Saí da consulta com Madame Rosa Regina
e fui direto para a sala de cirurgia, o comparecimento à final esquecido, a
melhor expectativa assistir ao jogo maiúsculo com o corpo espetado por agulhas
benfazejas a conduzir o soro, injetar remédios, analgésicos, antibióticos, um
horror necessário.
Escondido sob as cobertas, sem dar
mostras do meu coração rubro-negro – quem quer um coxa procurando sua veia em
clima de final? –, assisti à magnífica atuação de Walter com ar paranista, louco
para sair pelo corredor aos gritos de campeão, carregando tripés lotados de
cartuchos plásticos e suas mágicas poções.
Só fui dar aquele sorrisão campeão lá
pelo final da noite, quando a reportagem mostrou Walter anunciando sua
liberação do regime, aberta a possibilidade para a comilança, no cardápio cinco
coxinhas cinco estrelas. A vitória melhorou meu ânimo, facilitou a recuperação,
os dias foram passando e pude ouvir pelo rádio a vitória contra o Dom Bosco,
que ao amanhecer descobri ter se transformado em doloroso empate. Estou
melhorando, nada me desanima.
Nenhum comentário:
Postar um comentário