Pouco antes de sair de casa, catei um
champanhe remanescente do Natal e acondicionei no freezer, em espaço feito
especialmente para isso. Fechei a porta, procurei o desenho apagado de taça
inclinada com borbulhas soltas pelo ar e pressionei com o indicador. A taça
acendeu e me disse que em 45 minutos o espumante estaria pronto para consumo.
Fui para o jogo.
Primeiro tempo de controle absoluto da
partida, gol perdido por Ewandro do interior da área, algumas boas defesas do
goleiro Coxa, mostraram um Furacão fechado na defesa, forte no ataque, pronto a
detonar o “favorito” a qualquer momento. Fomos para o intervalo zero a zero e
eu de sangue doce, fé absoluta nas previsões de Rosa Regina, o amigo sabe que
Rosa Regina nunca erra.
Sete minutos e Thiago Heleno marca de
cabeça, finalizando cruzamento de Léo. Dezenove, os zagueiros coxas batem
cabeça, a bola sobra para Ewandro que marca na saída do goleiro. Vinte e dois,
Hernani cobra falta, três a zero Furacão. Alguém, por favor, jogue uma pá de
cal no caixão alviverde. Um Furacão arrepiante, com atuações preciosas de
Thiago Heleno, Pablo e Ewandro fez renascer a torcida atleticana que há anos eu
não via tão entusiasmada.
Brócolis e radiches esperneiam, tentam
marcar o de honra, nem chegam perto. Domínio completo e irrestrito. O jogo
acaba e penso que a torcida coxa deveria pedir o impeachment daqueles que a fizeram
acreditar que tinha time. Semanas atrás, quando o Coxa venceu o PSTC em
Cornélio, disse que aquele time não dava nem para o começo. Eu e Rosa Regina
estávamos certos. Estou saindo e alguém grita do meu lado “delícia!” “delícia!”,
e eu sigo em meio à multidão delirante, pensando no champanhe da vitória,
borbulhante, gelado, delícia.
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