Pesquisa não é predição do futuro, é apenas
exercício estatístico destinado a apontar resultado mais provável. As pesquisas
para a eleição de prefeito em Curitiba tiveram saldo bastante razoável. O
crescimento na reta final do seu Gustavo já colocava em dúvida a presença do
atual prefeito no 2º turno.
No futebol a estatística é um perigo.
Bastaram três resultados expressivos e o Atlético se tornou o 3º ataque do
campeonato. Bastaram três jornadas decepcionantes da defesa e caímos do
primeiro para o sexto lugar, um baita tombo. Nos últimos quatro jogos, o
Atlético marcou 10 e sofreu 10. Conclusão: tendo que atacar, a defesa fica
vulnerável. Óbvio.
Acresça-se à obviedade, o nosso
posicionamento defensivo linear e a vulnerabilidade à bola aérea. A bola subiu
na área, bota o comprimido embaixo da língua. Sempre em linha, sem alguém na cobertura,
quando o adversário consegue infiltrar jogador entre nossos zagueiros é um Deus
nos acuda.
O avanço da zaga até a linha do meio
de campo é convite ao desastre. Pode-se reclamar da arbitragem, mas o Atlético
não pode reclamar dos auxiliares. Não fosse a boa marcação dos impedimentos a
situação estaria ainda pior. Nhô Drub está longe de dar solução aos problemas.
Aliás, boas soluções parecem estar afastadas
do cardápio do treinador. A constante troca do lateral-direito por atacante, ou
volante, é um desrespeito à posição, uma das mais difíceis. Exige velocidade, o
conhecimento do espaço, a defesa contra dois ou mais adversários, a iniciativa
sempre a favor do atacante. O lado do campo odeia improviso. Com a palavra o
doutrinador.
Autor de livro, um dia terei o prazer
de ler a filosofia “drubsckyniana”, o mestre tem certeza de que a troca de
atacantes por volantes é regra d’ouro para segurar resultados. No Atlético é
motivo de enxaqueca, é gol certo... do adversário. A teoria a quilômetros da
prática.
O amigo dirá: “vai entender, ontem foi
só elogios, hoje é só no tornozelo”. O jogo heroico, épico, tem que ser visto com
os olhos da paixão e da razão. A vitória memorável deve ser degustada como
vinho francês, mas não apaga os erros claros, motivos da busca de urgentes
soluções, repetidos treinamentos.
As dificuldades vão ensinando. A
entrada de Baier ao lado de Elias já no início do 2º tempo, a colocação de Saci
em campo, estranhamente como volante, são razões para acreditar que o raciocino
pétreo está sofrendo abalos positivos.
O mais importante é ter sorte e isso
Nhô Drub já provou que tem. Com sorte e bicho forte se foge até da morte.
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