domingo, 8 de dezembro de 2013

QUE ASSIM SEJA

O sol apareceu forte e a torcida embarcada aproveita para seguir rumo a Joinville, pronta para carimbar o passaporte para a América. A última vez que jogamos lá, aplicamos expressiva goleada no Náutico, o ratão que venceu o Corinthians, campeão do mundo, na sua despedida da primeira divisão. O resultado serve apenas para escancarar o que é o futebol. Um duelo de vontades impressionante, perdeu o foco, desinteressou-se, o Barcelona corre o risco de ser atropelado pelo Ibis.

O jogo de hoje coloca frente a frente dois times cheios de interesse. O Furacão buscando a vaga na Libertadores, o Almirante tentando fugir das garras do rebaixamento. Na última partida do ano, jogam seus futuros em 2014.

O Atlético busca um supercalendário, a rota andina, portenha, maia, ferver o coração da torcida com jogos incandescentes, quem sabe alguns já na nova arena belíssima. O atleticano espera um time jogando à morte, à altura de algumas partidas memoráveis acontecidas neste ano de grandes vitórias. O torcedor fanático merece.

O vascaíno ajoelha-se nas igrejas, pede proteção, sonha com um lance de individualidade de Marlone, um gol salvador de Edmilson.  Tenta fazer em um jogo o que não fez em trinta e sete. Pode? Sim, pode, como eu disse lá no alto, no futebol pode tudo.

Difícil acreditar, simplesmente pelo interesse que o time do seu Vavá tem na partida, pela sua melhor constituição individual, pelo seu melhor coletivo, pela semana de descanso que desfrutou para o último combate.

Nesta guerra de interesses, as flores do campo choraram lágrimas de alegre catarata ao saber que a partida contra o São Paulo não será a despedida de Rogério Ceni, imaginam elas que, se assim fosse, as portas da segunda divisão para o “glorioso” estariam escancaradas. Amanheceram com seus caules curvados pelo peso das derrotas, em solene e desesperado pedido de proteção.

Faltam poucas horas para tudo estar decidido. O vidente que traz o amor de volta em sete dias, com direito a devolução do investimento, perde-se em tonturas, cambaleia, não consegue definir se alegre ou triste o retorno coxa-branca.

Ao voltar-se para o destino rubro-negro, as velas a ponto de apagar se recuperam, um cheiro de foguetório inunda o ambiente, um sorriso satisfeito sinaliza para o retorno festivo de Joinville, um até que enfim encharcado de suor, carregado de sorrisos. Que a nossa vontade seja superior, que consigamos impor nosso melhor futebol, que assim seja.

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