quarta-feira, 3 de outubro de 2012

ALGUÉM TEM ALGUMA DÚVIDA?


Fui dormir achando saber a conjugação do verbo tropeçar: eu tropeço, tu tropeças, ele tropeça... Acordei, coloquei no canal do futebol, esbarrei no “aguarde,carregando conteúdo interativo”, abriu, procurei os resultados apertando botões verdes e vermelhos e descobri, com dor no coração, que São Caetano e Goiás ganharam. Eu tropeço, tu não tropeças, ele não tropeça...

As esperanças da semana se foram na terça-feira. Restam as surpresas do sábado.

As minhas esperanças primeiras, tenho certeza, são óbitos prematuros. O Atlético deve jogar com Weverton, Daniel, Manoel, Cleberson, Botelho, Deivid, João Paulo, Elias, Henrique, Marcelo e Marcão. O amigo sabe que eu gostaria de jogadores como Saci, Ricardinho e Edigar Junio na equipe, pelo menos no banco de reservas. Alguém com coragem para entrar na área sempre é bom estar ao alcance de um aceno de mão. Fica para o próximo treinador.

Leio sobre os treinamentos e encontro alguma motivação. Ontem, finalização e bola aérea. Hoje, posse de bola, trabalho em campo reduzido.

Bola aérea o Atlético deveria treinar manhã, tarde e noite, todos os dias. No ataque e na defesa a bola parece desviar dos nossos atacantes e defensores. Acho um desperdício a subida dos nossos zagueiros para a tentativa de cabeceio nos escanteios e faltas indiretas. Se não acertam uma, por que perder a viagem? Na defesa, penso que os onze dentro da pequena área poderiam diminuir o risco de gol sempre provável.  

A finalização “pé murcho” a ganhar alguma força, a posse de bola garantida pelo acerto de passes e o trabalho em pequenos espaços, vide Janquitão, são obviedades a constar da prancheta do treinador rubro-negro. Animam-me.

Sinto falta da liberdade, da alegria, do “vai guri, entra na área driblando e só para lá dentro do gol”. O saco dessa tal posse de bola é que você não pode reclamar. Você perde para o lanterna e alguém diz, “controlamos o jogo”, “mandamos na partida”, “foi um azar, uma injustiça, acontece, é o futebol”.

Isso me deixa louco. Assistir noventa minutos de futebol e não ver um drible, uma bola na trave, uma defesa milagrosa do goleiro adversário, ouvir um “Uuuuhhhhh!” da fanática torcida é pagar caro para comer chuchu com quiabo.

Já me conformei. A minha esperança está na presença do Petraglia no campo de treinamento. O time faz o círculo, ele chega com aquele olho de gavião sedento de sangue, coloca a mão no ombro do Nhô Drub, informa o aumento da gratificação pela vitória e diz, apertando com força a omoplata do treinador: “Temos que ganhar”. Mantendo a pressão, o olhar sanguíneo, faz a pergunta que ninguém vai responder: “Alguém tem alguma dúvida?”

 


 

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