quarta-feira, 6 de julho de 2016

O DEVER DE TODOS NÓS

Em casa, quando penso em Atlético, uma bandeira amarela é levantada, um olhar recriminatório se instala em rosto querido, recuo com medo que o falatório se levante. A saúde do velho torcedor não vai bem, diz-se que culpa do fanatismo, do estresse gerado pelo Furacão. Como tudo na vida, pode ser, realmente, fui longe demais na paixão, eu admito.

Assim, sigo peleando em retirada, com pouca munição. Gravo os jogos, vejo depois, sabendo o resultado, sem sofrer incontáveis minutos para vibrar com vitórias mínimas contra adversários mínimos, mesmo que alguns digam que fico com as mãos geladas vendo videoteipe de jogo ganho.

Campeando notícias, descobri o racha entre a diretoria e a organizada. Era só o que faltava. Com um elenco mínimo, todos os atleticanos deveriam estar em lua de mel com os resultados obtidos, irmanados pela sorte que nos protege a cada passo. A troca de farpas entre diretoria e organizada, a ausência do torcedor em nada beneficia o Furacão, em verdade, só prejudica.

Não vou entrar no mérito da questão. Durante a eleição, Petraglia ironizava o presidente Sallim, dizendo que era a vez do novo gestor receber os xingamentos. Parece que isso não aconteceu, Petraglia continua sendo o alvo preferido dos membros da Fanáticos, fruto, quem sabe, dos seus comentários nas redes sociais. Difícil nesse tiroteio defender alguém. O que se espera é que o presidente Sallim tome atitudes, se ainda não as tomou, que fomentem a união entre os rubro-negros, ele é o presidente, tem o dever político de dialogar, lutar pelo fim das incompreensões enquanto vivemos a hora boa, esse é o seu dever.

Se isso não acontecer, quem já viu quase tudo sabe que a torcida tem obrigação de voltar a campo. As individualidades serão sempre lembradas, as estátuas marcarão seus feitos, mas a torcida é entidade eternamente viva, os clubes seguem acalentados por seus cantos. Não se trata de dar o braço a torcer, diminuir-se, trata-se de reconhecer seu valor, sua importância, seus erros, eles existem de ambos os lados, crescer na dificuldade, colocar o Atlético em primeiro lugar, o que é o dever de todos nós.

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