Fui dormir achando saber a conjugação
do verbo tropeçar: eu tropeço, tu tropeças, ele tropeça... Acordei, coloquei no
canal do futebol, esbarrei no “aguarde,carregando conteúdo interativo”, abriu,
procurei os resultados apertando botões verdes e vermelhos e descobri, com dor
no coração, que São Caetano e Goiás ganharam. Eu tropeço, tu não tropeças, ele
não tropeça...
As esperanças da semana se foram na
terça-feira. Restam as surpresas do sábado.
As minhas esperanças primeiras, tenho
certeza, são óbitos prematuros. O Atlético deve jogar com Weverton, Daniel,
Manoel, Cleberson, Botelho, Deivid, João Paulo, Elias, Henrique, Marcelo e
Marcão. O amigo sabe que eu gostaria de jogadores como Saci, Ricardinho e Edigar
Junio na equipe, pelo menos no banco de reservas. Alguém com coragem para
entrar na área sempre é bom estar ao alcance de um aceno de mão. Fica para o
próximo treinador.
Leio sobre os treinamentos e encontro
alguma motivação. Ontem, finalização e bola aérea. Hoje, posse de bola, trabalho
em campo reduzido.
Bola aérea o Atlético deveria treinar
manhã, tarde e noite, todos os dias. No ataque e na defesa a bola parece
desviar dos nossos atacantes e defensores. Acho um desperdício a subida dos
nossos zagueiros para a tentativa de cabeceio nos escanteios e faltas
indiretas. Se não acertam uma, por que perder a viagem? Na defesa, penso que os
onze dentro da pequena área poderiam diminuir o risco de gol sempre provável.
A finalização “pé murcho” a ganhar
alguma força, a posse de bola garantida pelo acerto de passes e o trabalho em
pequenos espaços, vide Janquitão, são obviedades a constar da prancheta do treinador
rubro-negro. Animam-me.
Sinto falta da liberdade, da alegria, do
“vai guri, entra na área driblando e só para lá dentro do gol”. O saco dessa
tal posse de bola é que você não pode reclamar. Você perde para o lanterna e
alguém diz, “controlamos o jogo”, “mandamos na partida”, “foi um azar, uma
injustiça, acontece, é o futebol”.
Isso me deixa louco. Assistir noventa
minutos de futebol e não ver um drible, uma bola na trave, uma defesa milagrosa
do goleiro adversário, ouvir um “Uuuuhhhhh!” da fanática torcida é pagar caro
para comer chuchu com quiabo.
Já me conformei. A minha esperança
está na presença do Petraglia no campo de treinamento. O time faz o círculo,
ele chega com aquele olho de gavião sedento de sangue, coloca a mão no ombro do
Nhô Drub, informa o aumento da gratificação pela vitória e diz, apertando com
força a omoplata do treinador: “Temos que ganhar”. Mantendo a pressão, o olhar
sanguíneo, faz a pergunta que ninguém vai responder: “Alguém tem alguma dúvida?”
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