sábado, 28 de maio de 2016

FARAÓ SALLIM

Existe ditado que ecoa pelo vale do Nilo desde o tempo de Ramsés, o Grande, ainda hoje de valor extraordinário. Diziam os torcedores dos grandes clubes da época, o Múmias da Bola, o Esfinges do Deserto, o Faraós da Pelota e outros nanicos: “Quem constrói pirâmide, não monta time”. 

Mais simples impossível. O homem que constrói, que valoriza o trabalho, o dinheiro, tende a ver no pagamento de altos salários a jogadores um risco desmesurado, algo a se evitar, se possível gastar o estritamente necessário, apostar em instante coletivo de alto rendimento, chegar à vitória, ao título, com despesas mínimas. É maneira lógica de ver o problema.

A história parece dar razão ao construtor de pirâmides. Defendendo seu ponto de vista contra os gastos feitos pelo Galo para ser campeão da Libertadores, lembre-se da contratação de Ronaldinho Gaúcho, ele dirá: “Mas se o Vitor não tivesse pego um pênalti com a ponta do pé tudo teria ido por águas abaixo”. Na mesma toada, dirá que a contratação de Robinho, pelo mesmo Galo neste ano, morreu na praia, o craque estava contundido no jogo decisivo contra o São Paulo. Eliminado o galináceo, restaram os altos salários a pagar. Eu entendo.
  
Mas há um componente de risco que os grandes clubes têm que assumir, ainda mais depois da pirâmide construída. Ninguém mais tem paciência com jogadores medianos, com apostas da base, com resultados de envergonhar a Cleópatra torcedora. Por isso, quem constrói cuida da pirâmide, quem assumiu compromissos com o torcedor monta time. É assim desde Ramsés. Ainda bem que temos na presidência um egiptólogo, que sabe o valor do provérbio, que pode gastar um pouco mais, vai contratar os craques que o Furacão precisa. Eu tenho certeza. Eu falo do nosso Faraó Sallim. 

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