Faltam segundos para acabar, em jogo a
esperança de retorno à série A. A bola sai em lateral, Botelho gesticula, quer
cobrar rápido, cobra para Elias, o 10 avança, entra na área, manda a bomba, o
goleiro defende, o zagueiro tira Marcão do lance, Elias recupera a redondoca,
carrega para chutar de direita, corta o zagueiro, chuta de esquerda colocado,
trave, retorno no goleiro, escapa...
acompanhando toda a ação de Elias vem
Paulo Baier, ao trote, assistindo, um torcedor privilegiado. Para quem a bola
escapou, procurou assanhada o pé direito abençoado pelos deuses da bola? Paulo
Baier. Gooooooollllllll. Acabou o jogo do ano. Cinco a quatro. Paulo! Paulo!
Paulo! É Paulo Baier!
O lance premiou duas das melhores
atuações rubro-negras: Elias e Paulo Baier. Elias tocou o Furacão no primeiro
tempo, papel que coube a Baier no segundo. Juntos em campo, por duas vezes
Elias colocou Baier em boas condições dentro da área. Por que eu gosto de quem
sabe jogar?
Inegável a boa atuação de Marcelo.
Sofreu o pênalti e fez dois gols. O que eu posso querer mais? O papa-léguas
acordado é um perigo.
Eu que já estava querendo ver Weverton
no banco, devo reconhecer sua importância no segundo tempo. Esteve atento para
antecipar-se a atacante livre, fez três defesas muito importantes, uma, aos 39,
excepcional. Estava na hora de contribuir.
Hoje, o moicano lembrou anjos rubro-negros, como Caju, Picasso, Roberto,
Rafael, Marola, Flávio, e tantos outros.
Pensando na história, impeli os jovens
rubro-negros ao combate. “Quem são os escalados? Pouco interessa. Você torcerá
pelas camisas, fará a sua parte. Dos times que lutam pelas quatro vagas, nossa
verdadeira vantagem é você”.
Continuei: “Se da tragédia pode surgir
algo de bom, da passagem do Atlético pela série B o grande ganho será o teu
batismo de fogo, a tua identificação com o passado, aí, nestas últimas e
decisivas rodadas, atrás do tambor, com amor. Vamos! O Atlético precisa de você
guerreiro histórico”.
Os jovens rubro-negros estiveram à
altura das tradições da nossa inesquecível torcida. Aplaudiram um time por três
vezes atrás no placar, viram-no passar à frente, sofreram com o empate,
mantiveram seu apoio e foram premiados com a vitória. Parabéns, estão
batizados, estão na história. Contarão a seus filhos as idas e vindas deste
jogo magnífico, exagerarão nas tintas e sons que envolveram as emoções dos seus
últimos segundos.
Hoje, a máquina do tempo Ecoestádio
reuniu o Atlético da raça com a torcida que nos manteve vivos por tantos anos.
Esse é um binômio irresistível. Sempre que essas duas forças se uniram com tal
empenho, milagres aconteceram. A história grita: temos chances.
Nenhum comentário:
Postar um comentário