que entender o salto que deu, no time de cima, errar é impossível.

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