Existe ditado que ecoa pelo vale do
Nilo desde o tempo de Ramsés, o Grande, ainda hoje de valor extraordinário.
Diziam os torcedores dos grandes clubes da época, o Múmias da Bola, o Esfinges
do Deserto, o Faraós da Pelota e outros nanicos: “Quem constrói pirâmide, não
monta time”.
Mais simples impossível. O homem que
constrói, que valoriza o trabalho, o dinheiro, tende a ver no pagamento de altos
salários a jogadores um risco desmesurado, algo a se evitar, se possível gastar
o estritamente necessário, apostar em instante coletivo de alto rendimento,
chegar à vitória, ao título, com despesas mínimas. É maneira lógica de ver o
problema.
A história parece dar razão ao
construtor de pirâmides. Defendendo seu ponto de vista contra os gastos feitos
pelo Galo para ser campeão da Libertadores, lembre-se da contratação de
Ronaldinho Gaúcho, ele dirá: “Mas se o Vitor não tivesse pego um pênalti com a
ponta do pé tudo teria ido por águas abaixo”. Na mesma toada, dirá que a
contratação de Robinho, pelo mesmo Galo neste ano, morreu na praia, o craque
estava contundido no jogo decisivo contra o São Paulo. Eliminado o galináceo, restaram
os altos salários a pagar. Eu entendo.
Mas há um componente de risco que os
grandes clubes têm que assumir, ainda mais depois da pirâmide construída.
Ninguém mais tem paciência com jogadores medianos, com apostas da base, com
resultados de envergonhar a Cleópatra torcedora. Por isso, quem constrói cuida
da pirâmide, quem assumiu compromissos com o torcedor monta time. É assim desde
Ramsés. Ainda bem que temos na presidência um egiptólogo, que sabe o valor do
provérbio, que pode gastar um pouco mais, vai contratar os craques que o
Furacão precisa. Eu tenho certeza. Eu falo do nosso Faraó Sallim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário