domingo, 7 de outubro de 2012

TEMOS CHANCES


Faltam segundos para acabar, em jogo a esperança de retorno à série A. A bola sai em lateral, Botelho gesticula, quer cobrar rápido, cobra para Elias, o 10 avança, entra na área, manda a bomba, o goleiro defende, o zagueiro tira Marcão do lance, Elias recupera a redondoca, carrega para chutar de direita, corta o zagueiro, chuta de esquerda colocado, trave, retorno no goleiro, escapa...

acompanhando toda a ação de Elias vem Paulo Baier, ao trote, assistindo, um torcedor privilegiado. Para quem a bola escapou, procurou assanhada o pé direito abençoado pelos deuses da bola? Paulo Baier. Gooooooollllllll. Acabou o jogo do ano. Cinco a quatro. Paulo! Paulo! Paulo! É Paulo Baier!

O lance premiou duas das melhores atuações rubro-negras: Elias e Paulo Baier. Elias tocou o Furacão no primeiro tempo, papel que coube a Baier no segundo. Juntos em campo, por duas vezes Elias colocou Baier em boas condições dentro da área. Por que eu gosto de quem sabe jogar?

Inegável a boa atuação de Marcelo. Sofreu o pênalti e fez dois gols. O que eu posso querer mais? O papa-léguas acordado é um perigo.

Eu que já estava querendo ver Weverton no banco, devo reconhecer sua importância no segundo tempo. Esteve atento para antecipar-se a atacante livre, fez três defesas muito importantes, uma, aos 39, excepcional. Estava na hora de contribuir.  Hoje, o moicano lembrou anjos rubro-negros, como Caju, Picasso, Roberto, Rafael, Marola, Flávio, e tantos outros.

Pensando na história, impeli os jovens rubro-negros ao combate. “Quem são os escalados? Pouco interessa. Você torcerá pelas camisas, fará a sua parte. Dos times que lutam pelas quatro vagas, nossa verdadeira vantagem é você”.

Continuei: “Se da tragédia pode surgir algo de bom, da passagem do Atlético pela série B o grande ganho será o teu batismo de fogo, a tua identificação com o passado, aí, nestas últimas e decisivas rodadas, atrás do tambor, com amor. Vamos! O Atlético precisa de você guerreiro histórico”.

Os jovens rubro-negros estiveram à altura das tradições da nossa inesquecível torcida. Aplaudiram um time por três vezes atrás no placar, viram-no passar à frente, sofreram com o empate, mantiveram seu apoio e foram premiados com a vitória. Parabéns, estão batizados, estão na história. Contarão a seus filhos as idas e vindas deste jogo magnífico, exagerarão nas tintas e sons que envolveram as emoções dos seus últimos segundos.

Hoje, a máquina do tempo Ecoestádio reuniu o Atlético da raça com a torcida que nos manteve vivos por tantos anos. Esse é um binômio irresistível. Sempre que essas duas forças se uniram com tal empenho, milagres aconteceram. A história grita: temos chances.

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